O ano de 2020 foi de muitos obstáculos para todo mundo, mas nem por isso empreendedores perderam a esperança no novo ciclo

Mirando 2021, empreendedores planejam expansão e novos negócios


O ano de 2020 foi de muitos obstáculos para todo mundo, mas nem por isso empreendedores perderam a esperança no novo ciclo

Se 2020 foi cheio de incertezas, o desejo é que 2021 seja marcado pelo planejamento. Para que isso aconteça, empreendedores estão tirando projetos do papel e deixando a imprevisibilidade para trás. Mark Bandeira, proprietário da Mark Hamburgueria, de Porto Alegre, irá expandir o seu negócio nos próximos meses, transformando seu espaço de delivery na Zona Sul da cidade em um restaurante, e deve inaugurar uma unidade na Região Metropolitana.
Se 2020 foi cheio de incertezas, o desejo é que 2021 seja marcado pelo planejamento. Para que isso aconteça, empreendedores estão tirando projetos do papel e deixando a imprevisibilidade para trás. Mark Bandeira, proprietário da Mark Hamburgueria, de Porto Alegre, irá expandir o seu negócio nos próximos meses, transformando seu espaço de delivery na Zona Sul da cidade em um restaurante, e deve inaugurar uma unidade na Região Metropolitana.
A intenção de investir mais de R$ 200 mil em 2021 se deve aos resultados positivos do ano que se encerra. Apesar de exaustivo, como define Mark, a hamburgueria registrou bons números. "Para mim, foi um ano excepcional em questão de vendas, crescimento e fortalecimento de marca, mas foi cansativo", pondera o empreendedor. Nos últimos meses, a Mark cresceu seu volume de pedidos por delivery, passando de uma média de 300 mensais para 4 mil.
O espaço renovado na Zona Sul deve funcionar a partir de março. No início da pandemia, Mark conta que abriu uma operação somente de delivery na região, que foi bem recebida pela vizinhança. O empreendimento funcionará no endereço atual, na avenida Wenceslau Escobar, nº 3.293, no bairro Tristeza. Para abrir as portas, devem ser investidos cerca de R$ 60 mil e contratados quatro novos funcionários. No segundo semestre do ano, o prognóstico é se lançar em Canoas ou Novo Hamburgo. "Estou correndo atrás de algum ponto para expandir para essa região", revela Mark. Nessa operação, devem ser investidos R$ 150 mil e está prevista a contratação de oito colaboradores.
Finalizando o ano de forma positiva e mirando 2021 com bons olhos, a sensação para o empreendedor é de alívio e orgulho, como ele define. "Fico orgulhoso do negócio, vejo muitos lugares bons que fecharam, que não conseguiram se adaptar à nova realidade", contextualiza. Adaptação, justamente, é o segredo do crescimento, destaca Mark.
Anteriormente, apenas 30% de seu faturamento era oriundo do delivery, enquanto hoje a modalidade representa 80% dos rendimentos. "Tem que ter muita persistência, entender o momento e se adequar. Não pode ter medo de arriscar. O que deu certo para mim foi me aproximar ainda mais do cliente e encarar o delivery como o novo normal", acredita o empreendedor, que incentiva outros empreendedores e empreendedoras a voltarem o olhar para o formato.
"Tenho uma vizinha, que tem um café, e tem muito medo do delivery por receio de perder a qualidade. E eu digo que sim, vai perder a qualidade, mas não pode perder faturamento. As pessoas que pedem o delivery entendem que a qualidade não é a mesma da casa. Por isso, é preciso encarar o delivery como a nova realidade", sugere.

Bicicleta de drinks expande para três estados brasileiros e interior do RS

"Não tenho dúvidas que é um modelo de negócios vencedor." É com esse otimismo que o empreendedor Guilherme Ceroni, 30 anos, planeja o ano de 2021 para a Bike Bar. Pensado para ser um bar de drinks móvel, o negócio foi criado em dezembro de 2019 e, atualmente, está em tratativas para abertura de franquias em três estados brasileiros (Minas Gerais, São Paulo e Maranhão), além de negociações com vinícolas gaúchas para produzir seus drinks autorais em latas.
Com bicicletas instaladas no Parque Pontal, na Zona Sul de Porto Alegre, e no Pátio Ivo Rizzo, no bairro Moinhos de Vento, outra novidade para o mês de janeiro é a abertura de um modelo lounge em Pelotas. "Queria levar a coquetelaria para rua sem precisar estar preso a um restaurante chique e sofisticado", justifica o empreendedor. Ao lado da esposa, Rafaela Ceroni, 30, e do sócio Erick de Gasperi, 24, que é quem comanda a produção das bebidas, Guilherme afirma que a pandemia não abalou o negócio. "Por ser uma unidade itinerante de bar, com uma estrutura de fácil manejo, conseguimos atender uma outra demanda que foram os shows drive-in", expõe, sobre as parcerias fechadas com o Shopping Total e os eventos que ocorreram no aeroporto da Capital. Nos eventos, a Bike Bar chegou a produzir de 300 a 400 taças.
No ano passado, o valor que Guilherme teve de investir para inaugurar a primeira bike foi de R$ 20 mil. Agora, com o modelo de franchising, ele afirma que a Bike Bar será uma das franquias mais baratas do Brasil. "Serão três modelos diferentes, do mais simples ao mais completo. Todos vêm com treinamentos e infraestrutura. Podem custar de R$ 49 mil a R$ 60 mil", detalha. Nas bicicletas, será possível dispor de uma cartela de 12 drinks autoriais e cerca de 30 drinks clássicos. Todos eles, ressalta o empreendedor, são vendidos com a taça por cerca de R$ 28,00. A partir do segundo drink, o cliente paga R$ 23,00 pelo refil.
"Quando as pessoas vão fazer a bebida em casa, na nossa taça, elas relacionam o drink com a nossa marca, e isso é muito positivo", observa.
 

"Não existe momento adequado"

Para Manuela Strecker, 29 anos, 2021 será o ano de trocar de área. Ela deixa o Comércio Exterior, onde atuava com logística empresarial, para abrir uma franquia da rede de estéticas Mais Top em Novo Hamburgo, na avenida Pedro Adams Filho, nº 4.732.
Embora o sonho estivesse embrionado há dois anos, foi em meio à pandemia do coronavírus que ela decidiu tirá-lo do papel. "Penso que não existe momento economicamente adequado. As crises existem e sempre estarão à nossa volta. O momento certo tem de partir de nós, da sensação de estarmos prontos", aconselha a jovem que está prestes a se tornar uma empreendedora.
Manuela optou pela estética por acreditar no ramo. Segundo ela, a autoestima tem, cada vez mais, espaço no mercado e na economia. O investimento na empreitada foi de R$ 75 mil.
O modelo de franquia foi escolhido por conta da garantia de suporte nos produtos e equipamentos. Ela fez uma pesquisa e encontrou na Mais Top o que buscava, e ainda teve acesso a treinamentos, o que lhe passou segurança para enfrentar o mundo dos negócios.
"Estou com uma sensação de novos tempos, de novas oportunidades. Quando um ciclo se fecha, outro se abre. Sempre existem boas oportunidade para quem se dedica e se empenha", diz ela, cheia de esperança com os meses que estão por vir.
 

A hora de apostar em uma franquia de café takeaway em São Leopoldo

Todo mundo sabe que, em 2020, muitos negócios fecharam. Basta andar pelas ruas para chegar a essa conclusão. Na virada do ano, quando a energia parece se renovar, há gente disposta a habitar os tantos imóveis vazios.
É o caso de Natana Leuck, 28 anos, formada em Letras, que abrirá uma franquia do Mais1 Café em São Leopoldo. A operação inicia no dia 15 de janeiro na rua Primeiro de Março, nº 469, no Centro da cidade.
Até a chegada da pandemia, Natana dava aulas de Alemão em colégios particulares. "Na metade desse ano, decidi que precisava de uma coisa nova. Na minha família, todo mundo tem ou já teve um negócio próprio. Meus pais tiveram restaurantes, meu irmão tem uma loja. A única que nunca teve nada próprio era eu, mas sempre convivi com essa vontade empreendedora dentro de mim", conta ela.
O desejo era montar um lugar onde as pessoas pudessem sentar, tomar um café e conversar. A Covid-19, no entanto, lhe obrigou a repensar o modelo.
Foi assim que optou por uma franquia no formato takeaway. "O sistema é bem rápido. A pessoa escolhe o café no totem, o pedido chega no tablet do atendente e, em três minutos, está pronto", detalha Natana.
De qualquer forma, segundo a empreendedora, ao lado do café, haverá algumas mesas. Afinal, a esperança é que, no futuro, volte a ser seguro ocupar os locais públicos.
Conforme a franqueadora Mais1 Café, a marca tem cerca de 150 unidades pelo Brasil e 22% dos empreendedores montaram mais de uma operação. O faturamento anual estimado é de R$ 360 mil.
Natana observa que o povo está, cada vez mais, apressado, o que beneficia a modalidade coffee to go. "A tendência, agora, é essa. As pessoas estão vivendo de um jeito mais acelerado, principalmente aqui em São Leopoldo, que é uma cidade agitada", analisa.
Com um investimento de R$150 mil, Natana decidiu que seria agora ou nunca o seu momento de empreender. Em breve, ela estará servindo cafés com grãos moídos na hora e deixando para trás os desafios de 2020. Cercada de uma das bebidas mais populares entre os brasileiros, ela está pronta.