De parques a hotéis, negócios temáticos entretêm os mais diversos perfis de turistas que chegam à segunda cidade mais visitada do Brasil

Um roteiro estiloDisney em Gramado


De parques a hotéis, negócios temáticos entretêm os mais diversos perfis de turistas que chegam à segunda cidade mais visitada do Brasil

Não precisa mais atravessar o Atlântico para viver uma experiência europeia. O hotel Colline de France, inaugurado no final de 2018, em Gramado, é todo influenciado pelo estilo francês, desde a decoração até a culinária. Localizado no bairro Avenida Central (rua Vigilante, nº 400), o negócio, que recria uma mansão clássica do país europeu, nasceu a partir da vontade do casal Ana Clara Grings Tomazi e Jonas Tomazi de trabalhar junto. Ana Clara era diretora comercial da Piccadily e Jonas, corretor e captador de investimentos.
Não precisa mais atravessar o Atlântico para viver uma experiência europeia. O hotel Colline de France, inaugurado no final de 2018, em Gramado, é todo influenciado pelo estilo francês, desde a decoração até a culinária. Localizado no bairro Avenida Central (rua Vigilante, nº 400), o negócio, que recria uma mansão clássica do país europeu, nasceu a partir da vontade do casal Ana Clara Grings Tomazi e Jonas Tomazi de trabalhar junto. Ana Clara era diretora comercial da Piccadily e Jonas, corretor e captador de investimentos.
"Minha profissão me levava cada vez para longe, eu queria algo que trouxesse para perto", diz ela. Biomédica de formação, a empreendedora comenta que carrega características da vivência no ramo calçadista ao hotel. "A ideia era construir a personalidade desse ambiente, não trazer só um lugar, mas uma história, uma imersão, relaxamento total. A Piccadily, por exemplo, preza pelo conforto", explica. "O que me motivou a entrar na área da hotelaria, além da realização de um sonho, é a questão de empreender", acrescenta.
LUIZA PRADO/JC
Entre a aprovação do projeto e a finalização da construção, num terreno que pertencia à família de Jonas, foram quatro anos. O período de pesquisa incluiu visitas a hotéis tradicionais de Paris e definição sobre qual estilo focar. "Sempre gostei de decoração e já morei na Inglaterra. Gosto dessa história de princesas, cristais, brilho", relata. O decorador Roberto Waslawick, especialista no clássico, foi chamado para desenvolver os espaços do Colline. "Dizíamos que seria uma mansão europeia, mas vimos que a França trazia muitos elementos com marcos mais imponentes", diz Ana Clara, que descreve o local como inspirado no segundo império francês, datado do século 19.
A porta principal é uma réplica da porta da casa da madrasta da Cinderela, do filme live-action da Disney (2015). Em cada detalhe do hotel é possível visualizar um pedaço da França, desde o lobby suntuoso, até exemplares de livros daquela época presentes em uma mesa próxima ao hall de entrada. Isso segue com os quadros, mobiliário, abajures e até nas aberturas. Os móveis vêm de antiquários ou são esculpidos a mão por fornecedores locais. Uma essência, com predominância da lavanda, foi desenvolvida para criar a memória olfativa.
fotos LUIZA PRADO/JC
A terra de Edith Piaff ecoa na trilha sonora do primeiro andar e na gastronomia. "Temos um café da manhã totalmente direcionado para a patisserie francesa. Quem nos assessorou foi a Amanda Selbach, formada no Instituto Paul Bocuse e proprietária de uma patisserie em Canela", comenta Ana Clara. Tortas francesas, creme brullée, torta opera, fondue de queijo brie no pão da Casa Francesa são algumas iguarias presentes no buffet, no a la carte e no bistrô do Colline.
Embora o empreendimento seja voltado para casais, acaba recebendo muitas crianças. "Elas gostam de vir porque tem a fonte, tem muitas banheiras, principalmente as meninas que dizem que é castelo de princesa", acredita a proprietária. As acomodações são formadas por 34 suítes, de cinco categorias diferentes: petit colline, colline, grand colline, majestic e imperial. Todas possuem banheiro com acabamento em mármore e piso aquecido, amenidades L'occitane au Bresil, Smart TV, linha de cama Trussardi em algodão egípcio 300 fios, entre outros itens. O hotel tem, ainda, academia, bicicletas a disposição dos hóspedes e spa, com oferta de tratamentos terapêuticos, corporais, faciais e massoterapia em casal, individual e para crianças. As diárias variam de R$ 900,00 a R$ 2,5 mil na alta temporada.
A maioria do público que chega ao Colline, de acordo com Ana Clara, é gaúcho, seguido pelo paulista e pelo carioca. "O dólar alto estimula o turismo no País, mas as pessoas estão prestigiando muito Gramado, pois a cidade está se reinventando em experiências mais completas", avalia. Sobre empreender na conjuntura atual da economia, a empresária é otimista. "É um pouco de loucura e uma grande dose de sorte. Acreditar que o Brasil ainda tem saída. A gente atrai coisas boas quando são feitas com o amor", projeta.

Museu de pedras totalmente repaginado

O tradicional museu de pedras preciosas de Gramado está de casa nova. Depois de quase 10 anos de atuação na cidade, o Geo Museu passou a operar na Avenida das Hortências na Páscoa, em um prédio de 3 mil m² especialmente construído para recebê-lo e que acompanha o padrão internacional de empreendimentos como esse.
A marca tem uma nova sócia, que trouxe uma visão estratégica do Turismo. Fernanda Stürmer, cuja família é dona da Turistur, administra o negócio com Paulo da Silva, de Soledade, cidade das pedras.
"A gente tem duas frentes, a do entretenimento e a parte mais científica. A ideia de criar esse espaço é porque o acervo merece um lugar de destaque, em que as peças estejam em evidência", explica ela.
Para ingressar no local, o turista paga R$ 24,00. Há valores de meia entrada também. Além disso, os estudantes da região, que podem aprender sobre geologia, química, física e biologia, não têm custo algum. O museu conta com uma exposição de pedras e, na saída, uma loja de souvenires e joias. A expectativa é receber cerca de 150 mil visitantes ao ano.
"Abrange todos os públicos, desde o especializado, o leigo, crianças e idosos. A ideia é pegar todas essas faixas etárias e trabalhar em cima disso", acrescenta a empreendedora.
Depois de quase quatro anos de tratativas sobre a sociedade, o terreno foi escolhido, pois tem uma pedreira de basalto nos fundos. "Tudo a ver com as pedras que a gente tem", celebra Fernanda.
LUIZA PRADO/JC

Pizzaria temática parece rede norte-americana

Já que há quem considere Gramado a Disney brasileira, um dos locais que mais remete Orlando é a pizzaria Kongo, na avenida das Hortências, nº 5.683, no trajeto entre Gramado e Canela. O empreendimento foi, visivelmente, inspirado na rede norte-americana Rainforest Café, em que réplicas de elementos da natureza e som de pássaros fazem parte da ambientação. Um paraíso para a criançada.
O rodízio de pizza custa R$ 79,90 e há shows com personagens. As atrações principais são o macaco Maik e o camaleão Ary.
Outro espaço inspirado na Disney é o de souvenires. Na saída do restaurante, foi instalada uma loja de produtos, com bichos de pelúcia, canetas, ímãs de geladeira e outros artigos para eternizar a experiência. Gramado, definitivamente, entrou na vibe dos destinos internacionais. Turistas que frequentam redes gastronômicas de sucesso fora do País se sentirão à vontade na Kongo.

Parque de cerveja aposta na interatividade na Rua Coberta

Gramado já é conhecida por suas marcas de cerveja. Agora, além de degustar e comprar os produtos, turistas podem mergulhar na história e no processo de fabricação.
O recém-inaugurado Bierpark é um espaço de dois andares que faz parte do complexo da Rasen Platz, na Rua Coberta. O local oferece várias atrações que prometem agradar também o público infantil.
A visita é guiada e aborda desde o surgimento da cerveja, na Antiguidade, até a aplicação da pasteurização, no século 19. Painéis interativos e bonecos, como uma múmia, um bárbaro e uma réplica do químico Louis Pasteur, ajudam a contar a história de maneira lúdica. Bem no estilo Disney de se fazer negócios.
A maneira de fabricar a cerveja, além de ingredientes e insumos, é apresentada pelos monitores. Os mais curiosos podem sentir o gosto do malte e do lúpulo em suas formas originais.
No andar de cima, o passeio ganha mais ares de tecnologia. Por ali, é possível ver uma animação em realidade virtual 3D, viajar em uma simulação 4D, se informar por telas touch e até "andar" de bicicleta pelas ruas da cidade turística, que são projetadas em uma tela.
O Bierpark abriu recentemente e funciona das 10h às 22h. A entrada custa R$ 50,00 com direito a uma degustação de chopp 300 ml no final, na loja da cervejaria, ou R$ 70,00 com direito a degustação de cinco tipos da bebida (ambas as opções para maiores de 18 anos). Tem, ainda, a entrada para estudantes, a partir de R$ 40,00, e crianças, com valores que partem de R$ 25,00.
A novidade, administrada pela Rasen Bier e Gramado Parks, recebeu um investimento de R$ 15 milhões. O músico Sady Homrich, do Nenhum de Nós - e expert em cervejas -, ajudou na concepção do projeto.