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Porto Alegre, segunda-feira, 26 de agosto de 2019.

Jornal do Com�rcio

Not�cia da edi��o impressa de 26/08/2019.
Alterada em 26/08 �s 12h40min
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L�cteos apostam em neg�cios da China

Acordo vai permitir a venda, para o pa�s asi�tico, de queijos, leite em p� e outros derivados do leite j� no pr�ximo ano

Acordo vai permitir a venda, para o pa�s asi�tico, de queijos, leite em p� e outros derivados do leite j� no pr�ximo ano


/CLAITON DORNELLES /JC
Thiago Copetti
Negociado ao longo da última década e anunciado em julho, o acordo que vai permitir a venda, para a China, de lácteos brasileiros como queijo e leite em pó, deve ter seus primeiros embarques gaúchos em 2020. O Estado já conta com seis das 24 plantas habilitadas no Brasil, mas estar qualificada para exportar é apenas o primeiro passo.
Agora, o principal desafio para as empresas é conquistar clientes e parceiros, ressalta Leonardo Isolan, chefe do serviço de inspeção federal do Ministério da Agricultura que participou das negociações e hoje é um dos principais conhecedores do acordo.
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O tema foi um dos principais debates do primeiro dia da Expointer, no sábado, em evento promovido pela Secretaria da Agricultura, Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat) e do Instituto de Educação no Agronegócio (I-UMA). Apesar de ser um mercado já aberto, imenso e crescente, as indústrias e os produtores ainda têm que avançar na qualidade do produto e do leite utilizado para garantir a conquista de clientes, diz Isolan. Isso porque os principais concorrentes que já estão no mercado chinês têm exigências de produção ainda maiores do que as brasileiras, ressalta o chefe do serviço de inspeção federal.
"Temos que melhorar muito a qualidade do leite processado aqui. Mesmo com a entrada em vigor das Instruções Normativas do Leite (INs 76 e 77), ainda temos exigência de qualidade inferior a dos atuais principais exportadores do produto para a China, que são Nova Zelândia, Europa e Estados Unidos", alerta Isolan.
A vantagem brasileira, diz Isolan, é que o governo chinês tem hoje uma forte política de diversificação de fornecedores. Um dos motivos é para reduzir a dependência, aumentar a concorrência e ter mais segurança alimentar. O que significa, neste caso, não correr o risco de ficar desabastecido, por exemplo, por um problema que ocorra com alguns dos principais fornecedores.
"Os chineses têm dois grandes temores, da fome e do frio. Então, a segurança alimentar para o país é um fator importante, o que nos beneficia, principalmente porque há alguns anos (entre 2010 e 2011) o país teve um sério problema como o leite em pó produzido localmente", explica Isolan.

Entrada no mercado chin�s exige muito mais do que habilita��o para exportar

Entrar no mercado chin�s e mant�-lo, no entanto, n�o ser� uma tarefa f�cil para as seis plantas ga�chas j� habilitadas para exportar. Al�m de identificar o tipo de queijo que esse mercado quer, por exemplo, Leonardo Isolan, chefe do servi�o de inspe��o federal do Minist�rio da Agricultura (Mapa),� destaca que h� uma s�rie de normativas, regras e recomenda��es �s quais os embarcadores precisam estar atentos. Foi para isso que o governo montou um roteiro, elaborado pelo Itamaraty, que ajuda ind�stria e exportadores e evitar erros no processo, em documento que est� dispon�vel no site https://pequim.itamaraty.gov.br.

"Tamb�m temos que evoluir na rastreabilidade do produto, o que � uma demanda chinesa. E os chineses compram do pa�s, o que significa que se uma empresa errar colocar� todas as outras em risco e pode fechar o mercado a todas", alerta Isolan.

O superintendente federal do Mapa no Estado, Bernardo Todeschini ressalta que, apesar de ser um mercado gigante, todos querem chegar l� e, portanto, os competidores s�o muitos. Desde 2015, com o fim das restri��es ao segundo filho, que perdurou durante muitos anos, o n�mero de crian�as que est�o nascendo na China atual � um mercado tentador para leite em p� e compostos l�cteos, por exemplo.

Mas investir no gigante asi�tico exige paci�ncia, persist�ncia e n�o apenas conhecimento de mercado, mas do estilo de negocia��o chinesa, que � peculiar. Na China, dizem especialistas, boa parte dos contratos fechados s�o feitos pelo "guanxi", que significa, relacionamento de confian�a. "Nos primeiros encontros muitas vezes eles sequer falam de neg�cio. Eles querem primeiro conhecer o interlocutor, saber quem �, ter contato pessoal e criar la�os", explica Todeschini.

Presidente do Sindilat, Alexandre Guerra diz que uma das perguntas mais frequentes que tem ouvido de associados interessados neste mercado � sobre como se habilitar. De acordo com Isolan, inicialmente qualquer ind�stria que j� atue com o SIF (Servi�o de Inspe��o Federal) podem formalizar a inten��o ao minist�rio da Agricultura, que analisar� a solicita��o. Posteriormente, ter� de passar pela auditoria chinesa, que j� est� sendo feito inclusive � dist�ncia, pelo sistema de comunica��o virtual WeChat, com transmiss�o de v�deo. "Temos que explorar esse imenso potencial. Apesar de sermos um dos maiores produtores de leite do mundo, ainda somos um pa�s mais importador do que exportador", afirma o presidente do Sindilat.

Para o secret�rio de Agricultura, Covatti Filho, o Estado ainda precisa de adapta��o na cadeia produtiva do Estado, sincronizar extens�o rural com a produ��o e valorizar mais a qualidade. "Temos que fazer um esfor�o entre ind�stria, produtores e Estado, para qualificar nosso produto para poder conquistar mercados fora do Brasil", diz Covatti Filho.

Os n�meros do apetite chin�s

Segundo dados do Mapa, os chineses s�o os maiores importadores de l�cteos do mundo, comprando 800 mil toneladas de produto por ano.

Em 2018, a China importou

108 mil toneladas

em queijos, com crescimento anual de 13% nos �ltimos cinco anos, devido � expans�o populacional.

O Brasil produz uma m�dia de

600 mil toneladas

de leite em p� anualmente.

A Viva L�cteos, Associa��o Brasileira de Latic�nios, avalia que a expectativa � que, ap�s o processo de habilita��o, o Pa�s possa exportar

US$ 4,5 milh�es

em produtos l�cteos para a China.

Fontes: Viva L�cteos e Secret�ria da Agricultura

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