Porto Alegre, sexta-feira, 24 de agosto de 2018.
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Cr�dito

Not�cia da edi��o impressa de 24/08/2018. Alterada em 23/08 �s 00h00min

Incertezas de ano eleitoral podem travar cr�dito para investimentos

Instabilidade pol�tico-econ�mica pode frear inten��o de compra dos agricultores, mas bancos apostam no cr�dito direcionado

Instabilidade pol�tico-econ�mica pode frear inten��o de compra dos agricultores, mas bancos apostam no cr�dito direcionado


/CLAITON DORNELLES/JC
Carolina Hickmann

As d�vidas ocasionadas pelo cen�rio pol�tico em um ano eleitoral devem contribuir para a hesita��o do agricultor no momento de contratar linhas relacionadas a investimentos. Essa � a proje��o do vice-presidente e presidente da Comiss�o de Cr�dito Rural da Farsul, Elmar Konrad. "� um ano de muita cautela, recomendaria apenas investimentos de �ltima necessidade para a safra vigente", pondera.

A recomenda��o do dirigente se justifica pela possibilidade de oscila��es no mercado financeiro e uma varia��o significativa no d�lar. Konrad lembra que os insumos necess�rios � lavoura ser�o comprados com um d�lar valorizado, que ultimamente vem pontuando em torno de
R$ 4,00.

Assim, caso a produ��o seja comercializada com um d�lar referencial menor, poder� haver preju�zo ao produtor. Neste sentido, avalia, a safra atual exige aten��o redobrada. Por outro lado, os bancos pretendem romper essas barreiras levando a Esteio melhores condi��es negociais, e contam com uma expectativa de neg�cios boas para o evento. O gerente de Agroneg�cio do Banco do Brasil (BB), Anderson do Nascimento, enfatiza que, tradicionalmente, os maiores desembolsos do banco acontecem entre julho e setembro, o que faz com que a feira seja uma aposta do banco que det�m a maior carteira de cr�dito rural do Pa�s.

Somente em julho, o desembolso do banco foi de cerca de R$ 1 bilh�o, valor 30% superior ao total do mesmo m�s do ano passado. O movimento, segundo Nascimento, � ocasionado pelo encarecimento do custeio da lavoura. Com este norte, o gestor argumenta ser importante a tomada de cr�dito neste momento, para o produtor n�o correr o risco de buscar insumos em um mercado de c�mbio elevado em setembro ou outubro. Assim, na modalidade, a expectativa do BB para a feira � alta.

Outros bancos est�o com expectativa semelhante. Neste ano, o BRDE vai ofertar R$ 350 milh�es, montante superior aos R$ 300 milh�es das �ltimas edi��es. Seu foco ser� na sustentabilidade do meio rural, representada pela gera��o de energia renov�vel no campo, em especial fotovoltaica e via biodigestores. Ainda assim, para a agricultura familiar, o Pronaf � a linha principal, com subdivis�es de acordo com o tipo do investimento. Por exemplo, para gera��o de energia fotovoltaica na propriedade, h� o Pronaf Eco, cuja taxa de juros parte de 2,5% ao ano, e o prazo � de at� 10 anos.

J� para o m�dio produtor, h� o Pronamp, que financia praticamente todos os tipos de investimentos, com taxa de juros de 6% ao ano e prazo de at� oito anos. Para o produtor de maior porte, a linha depende do tipo do investimento. Para armazenagem, por exemplo, a taxa � a partir de 5,5% a.a. e, para irriga��o, de 7,0% ao ano, com prazos respectivos de at� 15 e 10 anos.

Da mesma maneira, o Bradesco acredita na possibilidade de registro de recorde em capta��o de neg�cios com seu portf�lio completo de produtos. Para a Expointer, o banco promete disponibilizar cr�dito pr�-aprovado para a sua base de clientes em modalidades de financiamento com repasse do Bndes Moderfrota, Moderinfra, Moderagro, e nas linhas de custeio e investimentos, com recursos livres e recursos controlados.

Condi��es para armazenagem est�o mais atrativas

Estocagem na fazenda pode ganhar f�lego com novas condi��es do Plano Safra, a juros de 5,25% ao ano
Estocagem na fazenda pode ganhar f�lego com novas condi��es do Plano Safra, a juros de 5,25% ao ano
/GSI BRASIL/DIVULGA��O/JC

O gargalo do armazenamento de gr�os na propriedade rural � hist�rico no Pa�s e tamb�m no Rio Grande do Sul. No Brasil, de acordo com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), cerca de 15% da produ��o consegue ser estocada em silos e armaz�ns nas fazendas. Enquanto isso, pa�ses europeus t�m �ndices bastante superiores ao brasileiro, que podem chegar a 70% da produ��o. Localidades mais pr�ximas, como a vizinha Argentina, contam com 35%.

Em vista � quest�o, o atual plano safra expandiu de 10 para at� 15 anos o prazo para os financiamentos ligados � armazenagem, a juros de 5,25% ao ano. Atentos � quest�o, institui��es financeiras prometem foco no segmento. O Badesul planeja destaque para linhas que promovem a moderniza��o e consolida��o do agroneg�cio, entre elas, a armazenagem (PCA), com investimentos individuais e coletivos.

Apesar de recomendar cautela nos investimentos em fun��o da inseguran�a causada por um ano eleitoral, o presidente da Comiss�o de Cr�dito Rural da Farsul, Elmar Konrad, lembra o epis�dio da paralisa��o dos caminhoneiros para mostrar que a log�stica no Pa�s � bastante prejudicada. "Este � um programa que vem a contento, para sanar o impacto no frete na hora da colheita", explica.

Ainda assim, o Badesul n�o cobrar� taxa de an�lise nas opera��es captadas durante a feira. Al�m disso, para clientes AA e A, o banco de desenvolvimento oferecer� a possibilidade de realizar opera��es de cr�dito de equipamentos isolados nos Programas Moderinfra, Moderfrota e Pronamp com as condi��es abaixo do mercado, garantia apenas de aliena��o fiduci�ria das m�quinas, prazo de cinco anos de amortiza��o, sem car�ncia, e financiamento de at� 90% do valor do equipamento, condicionada � disponibilidade de recursos dos programas do Bndes.

O diretor de cr�dito do Banrisul, Oberdan de Almeida, lembra que a tomada de cr�dito na Expointer tamb�m depender� das condi��es de oferta por parte das empresas em produtos de armazenamento e demais maquin�rios. "Se houver promo��es, o produtor precisar� aproveitar", acredita. Por outro lado, diz, o agroneg�cio est� est�vel ap�s cinco safras cheias. Por isso, a expectativa para a feira � boa, apesar de cautelosa. "Com o ano eleitoral, se repetirmos os n�meros do ano passado, estaremos felizes."

Konrad, por�m, destaca o aspecto negativo trazido pela possibilidade de taxas p�s-fixadas e indica prud�ncia na contrata��o dessa modalidade. "A ideia � que o juro p�s-fixado seria menor do que o pr�-fixado, mas n�o � garantia", afirma. Em um per�odo curto, diz, a modalidade pode ser vantajosa. Por outro lado, a estabilidade econ�mica est� � prova com o pleito de outubro, o que torna o mercado incerto. Assim, optar pelos juros pr�-fixados, que nesta safra est�o em patamar aceit�vel, seria o mais indicado pelo dirigente.

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