Cobertura relacionada à Covid-19 impulsiona segmento de seguros de vida em 2021

De janeiro a maio deste ano, setor teve alta de 18,4% na comparação com o mesmo período de 2020

Por Vinicius Alves

Período de crise sanitária trouxe maior conscientização sobre seguros
Passado mais de um ano do início da pandemia de Covid-19 no Brasil, um dos setores mais movimentados nos cinco primeiros meses de 2021 é o segmento de seguros de pessoas, que apresentou aumento de 26,6% em relação ao mesmo período de 2020. Dentro desse segmento, o seguro de vida é o que aponta maior variação, com um crescimento de 18,4%. Diante dos aumentos nos casos da doença e as
O último levantamento feito pelo Ibope em 2019, encomendado pela Prudential, mostrou que apenas 15% dos brasileiros tinham seguro de vida. Na época, ainda antes da pandemia, a pesquisa apontou que 20% dos entrevistados afirmaram ter interesse pela compra do produto.

Que cuidados ter ao contratar um seguro de vida?

Diante de uma grande variedade de seguros de vida oferecidos no País, a pessoa que deseja contratar o serviço deve tomar alguns cuidados. Vitor Boaventura, advogado especializado em Direito do Seguro e sócio do escritório Ernesto Tzirulnik Advocacia, aconselha que as pessoas interessadas e que tenham dificuldades para entender as questões relacionadas à apólice do seguro, busquem orientação de um corretor.
Boaventura destaca que o contratante deve estar atento a alguns detalhes, como a relação do preço do prêmio (valor pago para ter direito ao seguro) e a indenização. "Às vezes pode acontecer de ser contratado um seguro com indenização muito alta na hipótese de morte acidental ou até em decorrência de doença, mas ao mesmo tempo, ele acabar tendo uma cobertura baixa em relação à invalidez, por exemplo", explica.
Antes disso, segundo o especialista, também é importante checar se determinada seguradora é credenciada na Superintendência de Seguros Privados (Susep), se o corretor de seguros consultado é habilitado para realizar a função e, até mesmo, conversar com pessoas que eventualmente contrataram o produto.
Em relação ao preço do prêmio pago, para a advogada do escritório Garcia & Garcia Advogados Associados Viviane Garbini, é importante que o segurado tenha ciência de reajustes anuais geralmente previstos. "Ao longo dos anos, o seguro pode acabar ficando oneroso ao segurado".
Acontecido o sinistro, ou seja, a ocorrência de todo evento que tem cobertura e esteja especificado na apólice, eventualmente uma seguradora pode acabar negando o pagamento da indenização por alguma questão documental ou factual. Nesses casos, os dois especialistas ressaltam ser importante procurar orientação jurídica, seja de um advogado, do Procon ou da Defensoria Pública.
“Um argumento recorrente é de que o evento morte pode ser decorrente de uma causa preexistente que a seguradora alega não ter sido declarada no momento da contratação. Por isso é importante não omitir nenhuma informação ao responder o questionário de avaliação de risco”, explica Boaventura.