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Agricultura Familiar

Not�cia da edi��o impressa de 24/08/2018. Alterada em 23/08 �s 00h00min

Novo pavilh�o da agricultura familiar oferece mais espa�o para expositores

Com investimento, �rea dos pequenos produtores no parque Assis Brasil teve sua capacidade ampliada para 7,6 mil m2

Com investimento, �rea dos pequenos produtores no parque Assis Brasil teve sua capacidade ampliada para 7,6 mil m2


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Demorou, mas o novo pavilhão da agricultura familiar virou, finalmente, uma realidade. Anunciada há seis anos, a nova estrutura faz a sua estreia na Expointer 2018, aumentando o número de estandes e, mais do que isso, melhorando as condições de circulação e acomodação para expositores e visitantes. Com o ganho de área, que passou de 3,5 mil m2 para 7,6 mil m2, o público que for a Esteio terá à disposição produtos de 301 pequenos negócios gaúchos, que, segundo o Piratini, englobam 1.350 famílias de 106 municípios.
"É um grande diferencial, porque a ampliação fará com que muitas agroindústrias que não tinham espaço, desta vez, poderão vir", afirma Pedrinho Signori, secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag-RS), uma das entidades promotoras da feira. Ao contrário dos outros anos, desta vez, não houve recusas, pois todas as agroindústrias que se inscreveram e cumpriam os requisitos puderam ser chamadas. Em 2017, por exemplo, foram 201 os expositores.
Outras mudanças foram a ampliação da praça de alimentação do pavilhão, para 410 lugares, e a criação de um depósito interno, que facilita a reposição dos produtos por parte das agroindústrias.
Signori ressalta, entretanto, que há ganhos para além do aumento no número de estandes, com mais espaço também na área de cada agroindústria e nos corredores. "Antes, muita gente chegava, via que estava cheio e nem entrava. Agora, terá mais circulação, e isso deve aumentar as vendas de forma bem considerável", projeta o dirigente. No ano passado, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), as vendas alcançaram R$ 2,8 milhões, marca que deve ser batida neste ano.
Apesar disso, o impacto da Expointer para as famílias expositoras não se encerra em Esteio. Além das vendas no período, a feira costuma ser uma vitrine para o Estado e para o resto do País, garantindo às agroindústrias novos clientes que gostam dos produtos e se tornam recorrentes. Até por isso, segundo Signori, há uma priorização a negócios que nunca participaram das edições anteriores. O número de pequenas empresas estreantes em 2018 passará de 40.
Testada e aprovada em 2017, a participação de agroindústrias de outros estados também passa por um ganho de musculatura. Participarão da feira, neste ano, 10 produtores de Minas Gerais, em parceria com a Fetag-RS. É o dobro dos cinco "desbravadores" que estiveram em Esteio no ano passado, como contrapartida à participação de agroindústrias gaúchas em eventos agropecuários mineiros.
"Isso torna ainda mais atrativo o pavilhão. E ficou comprovado que não competem com os nossos, pois são produtos que aqui não temos", comenta Signori, citando café, castanhas e tipos específicos de queijos que chamaram a atenção no ano passado. O modelo foi tão bem avaliado pelos organizadores que, neste ano, também virão outras 15 agroindústrias das regiões Nordeste e Amazônica em parceria com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) do Planalto, que patrocina a montagem da feira.
A Fetag-RS ainda espera que a Expointer de 2018 se torne palco de outro marco para as agroindústrias gaúchas: o anúncio da validade das inspeções municipais para que os pequenos negócios possam vender seus produtos em todo o território estadual. Atualmente, para vender fora de seu município, os produtores precisam de inspeções estaduais ou federais, com custos que, segundo a entidade, são inviáveis para negócios de baixa escala. O acordo vem sendo negociado desde o ano passado.

Atraso quase fez Rio Grande do Sul perder recursos

Divulgado ainda em 2012, o projeto da amplia��o do pavilh�o da agricultura familiar se transformou em uma arrastada novela, mesmo com recursos garantidos para a obra. � �poca, o Estado recebeu verba de R$ 1,46 milh�o do governo federal, que, complementados com montante financeiro semelhante por parte do Piratini, dariam origem ao novo galp�o ainda em 2013. As primeiras estacas, por�m, s� foram colocadas no terreno em abril de 2018, cinco anos depois.

Boa parte do atraso se deu porque, na primeira licita��o para o projeto, a empresa vencedora at� chegou a iniciar os trabalhos, mas logo rompeu o contrato. Depois disso, nem a segunda, nem a terceira colocada quiseram assumir o servi�o, exigindo um novo processo. O Estado esteve � beira de perder os recursos, que teriam de ser devolvidos � Uni�o caso a nova licita��o n�o fosse realizada at� o fim de 2017, mas conseguiu cumprir os prazos e, finalmente, entregar o novo espa�o �s agroind�strias.

No fim das contas, o novo pavilh�o chega como se fosse um presente aos produtores pela 20� edi��o da Feira da Agricultura Familiar na Expointer. Institu�da em 1999, no governo Ol�vio Dutra (PT), o in�cio da participa��o das agroind�strias esteve no centro da briga entre governo e entidades agropecu�rias que quase cancelou a Expointer daquele ano - um acordo evitando o boicote dos grandes produtores � exposi��o de 1999 s� foi fechado a dois dias do in�cio da feira.

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