Eletrobras admite possibilidade de encerramento de atividades da térmica a carvão Candiota 3

Contratos de venda de energia da termelétrica acabam em 31 de dezembro de 2024

Por Jefferson Klein

Usina passou por processo, em 2019, para melhorar performance
Com seus contratos de comercialização de energia terminando em 31 de dezembro de 2024, o futuro da termelétrica Candiota 3, localizada no município gaúcho de mesmo nome, ainda é incerto. Conforme a Eletrobras (controladora da CGT Eletrosul, que é responsável pela térmica a carvão), a descontinuidade do complexo, o prolongamento da sua operação ou a alienação são opções que estão sendo analisadas.
“É uma usina a carvão que tem uma importância elétrica para o sistema, mas também, por outro lado, a Eletrobras é uma empresa com vocação para energias renováveis”, afirma o presidente da companhia, Rodrigo Limp. Ele reforça que 97% da energia gerada pelo grupo é proveniente de fontes limpas, o que “tem um peso importante para a companhia”.
O executivo frisa que estão sendo feitas avaliações sobre Candiota 3 e ainda não há uma decisão tomada, mas todos os cenários serão levados em conta. Limp ressalta ainda que a questão também poderá ser influenciada pelo processo de desestatização da Eletrobras, dependendo da posição de uma eventual nova administração.
A capacidade instalada de Candiota 3, inaugurada em 2011, é de 350 MW, o que representa aproximadamente 9% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul. As unidades mais antigas do complexo termelétrico de Candiota, conhecidas como Fases A e B, que representavam 446 MW de capacidade instalada, já foram desativadas.
Nessa terça-feira (17), Limp participou de entrevista coletiva à imprensa para comentar os resultados financeiros da Eletrobras. A empresa registrou lucro líquido de R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre de 2022. O desempenho, 69% superior a igual período de 2021, foi impactado, positivamente, pelo aumento de 12% da receita bruta, pela redução do custo de PMSO (Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras Despesas) em 3,4% e pelo desempenho financeiro da companhia, com destaque para o efeito positivo da variação cambial.
Já a receita operacional líquida apresentou crescimento de 12%, influenciada pelo reajuste de contratos bilaterais e das receitas de transmissão, aumento das tarifas fixas de Angra 1 e 2 e melhor performance de Candiota 3. A redução da dívida líquida da companhia em 4,6% é outro ponto positivo do trimestre, mantendo a relação dívida líquida/Ebitda recorrente igual a 1, encerrando o trimestre com um caixa consolidado de R$ 15 bilhões.