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Taxa de condenação por trabalho escravo no Brasil é de 4,2%, aponta estudo da UFMG
Pesquisa fez diagnóstico sobre o funcionamento do sistema de justiça brasileiro na repressão ao trabalho análogo à escravidão, com foco na atuação da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho
O 28 de janeiro foi escolhido no Brasil como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo - uma data para conscientizar sobre as condições análogas à escravidão em que ainda vivem milhares de pessoas no País. A data serve como um alerta à toda a população. O aumento do desemprego e, consequentemente, a queda brusca na renda das famílias favorecem o cenário de exploração, mas não podem servir como justificativa.
Só no Rio Grande do Sul, mais de 320 vítimas foram resgatadas do trabalho escravo entre 2003 e 2018, segundo dados da plataforma SmartLab. Dados da Fundação Walk Free publicados em agosto de 2020 estimam em 40,3 milhões o número de escravos contemporâneos no mundo de hoje. As mulheres são a grande maioria, correspondendo a 71% do total.
Representante da Associação dos Procuradores do Estado do Rio Grande do Sul na Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae/RS), Flávia Reis pondera que ações para acabar com esse quadro são fundamentais. "A sociedade brasileira desconhece esse tema e se surpreende ao ouvir falar em escravidão no tempo presente", ressalta a procuradora do Estado e membro do Departamento de Direitos Humanos da Associação dos Procuradores do Estado do Rio Grande do Sul (Apergs).
Integrantes do departamento junto à Coetrae/RS vêm acompanhando a criação do grupo de trabalho para o estabelecimento de um fluxo nacional para atendimento às vítimas de trabalho escravo - como já acontece há anos em outros estados. O objetivo é dar suporte desde o momento do recebimento da denúncia até o resgate e o devido encaminhamento para o restabelecimento das mínimas condições de dignidade das vítimas.