{{channel}}
D3 em grupos prioritários 'é para ontem', defende epidemiologista da Ufrgs
Idosos e imunodeprimidos estão mais vulneráveis à doença, mesmo com as duas doses, argumenta Paulo Petry
Para especialistas, o Brasil já deveria estar se organizando para iniciar a
Escassez de imunizantes obriga priorizar quem receberá doses primeiro
Em um cenário no qual não há escassez de vacinas, todos seriam vacinados simultaneamente. Esse, porém, não é o caso do Brasil. "E, para esse debate, não adianta utilizar as experiências dos outros países. Cada país tem características próprias, suas variantes e, alguns, até excesso de vacina. Vamos ter que fazer um escalonamento de risco, de tudo que observamos até agora", sugere Mônica.
Para ela, idosos e imunodeprimidos deveriam ser priorizados, uma vez que o objetivo da campanha de vacinação no Brasil, agora, é salvar vidas. Por isso, seria interessante dar a D3 a idosos e imunodeprimidos antes de iniciar a vacinação de adolescentes sem comorbidades. Seria positivo também fazer uma busca ativa das pessoas que ainda não tomaram a D2. No Rio Grande do Sul, 3,8 milhões de pessoas ainda não completaram o esquema vacinal.
Já para o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Marcelo Matias, os profissionais de saúde também deveriam ser incluídos no grupo prioritário para a D3. Ele entende que os estudos já feitos em outros países e a experiências com a categoria apontam que a eficácia não é tão alta quanto o esperado. "Defendemos a vacinação dos médicos e profissionais da saúde porque eles estão expostos a grandes cargas virais, o que, estatisticamente, está associado a um risco maior de desenvolvimento das formas graves da doença", pontua.
Por isso, o Simers realizou uma pesquisa com mais de 2,7 mil médicos associados. Os resultados indicaram que 99% está disposto a tomar a D3. "Já falamos com a prefeitura de Porto Alegre, solicitamos à Vigilância em Saúde e ao Secretário de Saúde, Mauro Sparta. Em setembro, temos uma reunião marcada no Ministério de Saúde com a bancada gaúcha do Congresso e vamos tratar, entre outros assuntos, sobre a D3. Acho que isso vai impactar a categoria e o resto da população. Espero que dê certo", finaliza Matias.
Diante de todo esse debate sobre priorização, existe uma questão ética. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) emprega que, antes de reforçar o esquema vacinal em países mais desenvolvidos, se faça a imunização de países menos desenvolvidos, para que não haja uma incubadora de novas variantes no mundo”, comenta Petry. Para a OMS, a prioridade é acelerar a vacinação em países mais atrasados. “É isso que está acontecendo agora. Israel está fazendo a terceira dose, mas há países na África que ainda não tem nem a primeira dose para aplicar.”