Há quem diga que se lançar no mercado nos meses de janeiro e fevereiro não vale a pena. Conversamos com pessoas que toparam o desafio ou já passaram por essa situação

Como fica o negócio no verão?


Há quem diga que se lançar no mercado nos meses de janeiro e fevereiro não vale a pena. Conversamos com pessoas que toparam o desafio ou já passaram por essa situação

Abrir uma cafeteria em pleno dezembro não estava nos planos das empreendedoras Regina Ferri e Elaine Anele, que pretendiam inaugurar o Café da Bastian na metade de 2018. "Começamos a obra em março, e a ideia era pegar o inverno, frio rigoroso, bom para café", relata Regina. A reforma, além de ter atrasado o cronograma, duplicou o investimento. Sem contar que fez elas ingressarem no mercado em uma época em que a cidade esvazia.
Abrir uma cafeteria em pleno dezembro não estava nos planos das empreendedoras Regina Ferri e Elaine Anele, que pretendiam inaugurar o Café da Bastian na metade de 2018. "Começamos a obra em março, e a ideia era pegar o inverno, frio rigoroso, bom para café", relata Regina. A reforma, além de ter atrasado o cronograma, duplicou o investimento. Sem contar que fez elas ingressarem no mercado em uma época em que a cidade esvazia.
No entanto, os imprevistos não abalaram as empreendedoras, que encontraram um jeito de gerar movimento mesmo no calor porto-alegrense. A estratégia? Adequar o negócio aos clientes, grande parte composta por advogados que trabalham nas proximidades e frequentam órgãos públicos do Judiciário. "Estávamos ansiosas e resolvemos abrir, independentemente das férias", comenta Regina. Por isso, a cafeteria opera em horário comercial, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.
Outro ponto desenvolvido para levar o público da estação é a oferta de locação de salas para reuniões. "O advogado pode atender e instruir o cliente com mais privacidade que em um shopping, por exemplo", explica Regina. O espaço, com ar-condicionado (obviamente!), comporta até seis pessoas e não exige consumação mínima. Os preços variam de R$ 50,00 (a hora) até R$ 250,00 (a diária).
Elaine aponta que o primeiro mês serviu como uma experiência, embora já tenha conquistado cativos. "Fizemos um soft open para arredondar as arestas, treinar funcionários." Ela destaca que o cardápio foi escolhido a dedo, para que tenha apenas opções "saborosas", como classifica.
A menina dos olhos da casa, claro, não poderia ser diferente. A dupla de empreendedoras teve o cuidado em selecionar um café gourmet, cujo blend é formado em Minas Gerais. "Cafeteria chama a gente pelo espírito, assim como chimarrão", compara. Mesmo que a região tenha predominância comercial, o objetivo do Café da Bastian se aproximar dos fregueses. "Saber o nome, se eles gostam de açúcar mascavo ou adoçante líquido. Queremos ter essa atenção", esclarece Regina. A empreendedora conhece o ramo. Formada em Relações Públicas, teve outro estabelecimento do tipo em outra rua do bairro Menino Deus, que fechou as portas no final de 2017. Ela topou entrar na empreitada depois de uma conversa com Elaine, graduada em Farmácia e Bioquímica e ex-proprietária de um laboratório. Colegas da época de escola, elas compartilham o otimismo como o principal ingrediente para a fórmula dar certo. "Se entrar titubeando, é melhor nem fazer", acredita Elaine.

Z Café transforma principal sobremesa em picolé

A receita levou cerca de seis meses para ser elaborada

A torta de doce de leite e chocolate, conhecida como Torta Z, é a mais tradicional do cardápio do Z Café, rede de cafeterias de Porto Alegre. Há mais de um ano, quando a marca lançou o conceito Takeaway, a sobremesa ganhou uma versão em palito. E isso deu mais atratividade ao negócio nos meses de verão.
Sandro Zanette, um dos sócios do empreendimento, diz que o lanche é produzido por um fornecedor, e demorou cerca de seis meses para alcançar o resultado final. Sandro garante que ficou a cópia fiel à original. "É uma torta de verdade. A receita não mudou em nada", pontua.
LUIZA PRADO/JC
Vendido, atualmente, em sete pontos da Capital, ao preço de R$ 9,90, o picolé também já pode ser encontrado na Praia de Atlântida (na Casa Roubadinhas, Thai In Box e Mercado Praiano). Mesmo não tendo sido uma estratégia lançada especificamente pelo Z Café para o verão, a iniciativa faz parte da proposta de inovação constante do negócio. "A loja está sempre em busca de novidades. Lançamos, recentemente, um bolo de abacaxi, banana e gengibre para o Natal. Estamos pensando em mantê-lo fixo no cardápio", comenta.
Sandro acrescenta que o menu do Z Café é o mesmo para as quatro estações. Ou seja, é possível encontrar os potes com frutas picadas tanto em julho quanto em dezembro. O mesmo vale para o café (quente e gelado).
"Quando muda de estação, um produto acaba saindo mais que o outro. O próprio café. É óbvio que no inverno vende-se mais espresso. No verão, começa a sair mais o gelado", explica. Com altas temperaturas, observa-se, ainda, o aumento das vendas de iogurte com granola, saladas, sucos e três sabores de smoothies - Astral (pêssego, morango, papaia e suco de laranja), Z (banana, morango, amora, mirtilo, iogurte natural com gengibre e suco de laranja) e Tropical (beterraba, banana e suco de laranja).
Outra aposta desta temporada do Z Café é a abertura do modelo de franquias. No final de novembro, a primeira unidade começou a funcionar na Carlos Gomes. A segunda, no Centro Histórico. "Estamos bem felizes por entrarmos no Centro", comemora.
O plano é expandir a rede por meio de franqueados, pouco a pouco.

Mudança no cardápio para manter a clientela

Este será o primeiro verão de funcionamento do Brava Gastrobar, aberto em Porto Alegre em abril. Contrariando as expectativas dos sócios João Cláudio von Frankenberg, 34 anos, e João Paulo Ely, 32, o movimento não caiu na medida em que as temperaturas começaram a aumentar. Mesmo assim, a dupla se preparou para a estação.
Como o negócio é focado em tábuas de frios, vinhos e espumantes, a dupla acreditava que o inverno seria o "mês quente" deles. Por isso mesmo, pensaram em estratégias para manter o público cativo.
Uma das ideias foi incorporar no cardápio uma tábua tropical, com queijos e frutas, que custa R$ 86,00 e serve duas pessoas. Além disso, o vinho tinto foi substituído pelo branco e por espumantes rosé nas harmonizações. "É preciso atuar de forma antecipada para algumas coisas", justifica João Cláudio, sobre alinhar a empresa conforme a época do ano.
João Paulo reforça que há mais saladas também, tudo para deixar o Brava com a cara do verão. Desde a inauguração, o empreendimento cresceu cerca de 40%, muito calcado na organização, conforme a dupla. "Temos um procedimento padrão para tudo, como se fosse uma franquia", aponta João Paulo, reforçando que a qualidade dos produtos deve ser igual para quem frequenta o estabelecimento, seja no inverno ou no verão.