Com a palavra, os debatedores

Os convidados do evento 'Conexões de Negócios - Cenário Digital', promovido pelo Jornal do Comércio em fevereiro, falam sobre a importância da inovação para o futuro de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.

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Os debatedores convidados do evento 'Conexões de Negócios - Cenário Digital', promovido pelo Jornal do Comércio em fevereiro, falam sobre a importância da inovação para o futuro de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.

Luis Humberto Villwock, coordenador técnico do Pacto Alegre e Agente de Prospecção e Negociação do Tecnopuc

"Todo o caldo cultural gerado a partir do Pacto Alegre precisa ser percebido pela cidade e pelas pessoas que chegarem aqui de fora. Precisamos fazer a roda do conhecimento girar, ou seja, com a prospecção de jovens para ingressar em áreas inovadoras dentro das universidades, e as instituições, dentro do seu papel acadêmico, devem propiciar as oportunidades a esses estudantes para formá-los e entregar ao mercado de trabalho profissionais competentes que, consequentemente, irão gerar conhecimento. As pessoas precisam perder o medo da inovação e, mais ainda, ingressar nesse ecossistema para entender o que se passa. Devemos construir referências para os jovens para que eles percam o medo de realizar seus sonhos."

Susana Kakuta, CEO do Tecnosinos

“Chegamos ao momento onde devemos fazer o Rio Grande do Sul acelerar no assunto tecnologia e inovação. Percebemos, ao longo da crise financeira a qual atravessamos que somente as áreas já existentes e pujantes, como o agronegócio, por exemplo, não são suficientes. Por isso, é necessário achar formas de gerar renda para o Estado, de manter nossos talentos por aqui, sob o risco de nos tornarmos um estado envelhecido, com poucas oportunidades e sem uma força de trabalho suficiente. Temos que aumentar o grau de empreendedorismo, reduzir a burocracia, sair da ‘caixa’ e buscar coisas novas. Quero que meu neto cresça, trabalhe e se especialize no Rio Grande do Sul. É o momento de fazer a reflexão do que faremos pelas gerações futuras."

Alexandre Horn, diretor técnico da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa)

“A Tecnologia da Informação (TI) é um meio para atender negócios e obter resultados. Hoje, a Procempa, com sua função de processar dados e oferecer informações às secretarias e à população, é imprescindível para a cidade. Não há serviço que seja feito sem o auxílio da tecnologia. E engana-se quem pensa que isso seria possível apenas com a participação do poder público. Precisamos do setor privado para nos abastecer com inovação, novas formas de fazer a mesma atividade, porém de maneira mais eficiente, com resultados rápidos. É nossa missão também, de quem trabalha com tecnologia, tornar as coisas mais simples para todos. Por isso, cada vez mais devemos fomentar iniciativas que levem para esse caminho de inclusão.

César Paz, co-fundador do movimento Porto Alegre Inquieta

“Para se obter inovação, dependemos do pensamento criativo e do senso crítico. Fomos criados no RS sob um sistema linear de pensamento, somos muito resistentes às mudanças, ao novo. Começo a ver que, aos poucos, isso está sendo modificado. Tão é verdade essa afirmativa que assistimos a união das universidades, da prefeitura, empresários e sociedade para a constituição do Pacto, algo difícil de se imaginar há alguns anos. É preciso ter engajamento nessas ações, mostrar à população o porquê de elas serem tão importantes para sairmos de um estado semidepressivo que parece – ou parecia – dominar as pessoas. O Porto Alegre Inquieta traz a inovação não para um setor, mas para toda a cidade, para a arte, teatro, gastronomia, música, todos conectados. E mais do que isso: incentivar o empreendedorismo. Mostrar que quebrar em um negócio faz parte do aprendizado e do curso natural para o sucesso.

Marciano Testa, CEO do Agibank

“A iniciativa do Instituto Caldeira é totalmente das empresas, sem dinheiro público. Ela se estabelece sobre os pilares da atração e manutenção de talentos, das empresas fundadoras para dar suporte àquelas que posteriormente chegarão ao espaço, como as startups, e o impacto que isso irá gerar na sociedade, os ganhos a partir desse espaço e modelo propostos. Hoje, nem Porto Alegre, nem o Rio Grande do Sul são reconhecidos no mapa de tecnologia e inovação e, consequentemente, temos uma grande dificuldade em atrair investimentos nesses setores. Não sabemos qual a nossa vocação, nosso potencial. Estamos muito atrasados no espectro tecnológico. Tomara que o Pacto Alegre ajude a modificarmos esse panorama."