Imersões para captar clientes, aceleração para negócios iniciantes e oportunidades de capacitação tornam o destino atrativo

Aumentam as opções para brasileiros que querem empreender no Canadá


Imersões para captar clientes, aceleração para negócios iniciantes e oportunidades de capacitação tornam o destino atrativo

Passou por Porto Alegre, neste mês, o empreendedor indiano Sathish Bala, que criou a Bala Academy, focada em atender pessoas que querem expandir ou abrir negócios no Canadá. O diferencial de seus programas, como ele diz, é aproximar os brasileiros de clientes de verdade no país norte-americano.
Passou por Porto Alegre, neste mês, o empreendedor indiano Sathish Bala, que criou a Bala Academy, focada em atender pessoas que querem expandir ou abrir negócios no Canadá. O diferencial de seus programas, como ele diz, é aproximar os brasileiros de clientes de verdade no país norte-americano.
O projeto foi lançado na capital gaúcha, por ser considerada por Sathish uma cidade relativamente pequena, com um ecossistema inovador e interessante. A ideia é despertar o interesse da comunidade, promover sete dias de imersão em Toronto e depois fechar acordos, a partir de apresentações para o mercado local.
Já escutou o podcast do GeraçãoE? Conteúdos em áudio com dicas de empreendedores de sucesso para você ouvir a qualquer hora clicando aqui.
A atividade ocorre uma vez por mês. "Quatro dias do programa são dedicados ao negócio e dois ao crescimento pessoal. Levamos psicólogos e ensinamos sobre como gerenciar o sucesso. Caso o negócio não seja ideal para determinado indivíduo, falamos sobre como deixá-lo para trás e recomeçar", explica Sathish.
Parcerias estão sendo fechadas com incubadoras do Estado para que funcione um time da Bala Academy na Capital, com foco em pré-treinamento. "Esse é para quem ainda não está pronto para o contato com os consumidores. Ensinaremos a analisar o mercado e como se posicionar", detalha.
A iniciativa começa pelo Rio Grande do Sul, depois deve se expandir para São Paulo e servirá como protótipo para ser aplicada na África, afirma Sathish, acrescentando que os detalhes são publicados no site do programa (academy.bala.group). "Um dos maiores erros das startups, hoje em dia, é achar que, se você atrair investimento, você é um sucesso. Ter sucesso é ter clientes", considera.
A partir da imersão, constata Sathish, três coisas acontecem: conquista de clientes, entendimento de por que não se consegue (caso seja o caso) e interpretação do que impede que isso aconteça. "Queremos minimizar a saída das empresas depois que elas vêm ao Canadá. Não prestamos atenção em quantas saem. Se isso acontece, as pessoas voltam para casa se sentindo mais derrotadas do que inspiradas", expõe ele.
{'nm_midia_inter_thumb1':'', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5c6f03d777ac4', 'cd_midia':8634598, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/gif/2019/02/21/banner_whatsapp_280x50px_branco-8634598.gif', 'ds_midia': 'WhatsApp Conteúdo Link', 'ds_midia_credi': 'Thiago Machado / Arte JC', 'ds_midia_titlo': 'WhatsApp Conteúdo Link', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '280', 'cd_midia_h': '50', 'align': 'Center'}

Como levar sua startup para o país norte-americano

Conforme a Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), o país norte-americano pretende abrir, anualmente, 2,7 mil vagas de residência para pessoas com perfil empreendedor. Arminio Calonga, gerente de Novos Negócios da entidade, diz que startups interessadas em internacionalização devem mirar a região.
Na entrevista a seguir, concedida durante a Gramado Summit, Arminio detalha os programas oferecidos pela CCBC.
GeraçãoE - Que oportunidades a Câmara oferece às startups brasileiras?
Arminio Calonga - O foco da Câmara é fomentar negócios entre os dois países. Em específico para startups, o Canadá foi promovido como uma plataforma de internacionalização. Não apenas para colocar um negócio, mas para usar a tecnologia de lá. É possível aproveitar os benefícios e usar isso para poder escalar no mundo todo ou retornar ao Brasil e aplicar aqui o que foi feito. Os programas e incentivos do ecossistema que o país proporciona para inovação e empreendedorismo não se tem no Brasil ainda.
GE - Detalhe as linhas de incentivo disponíveis no momento.
Arminio - Temos algumas linhas de incentivo às startups, além de uma plataforma virtual chamada Conection Bureau. Nela, a startup se inscreve, passa por uma aprovação. O conteúdo todo tem que ser em inglês porque se compartilha com os canadenses. A partir do momento em que a startup é aprovada, ela entra em um ambiente restrito, que funciona como uma rede social de interação entre outras startups, investidores brasileiros e canadenses, e formadores de opinião do setor. Parques tecnológicos, aceleradoras e incubadoras, tanto daqui quanto de lá. Tudo para uma melhor interação e troca de ideias. Também temos outra linha de competição de startups que acontece durante o ano e que, normalmente, os prêmios são semanas ou meses de aceleração no Canadá. Existe, ainda, um trabalho de direcionamento de startups que tenham alguns setores de sinergia com os mega clusters canadenses, como, por exemplo, os healthtech. Tudo que a gente falar de saúde, de pesquisa, de nanopartículas, nanotecnologias, cosméticos para farmacêuticos, equipamentos médicos, há clusters canadenses interessados.
GE - Como funciona para participar?
Arminio - No nosso site, www.ccbc.org.br, o público tem acesso à plataforma. Tem o botão para se inscrever. Há um formulário, que é um pouco extenso, mas a gente precisa entender o que a startup está fazendo e propondo. No próprio site tem as informações sobre as possibilidades de internacionalização. Há, também, um e-mail que direciona os pedidos para a nossa equipe.
GE - Quando começaram esses projetos que incentivam empreendedores?
Arminio - Já existe há algum tempo, a Câmara tem 46 anos de atuação. O Connection Bureau, um pouco mais de um ano. A cada seis meses, lançamos alguma novidade, como mentorias, por exemplo. Os parques tecnológicos e as atividades que a gente oferece de busca de serviço já tem mais de cinco anos. E há situações curiosas. Como o fato de algumas startups entenderem que o produto ou a solução não eram tão inovadoras assim quando foram para o Canadá. Ou, ainda, que precisavam moldar melhor o negócio para chegar no Brasil e escalar o mercado.
GE - Qual é o perfil de negócio que tem mais sucesso lá fora?
Arminio - Quanto mais ligado a uma busca ao tecnológico, mais interessante. As healthtechs são legais e as agritechs são bacanas pelo perfil agrícola dos dois países. Edutechs, principalmente na área da educação a distância, têm bastante força. Agora, não tem um perfil definido. O ponto essencial é a startup entender o que é importante para ela e ter vontade de concretizar isso. Além do idioma, claro. Não se fala de Canadá sem dominar inglês ou francês. Escalar no mundo precisa de um segundo idioma.

Feira é oportunidade para entender o ecossistema

Duas feiras gratuitas com foco no Canadá ocorrem em Porto Alegre neste mês. A EduExpo e a EduCanadá estão marcadas para o dia 29, no BarraShoppingSul, das 14h às 19h.
Trinta instituições internacionais e representantes de agências governamentais, de escolas e de universidades estarão presentes. Os visitantes poderão conversar sobre cursos de idiomas, graduação, pós, MBAs, doutorado, especialização, programas de férias, estágios e bolsas.
Conforme o cônsul e chefe do setor comercial canadense no Brasil, Elise Racicot, o Canadá é considerado o destino preferido dos estudantes brasileiros pelo 14º ano consecutivo. "Segundo a pesquisa da Belta de 2019, as pessoas sondadas mencionaram diversos fatores influenciando essa preferência, tais como: segurança, qualidade de ensino, qualidade de vida, experiência multicultural, custo-benefício e infraestrutura para alunos estrangeiros. A pesquisa revelou, ainda, que o Canadá, como um país oficialmente bilíngue, é o mais procurado em relação aos cursos de inglês e o segundo mais procurado para estudar francês", diz Elise.