Publicada em 09 de Setembro de 2021 às 17:23

Pesquisa ajuda a recuperar regiões degradadas

Equipe do NEPRADE

Equipe do NEPRADE


Arquivo PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Vanessa Ferraz, do Rio de Janeiro, especial para o JC
A ideia de trabalhar com a preservação das matas veio da criança que admirava a paisagem do rio Vacacaí, mas que aos 12 anos viu a beleza do lugar se transformar. "Pude perceber, de forma muito rápida, as mudanças, e foi impactante ver a perda de mata nativa, dos animais, o aumento da seca", relembra Ana Paula Rovedder, professora Associada do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
A consequência da ação humana nas margens do rio foi o suficiente para nortear a escolha da profissão que tinha o objetivo a preservação das florestas - daquela época ela traz também a imagem de um dos seus maiores exemplos: "Chico Mendes, que mudou a imagem do Brasil e a luta pelos povos seringueiros da bacia amazônica e pela minha vivência junto à natureza", relembra Ana Paula.
Com formação em Engenharia Florestal, a pesquisadora conta que se encontrou profissionalmente ao realizar mestrado e doutorado destinado a pesquisas voltadas para os areais. "Consegui fazer aquilo que eu queria, principalmente no doutorado, com o cultivo para a restauração de ecossistemas", conta a especialista.
Durante as idas a campo realizadas na pós-graduação, no trajeto das entradas por Alegrete e Manoel Viana, a espécie lupinus albescens (tremoço nativo) chamou a atenção do grupo: "Nós percebemos que ela estava vegetando justamente nos lugares onde ocorriam esses areais", relata. Com isso, descobrimos um potencial da colonização na arenização do solo.
"No doutorado a proposta foi investigar especificamente esta espécie, utilizando uma genética local, uma espécie nativa, não introduzindo espécies naquele ecossistema do Pampa", explica Ana Paula. Os bons resultados em campo relatados na tese fizeram do artigo o primeiro que abordou a erosão de eólica do Brasil, publicado na Revista Brasileira de Ciência do Solo, em 2008: "Aí foi o começo da minha realização!", diz, animada.
Como professora da UFSM, Ana Paula fundou o Núcleo de Estudos e Pesquisas de Recuperação de Áreas Degradadas (Neprade): "Esse ano o grupo completou dez anos e consolidou uma linha efetiva de restauração ecológica". Outro feito foi a integração da disciplina de recuperação de sistemas na grade curricular nos programas de pós-graduação em Engenharia Florestal e no programa de pós-graduação em Engenharia Agrícola da UFSM.
"Isso foi uma das coisas mais importantes que eu consegui fazer, porque é necessário criar uma base de estímulo à restauração, para que o pessoal saia da universidade com esse conhecimento para o mercado de trabalho", explica a profissional. A falta de qualificação com esse conhecimento é a grande lacuna na promoção das práticas restaurativas do solo aqui no Rio Grande do Sul, de acordo com a pesquisadora.
Nesses anos de trabalho do grupo a pesquisa se adaptou às realidades regionais, como estratégia de recuperação do ecossistema. "Nós atuamos em grupos sociais, na agricultura familiar, no movimento de reforma agrária na parte do cultivo, junto a empresas de pequeno porte". A pesquisadora enfatiza que tudo o que é descoberto é para contribuir com a sociedade, sempre mantendo a porta aberta entre o pensar e o fazer.
A ideia de trabalhar com a preservação das matas veio da criança que admirava a paisagem do rio Vacacaí, mas que aos 12 anos viu a beleza do lugar se transformar. "Pude perceber, de forma muito rápida, as mudanças, e foi impactante ver a perda de mata nativa, dos animais, o aumento da seca", relembra Ana Paula Rovedder, professora Associada do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
A consequência da ação humana nas margens do rio foi o suficiente para nortear a escolha da profissão que tinha o objetivo a preservação das florestas - daquela época ela traz também a imagem de um dos seus maiores exemplos: "Chico Mendes, que mudou a imagem do Brasil e a luta pelos povos seringueiros da bacia amazônica e pela minha vivência junto à natureza", relembra Ana Paula.
Com formação em Engenharia Florestal, a pesquisadora conta que se encontrou profissionalmente ao realizar mestrado e doutorado destinado a pesquisas voltadas para os areais. "Consegui fazer aquilo que eu queria, principalmente no doutorado, com o cultivo para a restauração de ecossistemas", conta a especialista.
Durante as idas a campo realizadas na pós-graduação, no trajeto das entradas por Alegrete e Manoel Viana, a espécie lupinus albescens (tremoço nativo) chamou a atenção do grupo: "Nós percebemos que ela estava vegetando justamente nos lugares onde ocorriam esses areais", relata. Com isso, descobrimos um potencial da colonização na arenização do solo.
"No doutorado a proposta foi investigar especificamente esta espécie, utilizando uma genética local, uma espécie nativa, não introduzindo espécies naquele ecossistema do Pampa", explica Ana Paula. Os bons resultados em campo relatados na tese fizeram do artigo o primeiro que abordou a erosão de eólica do Brasil, publicado na Revista Brasileira de Ciência do Solo, em 2008: "Aí foi o começo da minha realização!", diz, animada.
Como professora da UFSM, Ana Paula fundou o Núcleo de Estudos e Pesquisas de Recuperação de Áreas Degradadas (Neprade): "Esse ano o grupo completou dez anos e consolidou uma linha efetiva de restauração ecológica". Outro feito foi a integração da disciplina de recuperação de sistemas na grade curricular nos programas de pós-graduação em Engenharia Florestal e no programa de pós-graduação em Engenharia Agrícola da UFSM.
"Isso foi uma das coisas mais importantes que eu consegui fazer, porque é necessário criar uma base de estímulo à restauração, para que o pessoal saia da universidade com esse conhecimento para o mercado de trabalho", explica a profissional. A falta de qualificação com esse conhecimento é a grande lacuna na promoção das práticas restaurativas do solo aqui no Rio Grande do Sul, de acordo com a pesquisadora.
Nesses anos de trabalho do grupo a pesquisa se adaptou às realidades regionais, como estratégia de recuperação do ecossistema. "Nós atuamos em grupos sociais, na agricultura familiar, no movimento de reforma agrária na parte do cultivo, junto a empresas de pequeno porte". A pesquisadora enfatiza que tudo o que é descoberto é para contribuir com a sociedade, sempre mantendo a porta aberta entre o pensar e o fazer.
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