A gaúcha Neugebauer foi fundada no Rio Grande do Sul e, hoje, exporta para 30 países

Todo mundo de olho no mercado de chocolates


A gaúcha Neugebauer foi fundada no Rio Grande do Sul e, hoje, exporta para 30 países

É do Rio Grande do Sul a primeira indústria de chocolates do Brasil. A Neugebauer foi fundada em 1891, na Capital, por Fritz Gerhardt e pelos irmãos Franz e Max Neugebauer. A empresa, que pertence à família Vontobel, tem apresentado números positivos de crescimento nos últimos anos e pretende inovar além do varejo. De acordo com o diretor comercial, Sérgio Copetti, há um estudo em andamento para franquiar os quiosques Bib's. Atualmente, são cinco unidades próprias presentes em shoppings de Porto Alegre e Grande Porto Alegre. "Os quiosques foram um aprendizado muito interessante nosso de modelo. A indústria é diferente, tratamos com o varejista", compara. Segundo ele, o segredo da longevidade da indústria é a obsessão pela qualidade. "Essa é uma fortaleza que temos para entrar em mercados que não somos tão conhecidos", analisa.
É do Rio Grande do Sul a primeira indústria de chocolates do Brasil. A Neugebauer foi fundada em 1891, na Capital, por Fritz Gerhardt e pelos irmãos Franz e Max Neugebauer. A empresa, que pertence à família Vontobel, tem apresentado números positivos de crescimento nos últimos anos e pretende inovar além do varejo. De acordo com o diretor comercial, Sérgio Copetti, há um estudo em andamento para franquiar os quiosques Bib's. Atualmente, são cinco unidades próprias presentes em shoppings de Porto Alegre e Grande Porto Alegre. "Os quiosques foram um aprendizado muito interessante nosso de modelo. A indústria é diferente, tratamos com o varejista", compara. Segundo ele, o segredo da longevidade da indústria é a obsessão pela qualidade. "Essa é uma fortaleza que temos para entrar em mercados que não somos tão conhecidos", analisa.
EDUARDO VIDAL/DIVULGAÇÃO/JC
No Brasil, a marca está na terceira posição de marketshare, tendo fechado 2018 com 3,9% da fatia de vendas de chocolates, conforme dados da Nielsen Ano Móvel Fev/2019. No Estado, possui 19,6 pontos e é líder de mercado no segmento tabletes, com 30,3 pontos no Interior. Já a Bib's disputa a liderança de mercado no segmento confeito com a M&Ms, da norte-americana Mars. Os produtos são também exportados para mais de 30 países. 
O diretor comercial pontua que a previsão é fechar 2019 com o faturamento de R$ 370 milhões, 16% a mais que no ano passado (R$ 320 milhões), quando totalizou um volume de vendas no mercado interno de 10,3 mil toneladas.
O objetivo para 2020 é chegar em 5% de marketshare nacional. Para isso, a empresa tem priorizado o aumento de distribuição e buscado uma exposição de destaque no ponto de venda. "Isso acontece por meio de lançamentos de novas embalagens e produtos, incremento e qualificação da estrutura comercial e investimentos em materiais de ponto de venda", explica Sérgio. "Nossa expectativa é realizar a melhor Páscoa da história da empresa", acrescenta.
Para a data, foram lançados cinco kits presentes com preços de R$ 9,99 a R$ 19,99. A Neugebauer não trabalha com ovos de chocolate, mas Sérgio aponta que isso não tem a ver com a disputa de custo-benefício entre o ovo e outros formatos.
"Entendemos que há uma mudança de comportamento no consumidor, que não deixa os ovos de lado, mas também indo para barras e bombons, que são nossos principais produtos", afirma.
Na avaliação do executivo, o consumidor brasileiro está mais consciente e racional no processo de decisão de compra, em parte devido ao período de crise econômica. "Esse consumidor está menos fiel às suas marcas preferidas e mais propenso a experimentar alternativas de consumo", contextualiza.
Um dos focos aproveitado nesse viés foi a renovação e o lançamento de novos produtos Bib's, cujas embalagens foram desenvolvidas para se destacar nas gôndolas, atraindo a atenção dos consumidores. "Além das novas embalagens, a Neugebauer promove o lançamento de mais uma extensão da linha Bib's, que são as barras familiares de 80g, 85g e 90g", comenta.
"Entendemos que o Bib's poderia estar mais próximo dos consumidores se assumíssemos o risco de extrapolar o formato confeitos, que restringia a marca às ocasiões de consumo individual", esclarece.
Embora os investimentos estejam centrados no Bib's e em outros nomes conhecidos (como Stikadinho, Love-Me, Refeição e Mu-Mu), a campeã de vendas da marca continua sendo o produto pioneiro do empreendimento: a barra familiar Neugebauer, que corresponde a 47% do volume, seguida dos bombons (Amor Carioca, Neugebauer Hits e Lembranças). Juntas, as duas linhas de produtos são responsáveis por 78% do volume de chocolates.
Mesmo com o notável surgimento de chocolates artesanais, Sérgio diz que o objetivo da Neugebauer é o consumo de massa, portanto a competição é com gigantes globais do mercado. O executivo dá uma dica para novos empreendedores, independentemente de qual seja o segmento.
"Hoje, entendemos que, mesmo estando mais bem estruturados, é preciso ter planejamento na hora de montar um negócio. Com isso, tu minimizas os riscos do mercado. É preciso entender primeiro qual será o teu mercado, entender quem são teus concorrentes, qual o nicho, entre outros. Sempre priorizar a entrega de qualidade, seja de produtos ou serviços", aconselha.
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O desafio de gerir duas marcas para públicos distintos

A Páscoa é um divisor de águas para as empresas que têm no chocolate o seu principal produto. Para o Grupo CRM, detentor das marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, a data representa 30% do faturamento anual. Neste ano, por exemplo, o grupo produziu cerca de 3,5 milhões de ovos. "A nossa expectativa é de fazer a melhor Páscoa dos últimos cinco anos. Em 2018, apesar de um cenário difícil, tivemos resultados muito expressivos. Fechamos o ano com faturamento de R$ 1,5 bilhão, 15% a mais do que o ano anterior", acredita Renata Moraes Vichi, vice-presidente do Grupo CRM.
DIVULGAÇÃO/JCOperando desde 1928, a Kopenhagen é conhecida por ter chocolates finos em sua cartela de produtos. "É uma marca bem-sucedida, sinônimo de qualidade, tradição e sofisticação. No mercado, somos referência graças ao nosso investimento constante em inovação, criação de novos produtos e relacionamento próximo com os consumidores. Tudo isso nos mantêm na liderança de chocolates finos", conta Renata. Com 91 anos de tradição, a Kopenhagen possui 390 lojas no Brasil e planeja, em 2019, inaugurar mais 40 unidades.
Apesar de ter uma marca consolidada em seu portfólio, o Grupo CRM criou, em 2009, a Chocolates Brasil Cacau para buscar um público diferente do consumidor da Kopenhagen.
"A Brasil Cacau surgiu através de um desejo meu de empreender algo novo. Sou muito inquieta e movida a desafios. Então, resolvi criar uma marca de chocolates com uma proposta bem diferente da Kopenhagen, que atendesse a um outro perfil de consumidor. Somos uma marca jovem, democrática, inovadora e divertida e o nosso público é formado por jovens adultos, de 25 a 35 anos, classe B/C." Em 10 anos de operação, a Brasil Cacau tem 380 lojas no País e deve abrir 60 novas unidades neste ano. Com fábrica em Minas Gerais e aproximadamente mil colaboradores em seu quadro, o grupo usa a mesma matéria-prima para produção nas duas marcas.
"O que muda, além dos recheios, é o tempo de conchagem do chocolate, ou seja, o tempo que ele é processado. Na Kopenhagen, o chocolate bate no tacho cerca de 72 horas, já na Brasil Cacau, 24 horas", explica.
Para o grupo, o maior desafio de gerir duas marcas de chocolate com propostas distintas é entender as necessidades de cada consumidor. Na Páscoa, a grande novidade da Kopenhagen é a linha Exagero, que traz quatro versões de seus produtos com 70g a mais de recheio e em diferentes sabores: Ovo Exagero Palha Italiana, Ovo Exagero Nhá Benta Avelã, Ovo Exagero Pão de Mel e Ovo Exagero Frutas Vermelhas com Amêndoas. A Brasil Cacau aposta nos ovos recheados. Além dos sabores Brigadeiro e Dinda, que já estão no mercado, a marca lança o Ovo Gato Mia Trufado, o Ovo Churros e o Ovo Trufado com biscoito Negresco, em parceria com a Nestlé.

Você sabia?

Além da Neugebauer e da Kopenhagen, outras empresas de chocolate no Brasil têm anos de história, como a Nestlé e a Lacta. Confira a linha do tempo de cada uma delas:
Nestlé
NESTLÉ/REPRODUÇÃO/JC
Criado na Suíça, no século XIX, o Grupo Nestlé instalou sua primeira fábrica no Brasil em 1921, em Araras, no estado de São Paulo. O objetivo era produzir o leite condensado Milkmaid, que ficaria conhecido como Leite Moça. Posteriormente, a empresa adquiriu outras companhias tradicionais no segmento, como a Gardano S.A., em 1957 (do chocolate em pó dos frades e do Alpino), e a Garoto, em 2002. Atualmente, está presente em 194 países e conta com 328 mil colaboradores. Entre os planos para o futuro, a Nestlé informou, em março, que pretende aumentar o número de mulheres executivas sênior em todo o mundo. Confira alguns lançamentos da Nestlé e da Garoto ao longo dos anos:
1948- Lançamento do Batom (antigo Leite e Mel), pela Garoto
REPRODUÇÃO/GAROTO/JC
1960- Galak
1971- Chokito
1980- Suflair
1982- Lollo
1983- Surpresa
1985- Charge
1988- Caixa Especialidades
1993- Talento (Garoto)
Lacta
A fábrica da Lacta foi inaugurada em 1912, pelo cônsul suíço Achilles Isella, em São Paulo. A empresa passou por alguns percalços, como um incêndio, na década de 1920, e dificuldades financeiras provindas da queda da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, chegando a entrar em concordata no ano seguinte. A marca, inclusive, passou pelas mãos do empresário e magnata da mídia Assis Chateaubriand, que assumiu a Lacta de 1938 a 1941, até que passou para a administração da família Barros e os Negrini. Em 1996, iniciou a negociação para a Kraft Foods e, hoje, faz parte de uma divisão do Grupo Mondelez.
1938- Diamante Negro (em homenagem ao jogador da seleção brasileira Leônidas da Silva)
LACTA/REPRODUÇÃO/JC
1962- Confeti, Laka e Ouro Branco
LACTA/REPRODUÇÃO/JC
1992- Lancy