Publicada em 09 de Setembro de 2021 às 17:35

Pesquisador da Ufrgs contribui para melhoria dos rebanhos bovinos

Evolução nos estudos permitiu uma melhoria crescente nos sistemas de reprodução animal

Evolução nos estudos permitiu uma melhoria crescente nos sistemas de reprodução animal


MARCO QUINTANA/ARQUIVO/JC
Osni Machado, do Rio de Janeiro, especial para o JC
O Brasil tem um rebanho cerca de 220 milhões de bovinos e, na atualidade, o País figura entre os primeiros em volume de carne exportada no mundo. Por trás deste cenário está a contribuição da pesquisa para o ganho em qualidade e de produtividade. Neste contexto cabe destacar, por exemplo, os avanços ligados à área das biotécnicas de reprodução assistida.
O desenvolvimento científico no Brasil, direcionado à reprodução animal, começou a crescer a partir dos anos 1950 e continua a evoluir. O professor titular da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Favet/Ufrgs) José Luiz Rigo Rodrigues é um destes cientistas.
A fiosiopatologia da reprodução, com ênfase nas denominadas biotécnicas de reprodução é uma delas, permitindo a aceleração dos programas de melhoramento animal e uma alavanca na obtenção de maior eficiência na fertilidade dos rebanhos, como por exemplo, com o emprego da inseminação artificial.
Rodrigues explica que os estudos evoluíram e hoje o conhecimento permite compreender muito bem a mecânica de reprodução tanto em machos, como em fêmeas. E essa evolução iniciou nos anos 1950.Ele detalha que, em um contexto maior, houve um grande esforço no sentido de organizar a ciência nacional. E, segundo ele, isso começou, de modo efetivo, a partir dos anos 1960 e, deste modo, permitiu inserir a contribuição nacional em âmbito mundial. Ele cita que, o desenvolvimento das ciências agrárias, somado à criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nos anos 1970, fizeram o agronegócio brasileiro crescer e tornar-se hoje um dos setores de maior pujança no cenário econômico nacional.
"A área da Medicina Veterinária vem crescendo. E nós somos um País de um conhecimento ainda bastante jovem. A primeira escola de veterinária foi criada pelo Exército Brasileiro no Rio de Janeiro no início do século XX", explica. O objetivo do Exército era encontrar, com a formação de médicos veterinários, um meio para controlar o mormo, doença que acomete os equinos e é transmitida a humanos. Segundo ele, tal esforço levou à criação dos programas de controle sanitário dos rebanhos brasileiros. "Isto começou aqui na Faculdade de Veterinária, em Porto Alegre, na Ufrgs", destaca.
"A primeira turma iniciou os seus estudos em 1923 e se formou em 1926, e entre eles estava o cientista Desidério Finamor, que inclusive, emprestou o seu nome ao Instituto de Pesquisa Veterinária do Estado (IPVDF), que nasceu a partir de uma grande demanda por pesquisa e produção de vacinas contra a febre aftosa, na década de 1940", conta ele.
Rodrigues, já acadêmico do Curso de Medicina Veterinária, em meados de 1973, prestou concurso público para técnico de laboratório, que na qualidade de nível médio, apresentou provas fáceis em comparação às do vestibular, o que aprovou na sua quase totalidade os acadêmicos da Ufrgs de diferentes áreas do conhecimento. E em 1974, ele tomou posse no cargo e foi lotado na Faculdade de Veterinária, no antigo Departamento de Patologia, junto ao Laboratório de Análises Clínicas, à época sob a responsabilidade da professora Maria Helena Amaral.
No primeiro semestre de 1975, Rodrigues passou a atuar no recém-criado Laboratório de Reprodução Animal sob a liderança dos professores Ivo Wentz e Carlos Antônio Mondino Silva. "A partir deste momento foram criadas as condições, que levaram ao professor Hans Merkt a convidar-me para realizar o Curso de Doutorado na Escola Superior de Veterinária de Hannover, na Alemanha", lembra.
Trabalhos incluem fisiopatologia de reprodução em ruminantes
O professor lembra que, em março de 1978, defendeu a sua dissertação de mestrado junto ao Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias (Ppgcv), trabalhando por dois anos com mortalidade embrionária precoce de suínos (1976-77). Ao final de março de 1978 viajou à Alemanha com bolsa de estudo outorgada pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), onde em abril de 1981 defendeu a tese de doutorado.
No Laboratório de Biotécnicas da Reprodução da Clínica de Obstetrícia e Ginecologia da Escola Superior de Veterinária de Hannover trabalhou sob a orientação do professor doutor Joachim Hahn, onde realizou experimentos sobre a micromanipulação de embriões mamíferos com a produção de gêmeos idênticos por bipartição embrionária.
"Em maio de 1981, eu fui contratado pela Ufrgs no cargo de professor adjunto (em agosto de 1981, iniciei as atividades de professor e orientador do PPGCV) e, finalmente, em fevereiro de 1985, realizei e fui aprovado no concurso público para o cargo de professor titular na disciplina de Inseminação Artificial, tomando posse em 16 de julho de 1986 aos 33 anos, talvez o mais jovem professor titular a tomar posse nos quadros da Ufrgs", conta.
Desde 1986, Rodrigues é professor titular e chefe do Laboratório de Embriologia e Biotécnicas de Reprodução. "Nossa pesquisa inclui estudos sobre manipulação de embriões, criobiologia de embriões e gametas, fertilização in vitro (FIV) e clonagem por procedimentos de transferência nuclear (NT), melhoria da resposta dos doadores a drogas superovulatórias e alternativas para aumentar a sobrevivência do embrião em fêmeas receptoras" inúmera.
Ele cita que, além das atividades de pesquisa, o laboratório também realiza serviços de campo na área da fisiopatologia da reprodução, com ênfase em ruminantes, que desempenham um importante papel no processo de formação de jovens veterinários.
"O nosso grupo publicou mais de 308 artigos em revistas científicas revisadas. Isso inclui 108 artigos completos, 282 resumos e comunicações curtas", informa. O pesquisador também acrescenta que, ele atua na orientação de dissertações e teses de alunos de programas de pós-graduação, tendo orientado, até o momento, 52 dissertações de mestrado e 17 teses de doutorado.
O Brasil tem um rebanho cerca de 220 milhões de bovinos e, na atualidade, o País figura entre os primeiros em volume de carne exportada no mundo. Por trás deste cenário está a contribuição da pesquisa para o ganho em qualidade e de produtividade. Neste contexto cabe destacar, por exemplo, os avanços ligados à área das biotécnicas de reprodução assistida.
O desenvolvimento científico no Brasil, direcionado à reprodução animal, começou a crescer a partir dos anos 1950 e continua a evoluir. O professor titular da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Favet/Ufrgs) José Luiz Rigo Rodrigues é um destes cientistas.
A fiosiopatologia da reprodução, com ênfase nas denominadas biotécnicas de reprodução é uma delas, permitindo a aceleração dos programas de melhoramento animal e uma alavanca na obtenção de maior eficiência na fertilidade dos rebanhos, como por exemplo, com o emprego da inseminação artificial.
Rodrigues explica que os estudos evoluíram e hoje o conhecimento permite compreender muito bem a mecânica de reprodução tanto em machos, como em fêmeas. E essa evolução iniciou nos anos 1950.Ele detalha que, em um contexto maior, houve um grande esforço no sentido de organizar a ciência nacional. E, segundo ele, isso começou, de modo efetivo, a partir dos anos 1960 e, deste modo, permitiu inserir a contribuição nacional em âmbito mundial. Ele cita que, o desenvolvimento das ciências agrárias, somado à criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nos anos 1970, fizeram o agronegócio brasileiro crescer e tornar-se hoje um dos setores de maior pujança no cenário econômico nacional.
"A área da Medicina Veterinária vem crescendo. E nós somos um País de um conhecimento ainda bastante jovem. A primeira escola de veterinária foi criada pelo Exército Brasileiro no Rio de Janeiro no início do século XX", explica. O objetivo do Exército era encontrar, com a formação de médicos veterinários, um meio para controlar o mormo, doença que acomete os equinos e é transmitida a humanos. Segundo ele, tal esforço levou à criação dos programas de controle sanitário dos rebanhos brasileiros. "Isto começou aqui na Faculdade de Veterinária, em Porto Alegre, na Ufrgs", destaca.
"A primeira turma iniciou os seus estudos em 1923 e se formou em 1926, e entre eles estava o cientista Desidério Finamor, que inclusive, emprestou o seu nome ao Instituto de Pesquisa Veterinária do Estado (IPVDF), que nasceu a partir de uma grande demanda por pesquisa e produção de vacinas contra a febre aftosa, na década de 1940", conta ele.
Rodrigues, já acadêmico do Curso de Medicina Veterinária, em meados de 1973, prestou concurso público para técnico de laboratório, que na qualidade de nível médio, apresentou provas fáceis em comparação às do vestibular, o que aprovou na sua quase totalidade os acadêmicos da Ufrgs de diferentes áreas do conhecimento. E em 1974, ele tomou posse no cargo e foi lotado na Faculdade de Veterinária, no antigo Departamento de Patologia, junto ao Laboratório de Análises Clínicas, à época sob a responsabilidade da professora Maria Helena Amaral.
No primeiro semestre de 1975, Rodrigues passou a atuar no recém-criado Laboratório de Reprodução Animal sob a liderança dos professores Ivo Wentz e Carlos Antônio Mondino Silva. "A partir deste momento foram criadas as condições, que levaram ao professor Hans Merkt a convidar-me para realizar o Curso de Doutorado na Escola Superior de Veterinária de Hannover, na Alemanha", lembra.
Trabalhos incluem fisiopatologia de reprodução em ruminantes
O professor lembra que, em março de 1978, defendeu a sua dissertação de mestrado junto ao Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias (Ppgcv), trabalhando por dois anos com mortalidade embrionária precoce de suínos (1976-77). Ao final de março de 1978 viajou à Alemanha com bolsa de estudo outorgada pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), onde em abril de 1981 defendeu a tese de doutorado.
No Laboratório de Biotécnicas da Reprodução da Clínica de Obstetrícia e Ginecologia da Escola Superior de Veterinária de Hannover trabalhou sob a orientação do professor doutor Joachim Hahn, onde realizou experimentos sobre a micromanipulação de embriões mamíferos com a produção de gêmeos idênticos por bipartição embrionária.
"Em maio de 1981, eu fui contratado pela Ufrgs no cargo de professor adjunto (em agosto de 1981, iniciei as atividades de professor e orientador do PPGCV) e, finalmente, em fevereiro de 1985, realizei e fui aprovado no concurso público para o cargo de professor titular na disciplina de Inseminação Artificial, tomando posse em 16 de julho de 1986 aos 33 anos, talvez o mais jovem professor titular a tomar posse nos quadros da Ufrgs", conta.
Desde 1986, Rodrigues é professor titular e chefe do Laboratório de Embriologia e Biotécnicas de Reprodução. "Nossa pesquisa inclui estudos sobre manipulação de embriões, criobiologia de embriões e gametas, fertilização in vitro (FIV) e clonagem por procedimentos de transferência nuclear (NT), melhoria da resposta dos doadores a drogas superovulatórias e alternativas para aumentar a sobrevivência do embrião em fêmeas receptoras" inúmera.
Ele cita que, além das atividades de pesquisa, o laboratório também realiza serviços de campo na área da fisiopatologia da reprodução, com ênfase em ruminantes, que desempenham um importante papel no processo de formação de jovens veterinários.
"O nosso grupo publicou mais de 308 artigos em revistas científicas revisadas. Isso inclui 108 artigos completos, 282 resumos e comunicações curtas", informa. O pesquisador também acrescenta que, ele atua na orientação de dissertações e teses de alunos de programas de pós-graduação, tendo orientado, até o momento, 52 dissertações de mestrado e 17 teses de doutorado.
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