No GeraçãoE, conversamos diariamente com quem empreende sobre as suas trajetórias no mundo dos negócios. Falamos de sucesso, de fracasso, sobre ideias supercriativas e sobre outras muito simples. Por isso, passar pelo Circuito Empreendedor do CriaLab, laboratório de criatividade do Tecnopuc, foi uma experiência reveladora.
A dinâmica dura em torno de três horas e é oferecida de forma gratuita para o público em um esforço conjunto dos setores do Tecnopuc. Neste dia, um grupo de comunicadores foi convidado a viver uma manhã cheia de desafios.
A primeira dinâmica, comandada pela equipe do Idear, questionava as nossas ideias e desejos para o futuro. Assim, um participante foi colocado de frente para outro, em uma espécie de rodízio. Ao soar da buzina, muda-se o parceiro. A cada parada, que dura em torno de um minuto, conversamos sobre diversos aspectos da vida, como quais conselhos sempre ouvimos de nossos pais, comida preferida e o que esperamos para o futuro.
Em um segundo momento, recebemos o desafio de pensar novas funções para um esparadrapo, um objeto que a priori não parece ser minimamente criativo. Em post its, cada participante deveria escrever os possíveis usos para o item, do tradicional aos mais inventivos.
Depois disso, pensamos qual público poderia usar o esparadrapo e, posteriormente, elencamos quais tecnologias podem substituir os usos que pensamos para o objeto. Divididos em grupos de quatro participantes, retiramos três post its que iriam guiar a nossa manhã.
O meu grupo pegou as seguintes sentenças: "curativo para boxeador", "enfermeiros" e "colar parte do corpo humano". A partir daí, fomos desafiados a elaborar um produto ou uma tecnologia para solucionar o problema que tínhamos em mãos.
Esse é um momento chave para muita gente que têm o desejo de abrir o próprio negócio, mas ainda não teve uma ideia instigadora. A experiência do circuito empreendedor mostra que, mais importante que um grande insight, é estar ciente do problema que ele resolve e com qual nicho ela dialoga.
Ou seja, de nada vale ter um superprojeto se o empreendedor ou empreendedora não prestar atenção às demandas ao nosso redor e pensar soluções para elas. O coletivo importa.
Hora de executar a ideia
Com a ideia em mente, passamos para o protótipo do negócio, momento em que definimos público-alvo, proposta de valor, estratégias de comunicação. Com essas etapas concluídas, chegamos ao ponto de, finalmente, concretizar o produto.
No nosso caso, desenvolvemos uma luva relaxante para quem tem tarefas desgastantes com as mãos em sua rotina ou para quem apenas deseja um momento de autocuidado. Com propriedades para combater o envelhecimento e para hidratação, a luva também possuiria agentes anti-inflamatórios e antissépticos, pensando no personagem boxeador lá do início da dinâmica.
Fomos até o Tecnopuc Fab Lab, laboratório de criatividade e prototipagem. Com diversas ferramentas, que vão desde impressoras 3D a simples parafusos, o espaço permite que os empreendedores e empreendedoras façam esboços de seus produtos. Essa etapa serve para mostrar erros e acertos no que diz respeito a escolhas de design e funcionamento.
E vejam que bacana: o local é aberto ao público uma vez por semana! Informações mais detalhadas sobre o seu funcionamento estão no site do Tecnopuc.
De lá, o grupo saiu com uma pequena luva feita em placas de madeira cortada a laser para tornar palpável o conceito. Com o protótipo em mãos, chegou a hora do famoso pitch, ou seja, de apresentar a ideia para investidores. Fomos desafiados para, em dois minutos, mostrarmos a representantes de duas startups o produto que desenvolvemos. No curto período, temos de resumir tudo do nosso negócio.
Nesse momento, deu para sentir na pele como é difícil colocar um produto no mercado. Mesmo confiantes da nossa proposta, os questionamentos feitos pelos possíveis investidores fizeram repensar a viabilidade do objeto que desenvolvemos naquela manhã.
Embora sem o intuito de realmente desenvolver aquela luva, o circuito é uma boa possibilidade para quem deseja colocar a cabeça para funcionar. O que surge ali não necessariamente precisa ser viável, mas a dinâmica apresenta uma maneira de instigar a criatividade na hora de abrir um negócio.
O próximo circuito está previsto para outubro e mais informações podem ser encontradas em www.pucrs.br/tecnopuc.