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Agricultura

27/08/2018 - 14h22min. Alterada em 27/08 �s 15h41min

Safra de ver�o deve gerar R$ 34,2 bilh�es aos produtores, diz Emater-RS

Orsi aposta em mais impactos positivos dos n�meros da safra para o Rio Grande do Sul

Orsi aposta em mais impactos positivos dos n�meros da safra para o Rio Grande do Sul


LUIZA PRADO/JC
Guilherme Daroit
Após uma temporada 2017/18 de queda na produção – que, mesmo assim, foi a segunda maior da história do Rio Grande do Sul –, a projeção para 2018/2019 é de retomada na trajetória de crescimento da safra gaúcha. Segundo a estimativa da Emater-RS, divulgada nesta segunda-feira (27) durante a Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, o campo gaúcho deve gerar, apenas nos quatro principais grãos de verão (arroz, milho, soja e feijão), 31,5 milhões de toneladas na temporada. A área plantada deve novamente crescer, dessa vez em 2,05%, chegando a 7,72 milhões de hectares.
Ao todo, a safra gaúcha deve gerar, pela estimativa da Emater-RS, R$ 34,2 bilhões aos produtores. O estudo em relação à intenção de plantio é feito com entrevistas em cerca de 90% dos municípios gaúchos produtores de cada grão. Já a projeção da produtividade é feita com base na média histórica dos últimos dez anos, suficiente, segundo a entidade, para que consiga contemplar inclusive possíveis quebras. Segundo o diretor técnico da Emater-RS, Lino Moura, se o clima for bom, é possível imaginar que a safra chegue a 34 milhões de toneladas.
Para o principal produto agrícola gaúcho, a soja, a projeção da Emater é de ganho de 5,16%, alcançando 18,4 milhões de toneladas, cerca de 1 milhão de toneladas a mais do que em 2017/2018. A área chegará a 5,9 milhões de hectares, expansão de 2,3%, e a produtividade também deve crescer, em 2,79%, alcançando 3.132 kg/ha. “A produtividade cresce por conta dos problemas que tivemos na Metade Sul na última safra”, justifica Moura. O ganho é de cerca de três sacos por hectare.
Boa parte do ganho da área da soja, segundo Moura, explica a queda na intenção de plantio de outra cultura, a do arroz, cujo terreno deve cair 1,69%, para 1,050 milhão de hectares. Para a produtividade também é esperada uma queda, de 3,37%, para 7.954 kg/ha. Com isso, a produção orizícola, no total, deve ficar em torno de 8 milhões de toneladas, 5% a menos do que na última safra.
A queda na produtividade deve ser ainda maior no feijão. A redução esperada é de 9,96%, para 1.456 kg/ha, culpa de uma década com média ruim de produção, de acordo com Moura. Mesmo assim, o surgimento de mercados tem motivado o crescimento no cultivo, que deve expandir em 4,16% nesta safra, para cerca de 41,5 mil hectares. A produção do feijão gaúcho deve ficar em torno de 60 mil toneladas, queda de 6,23% em relação à última temporada.
“Confirmados os números, temos absoluta certeza de que o Rio Grande do Sul está no caminho certo no campo”, afirma o presidente da entidade, Iberê Orsi. O dirigente brincou, durante o lançamento, que gostaria de propor um desafio com a Secretaria da Fazenda. “Vamos combinar que, a cada ano com ganho de produtividade, retornasse em ganho de igual proporção de recursos para a assistência rural”, comentou Orsi, atribuindo boa parte dos avanços na produtividade no Rio Grande do Sul à capilaridade da extensão rural.

Produ��o de milho deve crescer, mas silagem segue caminho inverso

Expodireto 2018.Na foto: lavoura de milho
O cereal, com bons pre�os no momento, deve aumentar a sua planta��o em 5,53%
MARCO QUINTANA/JC
O milho deve ter ganhos importantes no Estado. O cereal, com bons preços no momento, deve aumentar a sua plantação em 5,53%, alcançando 738 mil hectares. A produtividade também deve se recuperar, chegando a 6.807 kh/ha, ganho de 5,45% em relação à última temporada, por conta das perdas na Metade Sul. A produção do cereal, segundo a Emater-RS, chegará a 5,024 milhões de toneladas. “É uma cultura importantíssima para o Estado, com várias cadeias dependentes, e a produtividade só vem crescendo”, comenta o presidente da entidade, Iberê Orsi.
O dirigente argumenta que, em uma década, mesmo com a perda de metade do terreno, o ganho de produtividade faz com que a produção gaúcha de milho tenha se mantido relativamente estável, fruto do uso de técnicas e tecnologia no campo. Um dos problemas ainda é a falta de armazenagem, segundo Orsi, que faz com que seja necessário exportar milho durante a colheita, e, com isso, aumentar o volume de importações no resto do ano. “Temos essa questão ainda de sermos deficitários no consumo em torno de 1,5 milhões de toneladas”, continua o presidente.
O momento das cadeias produtivas da pecuária, em especial a suinocultura, que sofre com os baixos preços pagos pelos animais, faz com que muitos criadores apostem também na plantação do cereal, segundo Moura, como forma de tentar diminuir os custos de produção da carne suína.
A crise na cadeia leiteira, porém, justifica a perda de 3,56% na área plantada do milho silagem, para 354 mil hectares. “Perdemos 22% dos produtores de gado de leite em dois anos, que não plantam mais milho silagem”, justifica o diretor técnico. Mesmo com esperado avanço na produtividade, de 2,29% para 37.300 kg/ha, a produção deve cair 1,36%, para 13,2 milhões de toneladas.
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