A vida profissional mudou totalmente. Inspire-se para continuar produzindo

Como manter a rotina de trabalho em isolamento social


A vida profissional mudou totalmente. Inspire-se para continuar produzindo

O isolamento social, recomendado para conter a transmissão do coronavírus, implicou a adesão do home office em muitas empresas. Realidade para muitos trabalhadores antes mesmo da pandemia, o trabalho remoto exige organização e concentração para que a produtividade seja mantida. Carolina Rocha, que está à frente da editora Palavra Bordada, de Porto Alegre, acredita que o principal desafio é encontrar o equilíbrio entre não dispersar durante as horas de trabalho e evitar permanecer tempo excessivo debruçado nas atividades profissionais. Jornalista, ela deixou o agitado ambiente das redações para empreender em 2015. "Já nascemos no home office porque não tínhamos como bancar um escritório. Estávamos apostando que ia ser um negócio legal, mas sem ter certeza da lucratividade. Para resolver essa situação, optamos por trabalhar em nuvem e fomos buscar um serviço que comportasse nossas demandas", explica Carolina, que hoje toca o negócio com as sócias Maribel Lindenau e Camila Provenzi.
O isolamento social, recomendado para conter a transmissão do coronavírus, implicou a adesão do home office em muitas empresas. Realidade para muitos trabalhadores antes mesmo da pandemia, o trabalho remoto exige organização e concentração para que a produtividade seja mantida. Carolina Rocha, que está à frente da editora Palavra Bordada, de Porto Alegre, acredita que o principal desafio é encontrar o equilíbrio entre não dispersar durante as horas de trabalho e evitar permanecer tempo excessivo debruçado nas atividades profissionais. Jornalista, ela deixou o agitado ambiente das redações para empreender em 2015. "Já nascemos no home office porque não tínhamos como bancar um escritório. Estávamos apostando que ia ser um negócio legal, mas sem ter certeza da lucratividade. Para resolver essa situação, optamos por trabalhar em nuvem e fomos buscar um serviço que comportasse nossas demandas", explica Carolina, que hoje toca o negócio com as sócias Maribel Lindenau e Camila Provenzi.
O trio, inclusive, não está todo alocado na mesma cidade. Enquanto Carolina e Maribel estão em Canoas, na região metropolitana da Capital, Camila divide seu tempo entre Porto Alegre e Blumenau, em Santa Catarina. Para manter o fluxo de trabalho, a rotina é a mesma de um escritório físico. "Sempre que alguém tem uma dúvida, fazemos chamada de vídeo. Temos reuniões semanais para manter a mesma rotina que uma empresa que trabalha no mesmo escritório, mas de maneira virtual", pontua Carolina, destacando que reduzir o tempo de transporte para outro local é um dos aspectos positivos do home office.
Apesar dos benefícios, a jornalista acredita que é preciso seguir alguns passos para que a atividade seja bem sucedida. Criar uma área de trabalho é a primeira dica.
"Transformei um espaço da minha casa em escritório, com porta e chave, para poder fazer uma reunião tranquila, sem que ninguém entre para perguntar alguma coisa", destaca. Ela acredita que, principalmente nesse momento em que as famílias estão completas em casa, é preciso que todos compreendam a hora de trabalho. "Para a família, é muito difícil entender que tu não estás navegando na internet. É preciso se isolar e se afastar das pessoas que estão dentro de casa."
Quem não tem um espaço restrito para a atividade, a dica é usar a mesa de jantar e nunca cair em tentações. "De preferência, fique longe do sofá e da cama. O sofá desconecta do trabalho e conecta ao lazer", acredita. Por isso, quando o isolamento físico não é possível, é necessário fazer uso de alguns recursos.
"Usa fone de ouvido e coloca uma trilha de concentração no Spotify. É muito necessário que as pessoas que estão na casa entendam que aquele é o teu momento de trabalho."
Seguir a mesma rotina de horários é outro ponto que a empreendedora considera fundamental para manter a produtividade. "Na editora, ninguém lê e-mail antes de sentar no computador. Por mais que no celular tenha acesso a tudo, quando levanto de manhã, aquele ainda é o momento do despertar, da família, do café. Tem que respeitar o hábito e não misturar as coisas, se não já começa o dia atucanado e acaba não rendendo tanto", pondera.
A mesma estratégia deve ser aplicada no final do expediente. "Se antes não conferia os e-mails quando saía da empresa, agora também não vai ver", finaliza.
O foco de atuação da Palavra Bordada é o desenvolvimento de livros de memória institucional e biografias. Carolina salienta que, neste contexto de coronavírus, muitas etapas que eram feitas presencialmente, como a entrevista com os clientes, foram adaptadas para dinâmicas on-line. "Ficar em casa é uma proteção pra ti, para os teus clientes e para a durabilidade do teu negócio", afirma. O conforto para enfrentar esse período turbulento para tantos empreendedores e empreendedoras veio, justamente, da atividade da editora. "Nesses cinco anos, foram mais de 52 projetos. Olhar para trás e ver tantas histórias que contamos de empresas que tem 105, 150 anos, que passaram por períodos de recessão econômica, planos econômicos, guerras mundiais, e que venceram essas adversidades, nos faz ter certeza que vamos passar também. Esse é o desafio da nossa geração, mas vai passar."

CDL mantém atuação com os funcionários operando de suas casas

O escritório da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, a CDL POA, na rua Senhor dos Passos, no Centro Histórico, está vazio. Os seus 140 funcionários estão trabalhando em home office. A entidade, acima de tudo, entende que também precisa dar exemplo aos associados.
O novo presidente, Irio Piva, que é CEO da Elevato, revela que a última reunião presencial da diretoria ocorreu no início do alastramento da pandemia no Estado. A partir dali, tudo passou a ser a distância. Até a posse dos gestores, agendada para 19 de março, foi cancelada.
"É o momento de tentar manter as coisas funcionando, mas seria egoísmo promover um evento festivo", interpreta Irio.
A questão do coronavírus mudará, também, temporariamente, a relação da CDL POA com os associados, com mais interações virtuais.
"Criamos um comitê de crise, pois as pessoas esperam posicionamentos da entidade. Sob o ponto de vista de orientação de negócios, somos como a área da saúde. Temos que cuidar da saúde dos negócios, pois, se a economia parar completamente, teremos um problema de saúde pública e de falta de oportunidades e de emprego. Sem renda, as pessoas podem passar fome. Isso também é uma responsabilidade nossa. Temos que encontrar jeitos diferentes de resolver os problemas", pontua Irio.
A pandemia gerou, inclusive, mudanças de processos dentro da CDL POA. O setor de cobranças foi um dos afetados. "Não é hora de ligar para cobrar alguém. Estamos trabalhando no sentido de oferecer ajuda, entender o que pode ser feito para resolver um problema financeiro", diz o superintendente Maico Renner.
 

Questões jurídicas precisam ser alinhadas para evitar transtornos no futuro

Para seguir operando durante a orientação de isolamento social, muitas empresas deslocaram seus funcionários para o trabalho remoto. No entanto, muitas dúvidas jurídicas surgem a partir dessa reorganização compulsória que os negócios estão vivendo. Pensando nisso, a startup Consolide Registro de Marcas criou o movimento #FazendoANossaParte, que oferece a empreendedores e empreendedoras consultoria jurídica gratuita neste período.
Nascida em 2017, a startup é especializada em facilitar e agilizar o processo de registro de marcas para micro e pequenos empresários. "A empresa tem como propósito unir tecnologia ao know how de seu corpo jurídico. A iniciativa atende todas as regiões do Brasil, sem necessidade de deslocamento do cliente e uso dos Correios, uma vez que seu procedimento é 100% on-line", explica Alan Marcos, CEO da empresa que tem sua sede em Araranguá, Santa Catarina, e conta com 52 colaboradores atualmente. 
Em meio à pandemia da Covid-19 no Brasil, surgiram muitas dúvidas em torno do trabalho remoto. Alan explica que, em circunstâncias regulares, a CLT prevê que, caso um funcionário seja encaminhado para a modalidade de trabalho home office, pode ser feito um aditivo ao contrato de trabalho, definido, em comum acordo, para suprir os custos de internet e luz. No entanto, dentro do contexto atual, a regra não se aplica.
"Nesse momento excepcional de uma pandemia no País, são dispensadas essas formalidades, já que não está sendo alterado o regime de trabalho do colaborador. Ele estará em home office por força dos acontecimentos temporários", pontua.
As mesmas regras que levam em conta o momento se aplicam aos estagiários. "A legislação informa que o estágio é realizado em ambiente de trabalho. Contudo, não há proibição legal para que trabalhem em home office. Desde que não sejam desrespeitadas as regras que são estabelecidas na Lei do Estágio, como carga horária e a supervisão das atividades, é possível que o estagiário trabalhe remotamente para proteção e prevenção à saúde de todos", expõe o empreendedor.
Para empresas que não podem, em virtude de sua atividade, operarem de forma remota, as férias coletivas podem ser uma alternativa. "É uma hipótese legal sim, diante das circunstâncias de paralisação estabelecida pelos governos, conceder suspensão temporária das atividades do empregador por meio de férias a todos os empregados ou de determinados setores da empresa", detalha.  
Como o momento é de muitas incertezas e constantes mudanças estão sendo feitas pelos governos a fim de adaptar a dinâmica de trabalho, é preciso estar se atualizando frequentemente sobre as regras. Por isso, os serviços da startup ficarão disponíveis enquanto perdurar essa situação de saúde pública. "Todo o contato é feito pelo WhatsApp, de forma rápida e sem necessidade de preenchimento de formulários. Além do canal aberto com especialistas jurídicos, também estamos com uma série de conteúdos informativos e educativos para ajudar empreendedores em nosso blog (www.consolidesuamarca.com.br/blog) e nas redes sociais, como é o caso do Instagram @consolidesuamarca", indica Alan.