Projeto da CMPC visa ampliar eficiência e sustentabilidade

Entre os objetivos estão a redução dos gases de efeito estufa e economia no consumo de água

Por Karen Viscardi

Aporte de R$ 2,5 bilhões também prevê aumento na produção anual
O investimento bilionário da CMPC em Guaíba, de cerca de R$ 2,75 bilhões, é uma resposta a uma demanda por celulose que há tempos cresce acima do PIB mundial e que acelerou a partir do início da pandemia. O projeto, chamado BioCMPC, foi impulsionado para atender os propósitos de criar, conviver e conservar, e é um avanço na agenda ESG (Ambiental, Social e Governança, em português), conta diretor-geral da CMPC Brasil, Maurício Harger. A iniciativa une sustentabilidade, eficiência e modernização operacional.
“Temos como ambição de ser uma das indústrias mais sustentáveis no Brasil. Vamos melhorar controles de gestão ambiental e introduzir um centro de gestão ambiental, o primeiro em celulose no país”, afirma Harger. O objetivo está alinhado à meta global da empresa chilena, que pretende reduzir o uso de água em 25% em todas as instalações industriais, diminuir em 60% a emissão gases efeito estufa e zerar resíduos em aterros sanitários. Em Guaíba, na área de resíduos sólidos, por exemplo, 99,8% vão para reciclagem. Ou seja, falta apenas 0,2% para a fábrica atingir a meta.
A expansão e a modernização operacional irão possibilitar um incremento de 350 mil toneladas de papel e celulose na produção da fábrica, que superou a marca de 2 milhões de toneladas no período de 12 meses, entre maio de 2020 e abril de 2021. “É toda uma cadeia impactada. Somente na atividade florestal são 3,3 mil empregos físicos e que devem crescer cerca de 18%”, diz Harger. O percentual é proporcional à ampliação da produção. Hoje, a CMPC Brasil conta com 6 mil colaboradores fixos, sendo 2,3 mil na atividade industrial.
Atualmente, cerca de 780 pessoas atuam no projeto de expansão. Este número deve chegar a 3,8 mil no pico das atividades. Com o projeto dentro do cronograma físico e financeiro, a estimativa do prazo para finalização é de novembro de 2023. Iniciadas em agosto de 2021, 18% das obras já foram executadas.
Pelo volume de pessoas e máquinas em funcionamento, uma das preocupações foi reduzir interferências que prejudicassem a comunidade. Entre os exemplos de adequação para minimizar problemas é a substituição de todos os alarmes de ré de tratores e caminhões por um ruído mais brando, que atende a legislação e protege os trabalhadores.