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Tendências de consumo surgidas na pandemia aproximam o local das vocações globais
Mudanças comportamentais dos gaúchos também impactam diretamente na indústria criativa
Das mudanças comportamentais registradas ao longo da pandemia, a ampliação do acesso aos meios digitais se destaca entre as principais. E com as novas configurações de trabalho, estudo, lazer, consumo e de relacionamentos surgiram também as tendências de consumo do mercado on-line, como analisa pesquisa conduzida pelo Centro de Design e pelo Laboratório de Criatividade da Universidade Feevale, com apoio do programa RS Criativo, do governo do Estado. Desde o início do ano, um grupo de 15 professores, pesquisadores e voluntários se dedica ao monitoramento desse retrato do momento, com o intuito de traduzir o atual movimento dos gaúchos e sua influência sobre a indústria criativa regional.
Coordenado pelos professores Renata Fratton Noronha, Cristiano Max Pereira Pinheira e Vanessa Valiati, o estudo, ainda em andamento, mapeou comportamentos de consumo de moradores de cerca de 46 municípios do Estado, e ouviu, até agosto, mais de 260 pessoas. "Nos voltamos para o momento dos gaúchos em meio à pandemia e identificamos microtendências e comportamentos locais que se espelham às tendências internacionais, como a busca por soluções tecnológicas e inteligentes, a evasão dos centros urbanos, o turismo regionalizado e a prática da terapia on-line para manutenção da saúde mental", aponta Renata.
Segundo a pesquisa, as sessões de terapia feitas remotamente, com pacientes diretamente de suas casas, são uma tendência nova e que deve permanecer no pós-pandemia. Entre os entrevistados do estudo, 51,3% disseram conhecem alguém que faz terapia on-line e 24,9% admitiram frequentar as sessões nesse formato. "Se antes essa possibilidade parecia inusitada, já se consolidou. E isso acompanha o movimento intenso de cuidados com a saúde e o bem-estar durante a pandemia, onde muitos exercícios também foram mantidos no formato on-line", completa a coordenadora do estudo.
Opções de turismo em locais que permitam uma fuga do espaço urbano e priorizem o contato com a natureza também foram destaque entre os pesquisados. Para 53,6% deles "trilhas, cachoeira e convívio com a natureza" estão entre as preferências momentâneas, além da opção de "conhecer novos lugares através de experiências gastronômicas", que somou com 42,1% das escolhas.
Essa tendência ao "escapismo" do ambiente residencial e de proximidade com a natureza prevalece também em função do esgotamento das pessoas em relação às restrições impostas pela pandemia e ao "fique em casa" que marcou os últimos meses. "O sair de casa tornou-se algo mais que necessário para as pessoas e, nesse sentido, o contato com a natureza vem sendo priorizado", comenta Renata.