Testagem, vigilância e reforço da vacinação podem retardar chegada da Ômicron ao RS

Medidas, aliadas à prevenção e atenção às flexibilizações, são apontadas como eficazes para postergar entrada da cepa

Por Fernanda Crancio

Prefeitura da Capital decidiu retomar testes no aeroporto Salgado Filho
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Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) decidiu retomar a oferta de testagem com exame RT-PCR para os passageiros que chegam à Capital no Aeroporto Salgado Filho. O objetivo, de acordo com o diretor da Vigilância em Saúde, Fernando Ritter, é manter a vigilância da entrada da nova cepa: “A Ômicron tem revelado um ritmo de transmissão alto, similar a de outras variantes, como a Delta. Por isso, estamos atentos e precisamos reforçar os cuidados”, declarou.
O serviço de testagem será oferecido a moradores de Porto Alegre que retornam à cidade por via aérea ou viajantes que permanecerão por pelo menos quatro dias no município. Os casos positivos serão encaminhados para análise genômica, que apontará se há circulação da nova variante por aqui. O teste deverá ser realizado dentro de até sete dias após o desembarque, e o resultado sai em até 24 horas. Em caso positivo, o passageiro irá receber instruções para isolamento domiciliar e atendimento médico.
Para os especialistas consultados pela reportagem, ainda é prematuro avaliar o real impacto da variante sobre o atual momento da pandemia. Por ora, os casos registrados na África apresentam sintomas leves no público infectado, na maioria jovens, mas ainda é preciso apontar o efeito que a doença terá em pessoas mais vulneráveis, como idosos. Vale lembrar, ainda, que a África do Sul tem apenas cerca de 24% de sua população com esquema vacinal completo, o que deixa o grupo mais sujeito à ação do vírus.

Manutenção dos cuidados e maior atenção às flexibilizações 

O que já chama a atenção, no entanto, é o potencial de transmissibilidade, de reinfecção e de mutação do vírus da nova cepa, muito maior do que o identificado em relação à Delta. Graças a isso, nesta segunda-feira (29) a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o

O que se sabe sobre a nova variante

  • A variante Ômicron – também chamada B.1.1529 – foi identificada pela primeira vez na África do Sul, em 9 de novembro, e reportada à Organização Mundial da Saúde (OMS) em 24 de novembro;
  • Em poucos dias, já é considerada a variante dominante no continente africano;
  • A cepa também já é considerada "variante de preocupação" pela OMS, desde sexta-feira (26), e gerou alerta de risco global "muito alto";
  • Imagem da variante Ômicron revelou mais que o dobro de mutações que a Delta;
  • Pacientes infectados até o momento mostram sintomas leves, mas ainda é necessário mais tempo para avaliar o efeito em pessoas vulneráveis;
  •  A cepa ainda não foi identificada no Brasil
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