Segmento de imóveis de luxo aponta retomada na produção

Após cinco anos encarando um cenário de baixos investimentos e de retração no setor imobiliário, o momento atual é considerado promissor pelas incorporadoras

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Censi Fisa tem nove projetos em execução, sendo dois na Capital, previstos para entrega em 2022
Após cinco anos encarando um cenário de baixos investimentos e de retração no setor imobiliário, o momento atual é considerado promissor pelas incorporadoras. Confiantes no impacto positivo das mudanças na política de juros e na oferta de crédito para aquisição de imóveis, as construtoras observam com entusiasmo o reaquecimento desse mercado e se preparam para fazer negócios.
Foi um período duro, atrelado à macroeconomia abalada pela crise no Brasil e em outros países. Menos sensível a esses fatores - embora não imune a eles -, o segmento de imóveis de alto padrão, ou de maior valor agregado, também percebeu a diminuição na procura por esse tipo de produto.
Mas os primeiros sinais de recuperação já foram percebidos ainda em 2017, conta o diretor-executivo da Censi Fisa, Gustavo Barreto. Para ele, a retomada já está em andamento, embora ainda sem nova precificação do mercado. "Significa que os negócios estão aquecidos, e que o período ainda é mais favorável ao comprador. A partir da consolidação da estabilização econômica, a tendência é o aumento da demanda e, em consequência, a elevação dos valores dos imóveis", projeta Barreto.
A empresa é resultado de fusão, em 2018, entre a Censi Empreendimentos e a Fisa Incorporadora, ambas de Caxias do Sul, a partir de um minucioso processo de alinhamento de objetivos estratégicos, mas que contou com a convergência de perspectivas e de visões quanto ao futuro do setor de construção civil no Brasil, e sobretudo, no Rio Grande do Sul.
Separadas, elas já entregaram mais de 500 mil metros quadrados, em 75 empreendimentos, sempre com foco nesse perfil de alto padrão, em Caxias e em Gramado. Atualmente, são nove projetos em execução, sendo dois deles na capital gaúcha, com previsão de entrega para o primeiro semestre de 2022.
Com projetos assinados por importantes nomes da arquitetura e do design, os empreendimentos da empresa são erguidos a partir de quatro pilares: exclusividade, qualidade, segurança e sustentabilidade.
A combinação desses conceitos levou à fusão e, com ela, a soma de expertises construtivas e de gestão, promovendo ainda mais qualidade a cada obra e em toda a cadeia de incorporação imobiliária.
O olhar diferenciado e a atenção ao conforto em cada projeto já faziam parte dos parâmetros da Censi em 2009, quando foi criada. "Sempre busquei fazer com que nossos prédios fossem comparados a obras de arte, únicos. Toda vez que desenvolvia o projeto de um empreendimento junto com nossos arquitetos, procurava imaginar como se eu fosse morar nele com minha família, entregando todo conforto, praticidade, e segurança para todos", observa Fabrício Censi, que integra o Conselho de Administração da Censi Fisa.
Conforme Daniel Zarth, também membro do Conselho, o grupo está otimista quanto às perspectivas econômicas do País. "Vislumbramos anos de crescimento vigoroso do Brasil, com expansão da renda das famílias, maior disponibilidade de crédito e valorização de ativos reais, como é o caso dos imóveis. E, por isso, queremos investir com vigor nesse segmento da construção nos próximos anos", reforça ele.

Juros baixos geram perspectivas otimistas para a construção civil

Diante de um cenário novo na economia brasileira, com a Selic baixa e os juros mais alinhados aos padrões internacionais, o otimismo desponta no horizonte do mercado imobiliário em 2020. Com uma demanda reprimida e oferta de imóveis reduzida, somadas a uma perspectiva promissora de consumo, um novo ciclo positivo para a indústria da construção civil está chegando.
A avaliação é do presidente da CFL Incorporadora, Luciano Bocorny Correa. Segundo ele, o momento da retomada já chegou, e o ponto de inflexão é mesmo o ano de 2019. "O estado de São Paulo já mostra um mercado bem aquecido, respondendo fortemente em lançamentos, preços e vendas. E a mudança da taxa de juros, agora lastreada em reformas estruturantes na economia e no governo, é uma transformação substancial na estrutura do mercado imobiliário, na questão de crédito. Isso interfere nos preços e na liquidez dos ativos imobiliários de uma forma muito significativa", diz o empresário.
Segundo Correa, a tendências de manutenção na taxa de juros em torno de 5% para os próximos quatro ou cinco anos, assim como os índices de inflação e uma forte oferta de crédito imobiliário desenham uma conjuntura bastante favorável. "Acredito que mesmo se a economia não crescer muito, o mercado imobiliário irá responder. A Selic e os rendimentos financeiros baixos trazem liquidez ao mercado imobiliário, e no segmento de alta renda o reflexo é ainda maior, pois esses são os clientes que têm uma poupança mais representativa. Viemos de um ciclo longo de represamento do setor. Por conta dessa retração, é natural que ele responda rápido agora. Os próximos dois ou três anos tendem a ser muito positivos para o setor", projeta Correa.