Estiagem não afeta venda de máquinas na Expodireto

Na véspera de encerramento da feira, expositores mostravam otimismo com o desempenho de vendas

Por Diego Nuñez

Na véspera de encerramento da feira, movimento era intenso
Diego Nunez, de Não-Me-Toque
A estiagem trouxe problemas financeiros para produtores rurais em diversas partes do Rio Grande do Sul. A perda de rentabilidade dos produtores, porém, não atrapalhou o desempenho da venda de máquinas agrícolas na Expodireto.
Diversas marcas com estandes espalhados pelo parque em Não-Me-Toque se mostraram otimistas com o resultado final da feira. A expectativa é refletida pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier. 
“Andamos por toda a feira e todo mundo está muito satisfeito. O sentimento é de otimismo. Apesar da estiagem, tem muita zona que vai colher bastante soja, principalmente entre a Região Metropolitana de Porto Alegre e o Litoral Norte. Mesmo lá em cima (norte e noroeste, região bastante atingida pela seca), tiveram lugares que choveu e a soja reage bem", afirmou Bier.
Como a quebra de grãos foi grande, os preços também avançaram de patamar. Portanto, com pouca oferta, quem conseguiu colher deve se capitalizar bem ao final desta safra de verão. É esse o produtor que procurou investir e modernizar seus equipamentos de produção.
Há marcas que, inclusive, melhoraram o número de vendas em relação à última feira, realizada em 2020, antes do início da pandemia no Brasil. É o caso da Valtra. "Viemos com uma expectativa positiva que está se confirmando. Os números estão até melhores que em 2020. O ticket médio do consumidor está aumentando. A gente tinha apreensões no início, pelas regiões que tiveram frustração de produção, mas a safra do ano passado (2020/2021) foi muito boa e o preço das commodities está alto, então o produtor vem capitalizado”, relata Alexandre Vinícius de Assis, diretor de vendas da Valtra.
A previsão da LS Tractor também é de superar os números da última Expodireto. “Nossas vendas, em unidades, vão ser em torno de 15% a 20% maiores do que em 2020. Pelos números, até agora, acredito que vamos bater tranquilamente a meta. A movimentação do estande está bastante grande”, afirma Astor Kailpp, gerente de marketing e vendas da LS Tractor.
Mesmo sem revelar os números, a Massey Ferguson teve uma feira positiva até esta quinta-feira, véspera de encerramento da Expodireto. “A gente voltou como se não tivéssemos parado. Essa feira foi um sucesso. O perfil do produtor agrícola, mesmo da agricultura familiar, está mais profissionalizado. A gente percebe um produtor na Expodireto muito mais interessado em soluções tecnológicas que aumentem sua produtividade”, comenta Moisés Oliveira, coordenador de vendas Massey Ferguson.