Sobre o Autor
Angelo Muratore, fundador do Ciclo Empreendedor Foto: JEFFERSON BERNARDES/DIVULGA��O/JC

Angelo Muratore

Fundador do Ciclo Empreendedor

Empreender passa por aprender

Na maior crise desde 1929, a economia mundial é derrubada pela falência do banco Lehman Brothers. A InBEV, liderada por brasileiros, faz a aquisição de um ícone americano consolidando-se como a maior cervejaria do mundo. Após 90 IPOs em dois anos, o mercado brasileiro perde atratividade ficando estagnado por anos. Instagram e WhatsApp ainda não existiam, e o Facebook começava a se consolidar como rede social. Em 2008, o IBGE divulgou que mais de 50% dos empregos criados nos anos anteriores foram gerados por Empresas de Alto Crescimento (EAC), àquelas que crescem mais de 20% em número de funcionários a cada três anos. Iniciativas governamentais, como Lei do Microempreendedor Individual (MEI), também entraram em vigor. Nesse contexto, alguns jovens começaram a ser tachados de incompreensíveis, e até malucos, por deixar de lado a perspectiva de uma carreira profissional em empresas consolidadas ou no serviço público, como fazia a maioria das pessoas com a mesma idade na época. Eu era um deles. Fazer a diferença era nosso objetivo, mal sabíamos que teríamos que descobrir a lidar com o diferente. Aqui nascia o Ciclo Empreendedor.
Empreendemos, desaprendemos, aprendemos. Nos adaptamos às mudanças nesse decorrer de 10 anos, que foram muitas. As relações de consumo mudaram, as ferramentas de comunicação são outras, surgiram propósitos que empoderam as pessoas. Hoje, não cabe a empresa solucionar problemas da humanidade por si só, vai além. Na nova lógica, em rede, as companhias devem dar autonomia às pessoas para que o façam atuando como um nódulo conector entre aqueles que detém o maior conhecimento, aqueles que criam soluções e aqueles que as consomem.
Percebo, no modelo do nosso próprio negócio, que a forma de liderar já não é mais a mesma. Passamos por um novo arquétipo de mundo, no qual o masculino abriu espaço para o feminino, as pessoas passaram a valorizar o propósito das instituições, o poder se transformou em potência, o indivíduo perde espaço para o coletivo e o corporativismo está sendo vencido pelo empreendedorismo. As mudanças passaram por entender que para gerar comunicação dentro de um negócio é fundamental ter conexão entre as pessoas e compartilhamento de cultura, termo esse que já está tão batido e pode parecer modismo, mas é algo que envolve o equilíbrio entre a liderança, o time, a estratégia de curto, médio e longo prazo. A mesma cultura que nos faz vencer pode ser o impeditivo de uma transformação necessária em um contexto fluido. O que era força, pode ser tornar uma fraqueza. Entretanto, uma coisa não mudou, na verdade se ampliou: o motor dos empregos criados no País continuam sendo as EAC.
Desenvolver empreendedores por meio da troca de experiências práticas é compreender o contexto do mundo, País e estado a partir de uma visão alinhada à realidade junto à inovação. Hoje, após 10 anos, o Ciclo já soma mais de 200 empreendedores impactados diretamente, mais de 200 empresas conectadas, dezenas de mentores formados e pessoas impactadas pelos nossos programas de coaching e mentoria.
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