Publicada em 12 de Setembro de 2021 às 18:54

44ª Expointer tem faturamento superior a R$ 1,6 bilhão

Copromotores da feira apresentaram balanço e se mostraram surpresos com o desempenho

Copromotores da feira apresentaram balanço e se mostraram surpresos com o desempenho


Gustavo Mansur / Palácio Piratini/divulgação/jc
Diego Nuñez
Os resultados de vendas, comercializações e negócios fechados durante a 44ª edição da Expointer surpreenderam positivamente os copromotores da feira. O faturamento foi de R$ 1.629.550.234,30 em vendas de animais, do pavilhão da agricultura familiar, artesanato, máquinas e implementos agrícolas e do setor automobilístico.
Os resultados de vendas, comercializações e negócios fechados durante a 44ª edição da Expointer surpreenderam positivamente os copromotores da feira. O faturamento foi de R$ 1.629.550.234,30 em vendas de animais, do pavilhão da agricultura familiar, artesanato, máquinas e implementos agrícolas e do setor automobilístico.
Mesmo que o resultado tenha sido 40% inferior ao realizado em 2019, a última Expointer antes da pandemia que teve faturamento de quase R$ 2,7 bilhões, ocorre em uma feira com público extremamente reduzido - foram 65 mil visitantes que passaram pelo Parque Assis Brasil, em Esteio, até o meio-dia deste domingo (12), o que representa um público 84,3% menor do que os mais de 416 mil visitantes de 2019.
Como de costume, máquinas e implementos agrícolas puxaram as vendas do ano. O setor gerou R$ 1.424.849.054,50 em negócios concretizados durante a exposição. O resultado foi 44% menor do que o realizado em 2019, quando se atingiu mais de R$ 2,5 bilhões na área. “Para mim, foi uma surpresa. Quando começamos a contar os números, eu dizia que não era possível, precisávamos conferi-los, de tão alegre que estava”, brincou o presidente do Simers, Claudio Bier.
O único setor que registrou alta em relação a última feira com público foi o automobiísitico, que aumentou em 43,6% suas vendas. Vendas de veículos movimentaram mais de R$ 200,3 milhões neste ano, ante R$ 139,5 milhões em 2019.
O setor que mais teve queda foi a venda de animais, que, se em 2019 movimentou mais de R$ 8,4 milhões, em 2021 pouco ultrapassou os 10% deste valor. Sem os leilões de cavalos e outros animais, o valor final deste ano ficou em R$ 858.855.
O pavilhão da agricultura familiar vendeu quase R$ 2,9 milhões nesta edição, ante mais de R$ 4,5 milhões na 42ª Expointer - variação negativa de 37,7%. No artesanato, as vendas resultaram em R$ 650 mil, 53% menos do que os 1,385 milhões de 2019.
Para Gedeão Pereira, presidente da Farsul, “os números foram espetaculares”. “Não tínhamos a expectativa de vender apenas R$ 1 bilhão abaixo da grande feira de 2019”, declarou ele.
O governo gaúcho avaliou como positivo não apenas os resultados financeiros da feira, mas a realização de um grande evento no Estado pela primeira vez durante a pandemia do coronavírus. “A Expointer serve de palco para que a sociedade gaúcha mostre ao Brasil ao e mundo a nossa vocação. A feira é o símbolo do recomeço. Fizemos, talvez, o primeiro grande evento do país observando todas as regras sanitárias”, declarou o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, que representou o governador Eduardo Leite (PSDB) neste último dia de exposições.
“Mostramos que é possível, sim, fazer uma feira de grande proporções mesmo em um momento de pandemia. Garantimos provas, vendas, debates nos seminários, retorno do público e, principalmente, garantimos segurança e proteção à saúde de todos. Essa feira será lembrada na história como a Expointer da retomada, superação, solidariedade e principalmente da esperança e da fé”, afirmou a secretária de Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Econômico, Silvana Covatti.

Farsul define evento "como o possível" e se surpreende com máquinas

Em seu tradicional balanço, a Federação da Agricultura do RS (Farsul) considerou que a Expointer de 2021 ficou dentro do que a pandemia poderia permitir. "Construímos a Expointer que era possível", disse o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, que admitiu ter se surpreendido com a receita das vendas das máquinas.
Uma das razões da baixa comercialização é a redução da presença de grandes máquinas. "Não é o show dos animais, mas o do pessoal das máquinas" que responde pela receita maior, lembrou o presidente da Farsul. Sobre os animais, a baixa comercialização foi efeito de menor atividade de leilões, como de equinos, que puxam o setor. Gedeão cobrou medidas para ampliar a irrigação, citando riscos de nova estiagem e definiu como incompetência generalizada não ter solução para a armazenagem de água.
Mas Pereira frisou que a qualidade dos animais "foi muito boa e similar a da feira anterior", citando o avanço dos ovinos, que foi o maior rebanho na mostra. "O sucesso foi de retomada do convívio na feira. Estamos projetando uma grande feira em 2022", projetou o diretor-administrativo Francisco Schardong, que acompanha de perto a área de animais.
Uma preocupação é sobre o efeito da detecção de casos da doença da vaca louca, que levou à suspensão, decisão tomada pelo Brasil seguindo protocolos, para a China. Pereira observou que há cargas de carne para embarque em portos, mas que o Ministério da Agricultura não confirmou o volume e adiantou que a situação sanitária pode afetar preços da carne.

Os números

Setor e faturamento e em 2021 e variação sobre a edição de 2019:
  • Máquinas agrícolas: R$ 1,42 bilhão (-44%)
  • Veículos: R$ 200,3 milhões (43,6%)
  • Agricultura familiar: R$ 2,9 milhões (-37,7%)
  • Animais: R$ 858,8 mil (-90%)
  • Artesanato: R$ 650 mil (-53%)
Fonte: Secretaria da Agricultura e entidades parceiras (Farsul, Fetag-RS e Simers) 
Comentários CORRIGIR TEXTO