Tradicional bebida inspira negócios no ramo da gastronomia pelo Rio Grande

Empreendedores investem no café para alavancar negócios


Tradicional bebida inspira negócios no ramo da gastronomia pelo Rio Grande

Café: uma bebida que acolhe e que ajuda quem está atarefado a organizar as ideias. É também um pretexto para conversar, trocar opiniões, debater um tema importante no trabalho ou comentar um filme. Por todas essas descrições, citadas pela jornalista Laura Glüer, de Porto Alegre, o mercado segue aquecido - apesar da pandemia do coronavírus.
Café: uma bebida que acolhe e que ajuda quem está atarefado a organizar as ideias. É também um pretexto para conversar, trocar opiniões, debater um tema importante no trabalho ou comentar um filme. Por todas essas descrições, citadas pela jornalista Laura Glüer, de Porto Alegre, o mercado segue aquecido - apesar da pandemia do coronavírus.
Laura criou a página Café Combustível nas redes sociais em 2017 e se diz uma apaixonada pela bebida. Ela lembra que o Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, só perdendo para os Estados Unidos. E vale lembrar, ressalta ela, que o volume de ingestão do café vem logo após o da água no planeta.
A também professora universitária lançou a página para se comunicar com pessoas que, assim como ela, curtem o produto. Com o tempo, muitas cafeterias passaram a enxergar como uma referência para promover relacionamento entre negócios e público.
"Aos poucos, estamos construindo uma liga das cafeterias. Na pandemia, foram muitos decretos e a necessidade de, juntas, fazerem do limão uma limonada (neste caso, um café romano, com raspas de limão). As dificuldades são grandes, mas já está em construção a criação de uma rota dos cafés na Capital para que a clientela possa descobrir espaços diferentes em vários segmentos", adianta Laura.
Nesta quinta-feira, inclusive, ela promove a Confraria do Café Combustível. O evento online terá como tema Café e Gastronomia. Entre os convidados para o debate, está o chef Edevaldo Nunes, que pilotou a cozinha do Dado Bier por muitos anos e hoje é um dos sócios dos Restaurantes Quintanilha de Porto Alegre e Gramado. O beer sommelier Bento Ferreira, especialista em cervejas com café, e a pesquisadora de gastronomia Carla Maicá, editora do blog Cucina Artusiana, também participam. Os três falarão sobre o café como bebida e como ingrediente em diferentes pratos, sejam eles doces ou salgados.
Para Laura, a pandemia impactou as cafeterias, porém o consumo doméstico permaneceu em alta. "Muitas cafeterias tiveram de se adaptar a este novo momento, oferecendo delivery. Algumas montaram kits com café em pó, fatias de torta, salgados e embalagens diferenciadas para reproduzir a experiência da cafeteria em casa", diz ela, acrescentando que basta ter criatividade para empreender no ramo.
"Vai além da gastronomia. O café pode estar em objetos de decoração, cosméticos, peças de roupa, músicas e muitos outros produtos."

Cervejaria da região carbonífera aposta no grão para se diferenciar

Para mostrar que o café é mais que potência, mas representa sabor, aroma, textura e cultura, nasceu uma linha que mistura o grão à cevada na cervejaria Marek, de Charqueadas. O empreendedor Thomas Marek, 26 anos, diz que é utilizada a variedade Catuai Amarelo, torrada por sua família, em que são realizadas duas extrações pelo método cold brew (a frio), de 18 e 20 horas.
Há dois anos, a Marek trabalha com a fazenda Um, de São Paulo, e no fim do ano passado começou a torrefação própria em nano lotes. "Essa fazenda nos proporciona cafés sensacionais e de nível mundial", afirma Thomas.
Segundo ele, quem gosta da cerveja de café vai do conhecedor e admirador dos grãos até o público que não tem muito aprofundamento no assunto, por ser uma bebida mais leve. A comercialização acontece em todo o País e há mais informações pelo Instagram @marekcervejariaartesanal. A capacidade máxima de produção da marca é de até 6 mil litros por mês. "Fora da pandemia, fazemos em torno de 2 mil litros. Atualmente, estamos em torno de 1 mil litros", mensura.

Confeiteira cria quindim com a iguaria

Silvia Rosane Domingues, 48 anos, de Porto Alegre, uniu duas iguarias que têm o coração dos brasileiros - o café e o quindim - para lançar uma novidade que vem agradando sua clientela: um quindim de café. "A diferença mais marcante é que o café quebra um pouco do doce", ressalta a empreendedora.
Formada como secretária executiva pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), Silvia trabalhou por nove anos na secretaria acadêmica da faculdade UniRitter, na Capital. Para ter uma renda extra, criou, em 2013, a Senhora dos Doces, enquanto tinha carteira assinada.
"Fiz alguns cursos para me especializar, porque sabia que, um dia, iria me dedicar inteiramente à confeitaria", lembra. Em 2019, aconteceu. Ela se viu desempregada e resolveu apostar no que ama, atendendo aos pedidos por encomenda. A ideia do quindim surgiu numa conversa com amigos. "Falávamos no WhatsApp como é bom comer um quindim e tomar um cafezinho. Nesse papo, veio a questão de como seria um quindim de café. Fiquei com a ideia martelando na minha cabeça e no outro dia resolvi colocar em prática. Na primeira tentativa, já ficou muito gostoso, mas fui aperfeiçoando, até chegar no que é hoje", detalha.
O café, segundo ela, deu um toque todo especial ao quindim, e as vendas estão lhe impressionando. Para comprar as caixinhas com seis ou 12 unidades, é preciso falar com Silvia pelas redes sociais da Senhora dos Doces. A unidade custa R$ 2,50.

Gelato para quem curte o sabor em outros formatos

E que tal incluir café no gelato? Essa é a aposta da Kgelato, criada há cerca de um mês por Cristiano Karst, de Porto Alegre, que, entre os sabores, oferece o Vecchio, de café com nozes.
"A ideia veio de lançar uma linha de gelatos italianos para serem degustados com nossos strudels da Kstrudel, por ser um acompanhamento tradicional, assim como o chantilly. Eles podem ser degustados separadamente também", informa Cristiano.
O empreendedor curte gastronomia desde a infância e seu primeiro negócio foi com os strudels (tipo de massa em camadas com recheio, geralmente, doce e de origem austríaca). Para suprir a demanda do verão, decidiu apostar nos gelatos - todos feitos de forma artesanal. As vendas ocorrem pelo Instagram @karstgelato.