Aberta consulta pública sobre parque eólico na Lagoa dos Patos

Para o Sindienergia, investimento em lagoas gaúchas pode fazer do RS um estado exportador de energia

Por Diego Nuñez

Potencial da Lagoa dos Patos para geração eólica é de até 24,5 mil MW, segundo dados do governo
O governo do Rio Grande do Sul abre nesta segunda-feira (3) a consulta pública para o futuro edital de concessão de uso de áreas da Laguna dos Patos. A população terá até 21 de janeiro para enviar sugestões e contribuições sobre o projeto, que pretende construir um parque eólico com a implantação de aerogeradores de energia elétrica.
Com a concessão, o Estado quer oferecer soluções de médio e longo prazos para a geração de energia renovável e limpa. O secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Luiz Henrique Viana, afirma que o projeto está alinhado com o compromisso firmado na COP26 relacionado às mudanças climáticas, em promover ações que minimizem as emissões de carbono.
“A partir da concessão, o interessado fará o uso do território e, mediante licenciamento ambiental, poderá instalar os aerogeradores, o que vai ao encontro das premissas de geração de energia limpa, colaborando para a redução da emissão de gases de efeito estufa, uma das metas assumidas na COP26. Além de colaborar com a ampliação da matriz de geração da energia elétrica, também contribui para o desenvolvimento sustentável e econômico do Estado”, afirma Viana.
O objeto da concessão contará com a possibilidade de instalar aerogeradores em dois lotes da Laguna dos Patos, um ao norte e um ao sul. A expectativa é de que o edital seja publicado até fevereiro de 2022.
De acordo com dados preliminares do governo gaúcho, o potencial da Lagoa dos Patos para a geração eólica é de até 24,5 mil MW, enquanto as lagoas Mirim e Mangueira teriam capacidade, respectivamente, para 7,3 mil MW e 2,1 mil MW. A título de comparação, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indica que o Rio Grande do Sul conta hoje com uma potência eólica instalada de cerca de 1,8 mil MW.
Segundo o presidente do Sindienergia, Guilherme Sari, o audiência pública em 21 de janeiro, das 9h às 12h, por videoconferência.