Dono da Gramados América já foi a Dubai e ao Peru em busca de expertise

Especialização técnica como diferencial nas empresas


Dono da Gramados América já foi a Dubai e ao Peru em busca de expertise

Basta olhar para um pedaço de grama sintética que Lauro Duarte, 53 anos, sabe se ela é mais adequada para um campo de futebol ou para fins decorativos, para zonas de impacto ou de menos circulação. Ele conhece até os detalhes do cabinho interno do produto, que pode ter formato de S ou de C, o diâmetro de um fio de cabelo ou quatro vezes maior que isso. O conhecimento técnico, entende o empreendedor, é o grande diferencial da equipe da Gramados América, há 20 anos no mercado gaúcho.
Basta olhar para um pedaço de grama sintética que Lauro Duarte, 53 anos, sabe se ela é mais adequada para um campo de futebol ou para fins decorativos, para zonas de impacto ou de menos circulação. Ele conhece até os detalhes do cabinho interno do produto, que pode ter formato de S ou de C, o diâmetro de um fio de cabelo ou quatro vezes maior que isso. O conhecimento técnico, entende o empreendedor, é o grande diferencial da equipe da Gramados América, há 20 anos no mercado gaúcho.
Lauro é tão obstinado por compreender como tudo é feito que já foi até Dubai visitar a fábrica que envia o material à Sportlink, seu fornecedor em São Paulo. Além disso, entrega à clientela, junto ao material de divulgação, a cópia do certificado que recebeu da Fifa, como o único profissional brasileiro com especialização em manutenção de gramados sintéticos. O reconhecimento é resultado de um seminário que ele acompanhou em Lima, no Peru.
E a cultura da busca pelo aprofundamento teórico se espalha dentro da empresa, com sede em Porto Alegre. "Somos taxados pelo fabricante como os mais chatos tecnicamente", diverte-se Lauro. "Mas a gente bate na questão técnica por confiar no nosso produto", completa Ricardo Tarragô, gerente comercial, que ficou nada menos que um ano em treinamento.
Com essa estratégia, a Gramados América vem conquistando clientes de peso. A empresa foi responsável pela instalação da área de aquecimento da Arena do Grêmio e do Centro de Treinamento do Parque Gigante da Beira-Rio, motivo de orgulho tanto para os funcionários gremistas quanto para os colorados. O grupo soma sete representantes, um em Natal, três em Minas Gerais e três na Região Sul.
Gramados América/Divulgação/JC
Lauro despertou para o ramo após ter deixado o emprego na Ambev e começado a trabalhar numa empresa de grama sintética. Como funcionário, tinha a sensação de que a entrega poderia ser mais profissional, com respeito aos prazos e à qualidade. Chegou um momento em que decidiu se aventurar em carreira solo.
Inicialmente, deu um tiro no pé, como interpreta: quis apostar na produção nacional, com custo menor e de itens de segunda linha. No momento em que começou a se especializar no mercado, apostou nos que lhe ofereciam o melhor em termos de cola e de profissionais. "Para deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo", diz.
Gramados América/Divulgação/JC
Lauro percebe que a informação, inclusive, tem de chegar ao público. Por isso, 100% dos clientes são visitados na fase de negociação. "Passamos todo o conhecimento técnico para que a decisão seja tomada com base nisso. Algumas pessoas acham que grama sintética é tudo igual", aponta.
A falta de entendimento, inclusive, gera barreiras. Há alguns anos, a grama sintética machucava os jogadores, queimava a pele em escorregões. Hoje, há modelos preparados para evitar isso e gerar conforto para quem pratica esportes.
E como a empresa de Lauro pode ser útil para você? A Gramados América atende, na maioria dos casos, empreendedores que querem montar quadras esportivas para aluguel. O custo para estruturar um negócio desse tipo, que inclui o gramado, goleiras, iluminação, traves, redes e piso, fica entre R$ 150 mil e R$ 170 mil (exemplo para um campo de 1,1 mil m²). "Tem uma demanda muito aquecida por quadras, são preenchidas rapidamente. E elas geram uma receita de 10% do investimento ao mês. Como negócio é muito interessante", expõe Lauro, cheio de argumentos, como é de seu estilo.

Brio oferece qualificação a quem trabalha no estádio Beira-Rio

Paulo Pinheiro teve a missão de trazer ao Rio Grande do Sul um conceito novo no mercado do futebol: o dos estádios multiuso. CEO da Brio, empresa responsável pela gestão do Beira-Rio, ele considera que, após a euforia da novidade, alavancada pela Copa do Mundo, é hora de capacitar quem trabalha no local para um novo momento. "Qualidade e profissionalização são assuntos que nem temos que estar falando mais, tem que estar no DNA de todas as pessoas", entende ele, que também é professor em cursos de pós-graduação da UniRitter.
A Brio oferece treinamentos aos funcionários e marcas que atuam no complexo. Recentemente ocorreu o curso O jeito Disney de encantar clientes e uma Master Class para inspirar e atualizar profissionais no que há de mais moderno na tecnologia da indústria do entretenimento. Quem opera nas áreas de alimentação e bebidas do estádio teve acesso a técnicas em segurança de alimentos, aproveitamento e descarte de resíduos e excelência no atendimento.
Paulo entende que esse processo faz parte, inclusive, de um reposicionamento da marca, que agora foca na emoção do torcedor. Até dois anos atrás, a Brio se denominava como Beira Rio Premiere Club, com foco na comercialização de camarotes. Atualmente, a mensagem que passa é "compre sua cadeira no coração do gigante", algo mais ligado à paixão. Essa mudança de estratégia de mercado, segundo o executivo, deve ser compreendida por todo mundo que atua no negócio - que cresceu, passando de três funcionários em 2015 para 23 hoje.
"As cabeças dos indivíduos precisam estar alinhadas com tudo isso, daí entra esse assunto de qualificação. E não é só a equipe da Brio, estamos dando oportunidade para os operadores dentro do estádio, bares, lojas, restaurantes, empresas que locam espaços", detalha.
Paulo entende que dar uma cara nova a algo tão antigo, como o centenário Beira-Rio, é um desafio. "Imagina um clube como o Inter, que agora tem um cara que mexe com todos os camarotes, bares. Não é do dia para a noite que resolve. É uma cultura de profissionalização que se desenvolve", interpreta.
Na prática, o grande norte das capacitações da Brio é fomentar os negócios, gerar um ambiente ganha-ganha. Até porque, além do esporte, o Beira-Rio é um dos espaços que mais sedia shows no Brasil, logo atrás de São Paulo. E isso, segundo Paulo, se deve muito ao trabalho regrado e calcado em técnicas.

Funcionários ganham viagens a locais relacionados com café

O Grupo Press, criado em Porto Alegre pela empresária Carla Tellini em 2002, oferece treinamentos periódicos aos colaboradores. E os que se destacam ganham a oportunidade de conhecer um local que faça sentido para o universo do café. "A viagem é a distinção aos baristas e consiste em uma imersão em algum destino relacionado à produção dos grãos. Em 2018, foi a Fazenda Pessegueiro, onde é produzido e torrado o café especial utilizado no Grupo Press. Os profissionais acompanham todas as etapas da cadeia produtiva, conhecendo de perto sabores, cores e possibilidades", explica Carla.
A própria empreendedora se preocupa com as tendências - e não só da região onde atua. Ela acumula, inclusive, diversos cursos internacionais para certificação de jurada da WBT (sigla para World Barista Championship: campeonato mundial de baristas). "Além de muitas provas, testes e viagens pelos países mais desenvolvidos no preparo de espressos e lattes, como os da Escandinávia e da Itália, onde pude comprovar a importância da qualificação do barista para a extração do espresso perfeito", detalha.
Quem trabalha no Press recebe 20 horas iniciais de treinamento para execução das bebidas do cardápio e, a partir disso, outras técnicas e melhorias são desenvolvidas. Carla entende que fazer café é uma arte e, por isso, algumas pessoas se adaptam à função com mais facilidade. E é um processo contínuo. "Oferecemos leituras mensais sobre novas cafeteiras e técnicas, campeonatos, tendências. E, mensalmente, esse conhecimento é avaliado com a execução prática dos cafés e uma avaliação teórica", afirma.
Outra questão, que deriva deste treinamento, é a assinatura na xícara. Ideia do grupo, o adesivo com o nome de quem preparou a bebida valoriza o profissional. Como um chef, um alquimista do café. E, para descontrair e capacitar, ainda existem os TNTs, campeonatos mensais de Latte Art, além do treinamento e preparo para campeonatos nacionais e internacionais de baristas. "A capacitação e o reconhecimento dos colaboradores mais engajados fazem com que os baristas não sejam apenas operadores. São profissionais de excelência."