Publicada em 09 de Setembro de 2021 às 17:12

Falta de grãos é o principal desafio para a produção animal do RS

Sergio Luiz Vieira, professor titular do Departamento de Zootecnia da UFRGS

Sergio Luiz Vieira, professor titular do Departamento de Zootecnia da UFRGS


Departamento de Zootecnia UFRGS/Divulgação/JC
Osni Machado, do Rio de Janeiro, especial para o JC
A falta de milho no Rio Grande do Sul tem sido um dos grandes desafios para a produção animal nos últimos anos. Problemas como a falta de chuva, que desde 2019 afeta significativamente a colheita do Estado, têm prejudicado a cadeia produtiva como um todo, condicionando produtores a optarem pela importação de itens que faltam no mercado interno. 
Somente nos seis primeiros meses deste ano, por exemplo, foram importadas 140,3 mil toneladas de milho, considerado o principal componente da ração animal. A quantia adquirida equivale a um total de US$ 30,6 milhões. Já o trigo foi o cereal mais importado, com valor investido de US$ 40,9 milhões em 140,3 mil toneladas do grão.
Para além da estiagem em si, a falta de políticas públicas para a garantia do bom desempenho da produção agropecuária, mesmo em períodos prejudiciais às diferentes culturas, é um dos grandes pontos negativos do setor. É isso o que acredita Sergio Luiz Vieira, professor titular do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), instituição em que atua como docente, pesquisador e extensionista desde 1993.
Para ele, faltam ao Rio Grande do Sul políticas que se atentem a duas principais questões do segmento: a irrigação para a produção do milho e a produção dos chamados grãos de inverno, como trigo e cevada, que poderiam ajudar a sustentar o setor de proteína animal. "A cultura do milho sofre com as oscilações hídricas no verão. O cereal tem um ciclo mais longo, portanto sofre o risco da falta de água", explica.
Para compensar esta dificuldade, a criação de mais sistemas de irrigação surge como uma alternativa necessária. Hoje, já são 100 mil hectares irrigados no Estado, porém, este número, segundo Vieira, ainda é insuficiente para manter a produtividade. Para ele, se o Rio Grande do Sul tivesse cerca de 500 mil hectares onde o sistema fosse utilizado, não haveria problemas de fornecimento de grãos.
Diante disso, o professor destaca o Programa Estadual de Irrigação (Pró-Irrigação/RS), instituído em 2008, como uma das políticas a se atentar a este ponto. A ideia era possibilitar o investimento de recursos orçamentários do Estado em micro açudes e cisternas em propriedades rurais de pequeno e médio portes. "Hoje, isso poderia estar beneficiando o Rio Grande do Sul com um grande aumento na produção e nos investimentos, mas, infelizmente, foi interrompido", lamenta.
Com um histórico de contribuições ao conhecimento científico e tecnológico na área de avicultura, já tendo publicado mais de 120 trabalhos, o professor enaltece a estrutura fundiária do Rio Grande do Sul. Na sua visão, o Estado possui profissionais de excelente formação, que estão entre os melhores do Brasil.
A falta de milho no Rio Grande do Sul tem sido um dos grandes desafios para a produção animal nos últimos anos. Problemas como a falta de chuva, que desde 2019 afeta significativamente a colheita do Estado, têm prejudicado a cadeia produtiva como um todo, condicionando produtores a optarem pela importação de itens que faltam no mercado interno. 
Somente nos seis primeiros meses deste ano, por exemplo, foram importadas 140,3 mil toneladas de milho, considerado o principal componente da ração animal. A quantia adquirida equivale a um total de US$ 30,6 milhões. Já o trigo foi o cereal mais importado, com valor investido de US$ 40,9 milhões em 140,3 mil toneladas do grão.
Para além da estiagem em si, a falta de políticas públicas para a garantia do bom desempenho da produção agropecuária, mesmo em períodos prejudiciais às diferentes culturas, é um dos grandes pontos negativos do setor. É isso o que acredita Sergio Luiz Vieira, professor titular do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), instituição em que atua como docente, pesquisador e extensionista desde 1993.
Para ele, faltam ao Rio Grande do Sul políticas que se atentem a duas principais questões do segmento: a irrigação para a produção do milho e a produção dos chamados grãos de inverno, como trigo e cevada, que poderiam ajudar a sustentar o setor de proteína animal. "A cultura do milho sofre com as oscilações hídricas no verão. O cereal tem um ciclo mais longo, portanto sofre o risco da falta de água", explica.
Para compensar esta dificuldade, a criação de mais sistemas de irrigação surge como uma alternativa necessária. Hoje, já são 100 mil hectares irrigados no Estado, porém, este número, segundo Vieira, ainda é insuficiente para manter a produtividade. Para ele, se o Rio Grande do Sul tivesse cerca de 500 mil hectares onde o sistema fosse utilizado, não haveria problemas de fornecimento de grãos.
Diante disso, o professor destaca o Programa Estadual de Irrigação (Pró-Irrigação/RS), instituído em 2008, como uma das políticas a se atentar a este ponto. A ideia era possibilitar o investimento de recursos orçamentários do Estado em micro açudes e cisternas em propriedades rurais de pequeno e médio portes. "Hoje, isso poderia estar beneficiando o Rio Grande do Sul com um grande aumento na produção e nos investimentos, mas, infelizmente, foi interrompido", lamenta.
Com um histórico de contribuições ao conhecimento científico e tecnológico na área de avicultura, já tendo publicado mais de 120 trabalhos, o professor enaltece a estrutura fundiária do Rio Grande do Sul. Na sua visão, o Estado possui profissionais de excelente formação, que estão entre os melhores do Brasil.
Comentários CORRIGIR TEXTO