Crianças, gestores de negócios ou religiosos. Há uma modalidade para cada perfil de assinante

Clubes de assinaturas de livros focam em públicos específicos


Crianças, gestores de negócios ou religiosos. Há uma modalidade para cada perfil de assinante

O segmento editorial tem se reinventado para não sucumbir ao digital. Uma das apostas são os clubes de assinaturas de livros, que entregam mensalmente obras selecionadas e brindes personalizados. Tri, baita e vereda são alguns dos termos gaúchos que formam o diferencial do Clube da Gurizadinha, negócio com o objetivo de introduzir a cultura do Rio Grande do Sul para o público infantil.
O segmento editorial tem se reinventado para não sucumbir ao digital. Uma das apostas são os clubes de assinaturas de livros, que entregam mensalmente obras selecionadas e brindes personalizados. Tri, baita e vereda são alguns dos termos gaúchos que formam o diferencial do Clube da Gurizadinha, negócio com o objetivo de introduzir a cultura do Rio Grande do Sul para o público infantil.
Idealizado por Iolanda Wilhelm, de 32 anos, o projeto nasceu em Agudo e foi lançado no Clube de Tradições Gaúchas (CTG) local em 2018. Depois de trabalhar como advogada, ela fechou o escritório para se dedicar integralmente à empreitada.
CLUBE DA GURIZADINHA/DIVULGAÇÃO/JC
"Não estava contente com a minha profissão. Admiro bastante o nosso bairrismo e tem poucas obras sobre o assunto para crianças. As que têm são com a linguagem mais séria, pesada", explica. Ela aponta que a iniciativa também ajuda a divulgar os costumes gaudérios para outros estados do Brasil.
O empreendimento foi inspirado, ainda, em Otávio, de 2 anos e 9 meses, filho de Iolanda. "Fui buscar alguma leitura para ele, com interatividade e pensei que seria uma boa alternativa criar algo assim", relata.
O Clube da Gurizadinha custa R$43,90 mensais, mais o frete, com valor único, a R$ 10,00. Iolanda contabiliza, atualmente, 70 assinantes. "Tem gente de Porto Alegre, Gravataí, Caxias do Sul, da Fronteira, é uma grande mistura", diz.
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A clientela recebe em casa um livro, escolhido por uma psicopedagoga, de acordo com o nível de leitura da criança. Ele vai acompanhado de um resumo da obra, dicas e curiosidades para auxiliar na contação da história, além de brindes que resgatam a essência gaúcha.
"Pensamos nos brindes com bastante carinho. Há alguns meses foi o jogo de cinco marias, produzido artesanalmente. Em julho, no mês das avós, foi uma receita de cuca, com fantoche. Em setembro, um vira mate e em outubro será um peão", elenca a empreendedora. "Buscamos fazer a ligação com a tradição", complementa.
A parte contábil é terceirizada, assim como a diagramação e impressão do material, que é realizada por uma agência de marketing. No entanto, Iolanda garante que ela é a cabeça da criação. "Sinto-me realizada com o clube. Essa é uma área que gosto e me trouxe um outro jeito de ver as coisas", justifica.
Apesar de distribuir livros de autores não-gaúchos, um dos planos futuros da empreendedora é ter no portfólio algumas obras de autoria dela. Dessa forma, levará os personagens que já compõe os kits, como o "guri" Cícero e a "guria" Catarina, para viverem suas próprias histórias. 

Crescimento na demanda: Leiturinha salta de 18 assinantes para 170 mil

Os pacotes dos produtos do clube de assinatura Leiturinha são encaminhados, mensalmente, a mais de 5 mil cidades brasileiras. O número de adeptos, que em maio de 2014, no início do negócio, totalizava 18, hoje bate quase 170 mil. O empreendimento apresenta um expressivo crescimento, talvez não tão planejado em outubro de 2013, quando os amigos Rodolfo Reis e Guilherme Martins, ambos pais, resolveram criar algo para crianças.
"Começamos a pensar no negócio com muito carinho. A proposta era que nossos filhos fossem os primeiros a olharem o produto", recorda Guilherme. Paralelamente, eles dividiram o empreendedorismo com outros empregos. Até que tiveram que se dedicar integralmente ao Leiturinha. "Rapidamente, estávamos no azul e a empresa já se pagava", argumenta.
Nesse momento, foi preciso decidir qual rumo seguir. "Estávamos entre ter uma empresa legal, para ter uma renda ou se corríamos atrás de fazer algo muito grande. Escolhemos o segundo caminho", relata.
Guilherme pontua que a Playkids (líder global em conteúdo educativo infantil) entrou no clube como investidora para possibilitar a expansão. Em pouco tempo, eram mil assinantes. Em 2015, 10 mil. Em 2016, 30 mil. E agora caminha para 200 mil.
O Leiturinha tem três opções de planos: mini, uni, duni. O mini foi lançado em janeiro e oferece um livro e um brinde a R$ 29,90 mensais. O uni (R$ 44,90) tem livro, brinde, material de dicas aos pais, surpresas especiais para estimular o desenvolvimento e descontos exclusivos na Loja Leiturinha. Já o duni (R$ 64,90) tem os mesmos itens do anterior, só que com dois livros mensais. Em qualquer modalidade, é possível assinar com, no mínimo, seis meses de adesão.
O sócio comenta que o processo de curadoria é uma das maiores preocupações do clube. "Eu e o Rodolfo não somos do mercado editorial, não teríamos a percepção para escolher os livros. Uma pedagoga escolhia com base em catálogos. Esse processo mudou um pouco. Agora, temos curadoria da Playkids, uma equipe com 30 pessoas", detalha.
O Leiturinha teve que se firmar ainda com as editoras. "Compramos 2,5 milhões de livros por ano. Isso permite que tenhamos algumas especificações. Temos títulos exclusivos", assinala.
Segundo ele, o modelo de negócio é diferente do e-commerce tradicional porque há uma previsibilidade de receita. "Você tem relacionamento a longo prazo com seu cliente. Escutamos muito os nossos consumidores, o feedback", acrescenta. O empreendedor sente-se orgulhoso do negócio. Além de Valentina, com nove anos, ele é pai de Pedro, de cinco, que nasceu quase com o Leiturinha. "Uma coisa muito bonita que aconteceu foi ver meus filhos crescerem com os livros e perceber o quanto eles gostam, o quanto associam às coisas boas", diz.
PLAYKIDS/DIVULGAÇÃO/JC
A vantagem da assinatura, destaca, é que ela cria o hábito da leitura. "O pacote é como um presente, é uma experiência. Tem uma coisa que eu falo para todo mundo: o livro infantil não vai morrer", garante. De acordo com Guilherme, as obras, pelos olhos da criança, se tornam um brinquedo.

Empreendedores criam serviço para católicos no Rio Grande do Sul

Mensalmente, os cerca de 15 mil assinantes do clube Minha Biblioteca Católica recebem em casa um box com um livro e outros itens ligados à religião, como imagens de devoção e marca-páginas, por exemplo. O negócio gaúcho foi criado por três amigos católicos em dezembro de 2017 e o primeiro envio foi realizado em janeiro de 2018. A modalidade tem o custo de R$ 59,90.
De acordo com um dos sócios, Matheus Bazzo, uma das características do clube é a alta qualidade dos títulos. "Procuramos o melhor tratamento editorial tanto na área gráfica quanto na de tradução", descreve. "Temos um time dentro da empresa que escolhe as obras, baseadas em livros consolidados da tradição. São livros que todos os católicos gostam e outros que consideramos tesouros escondidos, que são muito bonitos e importantes na história", explica.
EQUIPE MINHA BIBLIOTECA CATÓLICA/DIVULGAÇÃO/JC
O empreendimento conta com 25 colaboradores. A equipe criativa trabalha em Porto Alegre e a parte de expedição e atendimento ao cliente é localizada em Dois Irmãos. Conforme Matheus, a ideia surgiu da oportunidade no meio. "Tínhamos o interesse em comum em empreender na área. Notamos que isso faz falta no meio católico. No Brasil é mais raro, mas em outros países é popular", expõe.
"A Minha Biblioteca Católica é o clube que gostaríamos de assinar", sublinha, acrescentando que são enviadas biografias também. De acordo com ele, a faixa etária dos associados do clube de assinatura de livros surpreende. "É um público bem jovem. A maioria tem entre 20 e 40 anos. Nas bordas sempre tem gente mais nova, e também mais idosa. O mais velho tem 92 anos", revela. "Às vezes, as pessoas relacionam o catolicismo aos mais velhos, mas uma identidade comum nos fiéis nos últimos anos é tentar voltar a descobrir as belezas do mundo cristão", diz Matheus.
EQUIPE MINHA BIBLIOTECA CATÓLICA/DIVULGAÇÃO/JC
A iniciativa ganhou elogios de religiosos, dentre eles o Padre Paulo Ricardo, que contabiliza quase um milhão e meio de seguidores no Facebook. Devido ao sucesso, Matheus tem expandido a atuação empreendedora na religião. Em agosto, juntamente com outro grupo de investidores, fundou a Lumine, plataforma de streaming com catálogo de produtos audiovisuais para religiosos.

Clube aposta em livros de gestão

Blueprintt Box envia ainda plano para leitor terminar título em 25 dias

Voltado para executivos e profissionais com interesse em gestão de negócios, o Blueprintt Box completou um ano em junho de 2019. Os planos custam entre R$ 79,00 (para quem adere anualmente) e R$ 97,00 (assinatura mensal). “O clube começou após percebemos que a leitura de bons livros é uma característica unânime entre os homens de sucesso que alcançam o topo dos negócios”, conta Bruno Andrade, CEO da empresa.
DIVULGAÇÃO/JC
Segundo ele, a equipe de curadoria escolhe conteúdos que produzirão as habilidades e conhecimento necessários para alcançar o sucesso. A assinatura, explica, melhora o hábito de ler. “Eles são conscientes de que precisam ler. Quando compram, na maioria das vezes, não passam do primeiro capítulo e o livro se torna mais um item na decoração das estantes”, aponta Bruno.
O assinante recebe uma obra, um resumo executivo com as principais sacadas do livro (para relembrar conceitos já lidos) e plano de leitura para finalizar em 25 dias. A entrega é feita para todo o país, mas São Paulo é o estado com o maior número de assinantes, concentrando 35% da base total de membros.
A Blueprintt não nasceu como box. O empreendimento, com sede na cidade paulista de Barueri, existe há mais de dez anos e é focado no desenvolvimento da gestão, promovendo eventos e cursos.
DIVULGAÇÃO/JC
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