Entrevistados dão mais valor às compras presenciais

Possibilidade de poder experimentar o produto é destacada por 60% dos pesquisados que preferem as lojas físicas

Por Caren Mello

Fotos de lojas com vendas de roupas de inverno.
Outro destaque do levantamento diz respeito às compras pela internet. De maneira geral, 85% dos entrevistados nos bairros de Porto Alegre costumam adquirir produtos de maneira presencial e apenas 15%, on-line. A possibilidade de poder experimentar o produto é destacada por 60% dos entrevistados que preferem as lojas físicas. Também houve quem apontou para a necessidade eventual de trocar o produto - 49,5% deles. Entre esses que compram de forma presencial, 19% ainda o fazem por entender que o preço é o mais importante.
A pesquisa da ESPM em parceria com o Jornal do Comércio avaliou, ainda, a aquisição de veículos e de aparelhos celulares. Em relação aos carros, o levantamento aponta que o porto-alegrense não tem o hábito de fazer trocas frequentes. Os índices permaneceram praticamente os mesmos em todas as classificações nos dois últimos anos.
Já na troca de celulares, o levantamento não foi comparativo, uma vez que o hábito foi avaliado pela primeira vez. A pesquisa apontou que os maiores índices estão entre os consumidores que costumam trocar de celular eventualmente (23%), seguidos pelos que compram de três em três anos (22%) e de dois em dois anos (20%).
Na avaliação sobre investimentos, observa-se que a maioria dos entrevistados (51%) não investe. Entre aqueles que reservam parte dos seus recursos, o número de pessoas que têm poupança apresentou uma pequena melhora com relação ao ano passado: de 37% para 41%. No entanto, ficou bem distante dos patamares de 2014, quando foi feito um registro de 60% dos que optavam por esse tipo de reserva. Entre os que mudaram o perfil de investimento, nota-se que 79% deles migraram para investimentos mais conservadores.
Os pesquisadores também avaliaram, dentro dos hábitos de compras, o número de pessoas que pensam em diminuir o consumo, índices que se mantiveram nos mesmos patamares do ano passado, cerca de 50%. Porém, o levantamento indica que 40% das pessoas pensam em cortes em compras, vestuários e calçados, principalmente. "Os cortes no lazer tendem a ser menores, pois já foram diminuídos significativamente nos anos anteriores", lembra Liliane Rohde, coordenadora da pesquisa.

Crescem intenção de empreender, pessimismo com futuro e informação via Instagram

O levantamento registrou, pelo segundo ano consecutivo, o aumento do número de pessoas que pretendem investir no seu próprio negócio. O movimento pode ser um reflexo da dificuldade de colocar-se no mercado, segundo avaliação da pesquisadora. "Antes, era o sonho da casa própria; agora, é do próprio negócio", diz Liliane, ao ressaltar que aumentou o pessimismo dos pesquisados.
Cabe salientar que nesta edição da pesquisa manteve-se o número de pessoas que dizem não ter condições de investir. O estudo também procurou averiguar a crença do porto-alegrense no futuro do País, constatando-se um maior pessimismo. Na percepção de 55% dos pesquisados, o futuro tende a piorar, enquanto que, no ano passado, o índice dos que assim pensavam era de 44%. Apenas 21% acreditam que o País irá melhorar, e 24% entendem que o Brasil vem se mantendo igual.
Os pesquisadores também investigaram as formas como os consumidores da Capital se informam sobre locais de compra e lazer. Observou-se, então, um aumento significativo do Instagram como fonte de informação. Enquanto, no ano passado, 13% buscavam esse canal, hoje, eles somam 28%. O Facebook teve um leve crescimento (de 40% para 44%), ficando dentro da margem de erro. E houve uma queda entre aqueles que buscam informações em sites (de 38% para 30%) e em TVs (de 15% para 7,5%).