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Grêmio vence o Inter por 3 a 0 no Beira-Rio
Vitória no Grenal 436 deixa Tricolor com ampla vantagem na semifinal
Grenal arruma a casa. Trata-se de uma das frases feitas mais comuns no imaginário do clássico, referência ao clima de paz que toma conta do ambiente após uma vitória. Se isso é verdade, o Grêmio saiu do Grenal 436 de sábado com a casa arrumadíssima: com imposição tática e anímica sobre um Inter nervoso e perdido, o Tricolor marcou um surpreendente 3 a 0 em pleno Beira-Rio, apagando toda memória das más atuações recentes e garantindo uma enorme vantagem na semifinal do Campeonato Gaúcho. A partida de volta é nesta quarta-feira, na Arena.
Para as duas equipes, o Grenal surgia como uma possibilidade preciosa para ganhar confiança. Talvez mais para o Grêmio, desmoralizado depois de uma atuação muito ruim no Grenal da fase classificatória. Mas também para o Inter, que, mesmo tendo vencido o clássico anterior por 1 a 0 vivia um momento de questionamentos ao trabalho de Alexander Medina.
Cotado para iniciar o jogo, o gremista Ferreira não se recuperou a tempo e acabou não ficando nem no banco de reservas. A opção de Roger Machado por uma escalação com três marcadores no meio-campo antecipava um time resguardado, jogando no contragolpe. Por sua vez, o Colorado botou em campo um time sem surpresas, muito semelhante ao que tinha dominado o Grêmio dias antes, e com Paulo Victor no lugar do lesionado Moisés.
O começo de jogo foi como esperado: o Inter propondo mais, o Tricolor aguardado uma oportunidade de contragolpe. O problema, para os donos da casa, foi que o ímpeto inicial gerou descuido atrás - e o Grêmio aproveitou. Aos 10 minutos, Taison perdeu a bola na frente, Nicolas lançou Elias às costas de Kaique Rocha e o jovem atacante teve frieza para abrir o placar.
A equipe gremista demonstrava entusiasmo em campo - talvez até exagerado, com Villasanti trombando com o árbitro Jean Pierre Lima em determinado momento. Defendendo em bloco, não faltava entrega à marcação tricolor. O Inter, por seu lado, pareceu sentir o gol, e logo foi castigado novamente. Aos 22, Cuesta afastou mal, Bitello viu Daniel adiantado e chutou de fora da área: 2 a 0.
O restante do primeiro tempo trouxe um Inter com muita posse de bola, mas desorganizado à frente e quase sem chances reais de gol. Ao intervalo, as vaias de parte da torcida colorada deixavam claro o desagrado com a má atuação.
Tentando recolocar o time colorado no jogo, Medina botou Wesley Moraes em campo na volta do vestiário, no lugar do inoperante Mauricio. A equipe melhorou um pouco, passando a trocar passes mais à frente e até entrando na área de vez em quando. O Grêmio, porém, seguia oferecendo perigo no contra-ataque, e teve uma ajuda inesperada aos 17 minutos: em lance sem perigo, Paulo Victor entrou de forma desproporcional em Campaz e acabou recebendo o cartão vermelho direto.
O colorado foi forçado a se reorganizar e, aos 25 minutos, os erros cobraram um preço caro: em sobra de bola, Elias Manoel dividiu com Daniel e foi marcado o pênalti. Diego Souza bateu com perfeição para ampliar. Na comemoração, Lucas Silva foi atingido por um celular, ficou ferido e precisou ser substituído.
Os últimos minutos mostraram um Grêmio mais tranquilo, aproveitando a vantagem numérica e no placar para jogar sem riscos e até chegar eventualmente com perigo. Atordoado, o Colorado parou de ameaçar e precisou segurar as pontas para não levar mais um. Se a casa gremista sai arrumada do Grenal, a do Inter está para lá de bagunçada: jogadores como Edenilson saíram sob apupos, as vaias foram generalizadas ao fim da partida e Medina sente os questionamentos voltando com força total.