Uefa aplica restrições para clubes gastarem menos com os elencos

Equipes terão um tempo para se adaptar, com uma redução gradual nas próximas três temporadas

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Nova regra aplicada pela entidade não permite que as equipes gastem mais de 70% da receita
Uma nova regulamentação de sustentabilidade financeira aprovada pela Uefa nesta semana definiu que os clubes poderão destinar apenas 70% de suas receitas para despesas de salários, transferências e taxas de agentes. Apesar da oficialização, as diretorias terão tempo para se adaptar, pois a entidade adotou uma estratégia de redução gradual da porcentagem.
O limite inicial será de 90%, a partir de junho deste ano, e cairá aos poucos para 70%, ao longo das três próximas temporadas. Segunda a Uefa, a medida, chamada "regra de custo do elenco", é a principal inovação do novo regulamento e permitirá maior controle em relação aos gastos dos clubes na contratação de atletas. "As avaliações serão realizadas em tempo hábil e as infrações resultarão em penalidades financeiras predefinidas e punições esportivas", informou a Uefa.
Além do controle de custos, foi estabelecida uma regra sobre pagamentos atrasados para proteger credores. Sem dar maiores detalhes, a Uefa disse que haverá controles trimestrais e menor tolerância com atrasos. Outra mudança será o aumento do prejuízo aceitável de € 30 milhões para € 60 milhões, em processo gradual de três anos, como no caso da regra de custo.
As novidades marcam a primeira grande reformulação nos regulamentos financeiros da Uefa desde a constituição do Fair Play Financeiro, introduzido em 2010. De acordo Aleksander Ceferin, presidente da entidade máxima do futebol europeu, as alterações foram necessárias em razão das transformações pelas quais o esporte passou nos últimos anos, somadas às consequências da pandemia de Covid-19.
"Os primeiros regulamentos financeiros serviram ao seu propósito principal. Ajudaram a recuperar as finanças do futebol europeu e revolucionaram a forma como os clubes são geridos. No entanto, a evolução da indústria do futebol, juntamente com os inevitáveis efeitos financeiros da pandemia, mostrou a necessidade de uma reforma geral e novos regulamentos de sustentabilidade financeira", comentou Ceferin.