Feira em São Paulo reuniu as principais redes do mercado. Destacamos algumas para quem pensa em abrir uma empresa com baixo investimento

A vez das microfranquias


Feira em São Paulo reuniu as principais redes do mercado. Destacamos algumas para quem pensa em abrir uma empresa com baixo investimento

Comprar uma franquia é uma modalidade de negócio que encurta caminhos, principalmente para empreendedores de primeira viagem. Mas engana-se quem pensa que é preciso gastar milhões para fazer parte de uma rede. Durante a feira da Associação Brasileira de Franchising, a ABF Franchising Expo, que ocorreu em São Paulo no fim de junho, encontramos diversas opções de microfranquias para quem quer (ou pode) investir até R$ 90 mil. No primeiro trimestre de 2018, o setor faturou R$ 2,12 trilhões no Rio Grande do Sul - 4,5% a mais que o mesmo período do ano passado.
Comprar uma franquia é uma modalidade de negócio que encurta caminhos, principalmente para empreendedores de primeira viagem. Mas engana-se quem pensa que é preciso gastar milhões para fazer parte de uma rede. Durante a feira da Associação Brasileira de Franchising, a ABF Franchising Expo, que ocorreu em São Paulo no fim de junho, encontramos diversas opções de microfranquias para quem quer (ou pode) investir até R$ 90 mil. No primeiro trimestre de 2018, o setor faturou R$ 2,12 trilhões no Rio Grande do Sul - 4,5% a mais que o mesmo período do ano passado.
Atualmente, são 334 redes de franquias ativas no Estado, número 20% superior em relação a 2017, formando um contingente de 4.145 franqueados em solo gaúcho. Ao total, são 52 franquias originariamente gaúchas ligadas à ABF. Muitas das empresas listadas a seguir têm interesse de adentrar o mercado do Sul. Conheça opções:

Maquininhas de brinquedos práticas

Investimento inicial: R$ 18.700

O segredo aqui são as compras por impulso. A Mr.Kids é uma franquia de vending machines com brinquedos. Você, com certeza, já viu em algum lugar. São aquelas máquinas com bolinhas, bonequinhos, pokemóns, que para obtê-los basta inserir R$ 1,00.
A franquia começou porque o filho de Antônio Chiarizzi, 70 anos, vendia essas máquinas importadas. O pai logo viu que o negócio era atrativo e criou a franquia, em 2012.
O segredo, segundo o paulista, é encontrar um lugar com bastante circulação de pessoas e crianças. A franqueadora tem convênio com grandes redes de supermercado, mas quem compra a máquina também pode conquistar os próprios pontos de venda.
Além disso, a empresa promete manutenção vitalícia e gratuita a todas as máquinas adquiridas e troca os produtos que não tenham tido saída.
O prazo de retorno é de 15 a 18 meses, com lucratividade de 35% a 40%. Como é preciso comprar da empresa os produtos de reposição, não é cobrado royaltie sobre as vendas.
Antônio afirma que é uma opção de negócio para quem não pode ou não quer comparecer todos os dias no ponto de venda. Ele recomenda que o franqueado visite a máquina uma vez por semana, para recolher o dinheiro, repor os produtos e "passar um pano, caso seja necessário".
"Muitas pessoas aderem à nossa franquia como complemento de renda e, com o tempo, passa a ser a fonte principal", conta. A Mr. Kids hoje tem 140 franqueados no Brasil.

Empreender e passar roupas

Investimento inicial: R$ 11 mil

Quando Claudio Augusto Ramos saiu da casa dos pais em Guararema, em São Paulo, e foi morar sozinho em Mogi das Cruzes, descobriu que as roupas não se passavam sozinhas. Brincadeiras à parte, foi neste ínterim que o ex-consultor do Sebrae e hoje sócio da Mania de Passar teve a ideia inicial da empresa. Como ele precisava usar roupa social todos os dias, viu que o serviço de passadoria em lavanderias saía muito mais caro para quem podia lavar as roupas em casa. Junto aos sócios Thiago Favanazzo Florencio e Eduardo Koji, a empresa tomou forma. Com folhetinhos compartilhados no bairro, a primeira experiência foi com a sogra de Koji, dona Nadir. "Hoje, ela é a mentora de todas as unidades. Já deu mentoria para mais de 200 pessoas", conta Claudio.
A franquia habilita o serviço de passadoria de roupas para quem quer trabalhar em casa ou ter uma sede. Normalmente, a pessoa que compra a franquia é a mesma que passa a roupa, administra o negócio e faz as entregas.
No início, o trio imaginava que as franqueadas seriam donas de casa e pessoas que quisessem ficar com os filhos e gerar renda. Para surpresa deles, 70% dos franqueados são homens que escolheram trocar de profissão ou estavam à procura de recolocação no mercado. O investimento inicial é de R$ 11 mil. "Pelo preço acessível, muita gente usou o dinheiro da rescisão trabalhista para investir", conta. "Tem médico, engenheiro, piloto. Um dos nossos franqueados, de Brasília, é ex-tenente do exército e tem 135 clientes lá", exemplificou.
Em dezembro de 2016 a startup recebeu R$ 200 mil em aceleração da Porto Seguro e da Plug and Play, e está investindo num sistema de gestão para os franqueados. Do lado dos clientes, a Mania de Passar funciona como um clube de assinaturas. Com planos que partem de 15 peças por semana por R$ 144,00 mensais. No Sul, há uma única unidade em Curitiba.
 

Ginástica para o cérebro

Investimento inicial: R$ 60 mil

Nadia Benitez, 39 anos, é licenciada em Letras, especialista em neuropedagogia e psicopedagogia clínica. Em 2012, criou a Ginástica do Cérebro, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Com o objetivo de ser uma franquia educacional, a empresa compreende a estimulação do cérebro através de jogos, enigmas e soroban. Atualmente, a empresa tem 22 unidades, uma delas em Nova Prata, no Rio Grande do Sul.
"Muitas pessoas da terceira idade procuram, por serem atividades que tiram o cérebro da zona de conforto", conta Nadia. Estudantes com dificuldade no desenvolvimento escolar também utilizam muito as atividades. "Às vezes, vêm crianças tristes e para baixo porque não estão conseguindo aprender a ler, ou alguém que está se recuperando de um AVC. E os resultados são muito gratificantes." Com metodologia desenvolvida por ela, a franquia oferece encontros semanais de duas horas, e os participantes pagam uma mensalidade.
"É como uma academia, mas para as sinapses." O investimento inicial varia de R$ 60 a R$ 80 mil, contando o capital de giro. Segundo Nadia, o ponto de equilíbrio do negócio é atingido de seis a 18 meses, e o retorno do capital investido se dá em até 24.

Reparo expresso de celulares

Investimento inicial: R$ 30 mil

A Hashtec é uma franquia expressa de reparos de celulares, que abriu sua operação durante a feira da ABF deste ano. Aos 18 anos de idade, Lucas Linhares, 35 anos, consertava celulares. Aos 22, abriu uma empresa própria ao lado do irmão. Hoje, eles têm cerca de 700 funcionários e realizam 40 mil reparos por mês. Vislumbrando um crescimento ainda maior, resolveram abrir para outras pessoas oferecerem o serviço através de uma rede, chamada Hashtec.
A solução vem para cobrir a lacuna deixada pelas assistências técnicas autorizadas, que estão somente em capitais e que têm prazos longos de devolução do smartphone. "Fazemos reparos em até 40 minutos. Sendo que 90% deles é de tela quebrada", conta. A cobrança de royalties se dá por um valor fixo, e a franquia tem modelo de loja e de quiosque. Lucas está confiante que a franquia irá dar certo. "Numa cidade com 100 mil habitantes há cerca de 100 mil telefones para serem consertados", exclama. A franquia pode ser adquirida a partir de R$ 30 mil até R$ 80 mil.
 

Cuidadores de idosos e professores particulares

Investimento inicial: R$ 25 mil e R$ 85 mil

Arthur Hipolito acredita que está num ramo que nunca será substituído por máquinas. É dele, junto da esposa Leila Bueno, as franquias Home Angels e Tutores, que estão dentro do grupo de franquias Zaiom. Tudo nasceu com a Tutores, em 2008, a partir da experiência com os filhos: um tinha dislexia e o outro, déficit de atenção.
Eles viram que nos Estados Unidos haviam organizações que davam auxílio para este tipo de aluno, e resolveram se aprofundar no assunto. "Ao atender as crianças, acabamos chegando à reconstrução do equilíbrio familiar", esmiúça ele. Arthur já tinha experiência no franchising como diretor das escolas de inglês Wizard.
A Home Angels, por sua vez, opera na otimização do serviço de cuidadores para idosos.
"A presença das pessoas é muito importante nestes dois âmbitos, onde a tecnologia não poderá substituir com tanta rapidez", pontua. Para cidades com até 50 mil habitantes, o investimento inicial da Tutores fica em R$ 25 mil. O da Home Angels, R$ 85 mil, para cidades com até 250 mil habitantes.