Prometeon investe na produção de pneus agrícolas em Gravataí

Produção local pode reduzir custos de produção no setor de máquinas

Por Diego Nuñez

Grupo aumentará em 30% produção desse segmento na fábrica gaúcha
A produção de pneus agrícolas vai crescer no Rio Grande do Sul. O grupo Prometeon anunciou que irá incrementar em 30% a industrialização do modelo em sua fábrica sediada em Gravataí. A iniciativa pode baratear a fabricação de máquinas e implementos agrícolas, impactando positivamente a cadeia produtiva no agronegócio gaúcho.
O Estado concentra 62% da fabricação de máquinas agrícolas do Brasil, segundo levantamento da Fiergs. As empresas do setor têm sofrido não apenas com a recorrente alta nos custos de produção, mas também com a falta de insumos – incluindo os pneus utilizados no maquinário.
“É uma notícia muito boa. Hoje, nosso setor de máquinas está com problema de falta de pneus. Todos os componentes têm uma certa dificuldade. Como vai ser uma fábrica que produz aqui no Estado, reduz a questão logística, e para nós, favorece muito. Por estar preto, também favorece o contato com a empresa. É bom em todos os sentidos”, avalia o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no RS (Simers), Claudio Bier.
O Prometeon Tyre Group (ex-Pirelli industrial) é um fabricante e vendedor de pneus, com atuação principalmente voltada para a indústria, o transporte de mercadorias e passageiros e aplicações em agro e OTR (off the road, pneus feitos para atuarem fora de estradas pavimentadas).
O anúncio foi feito em uma reunião no Palácio Piratini com a presença do governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), e o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon (MDB). Na oportunidade, a empresa também destacou a intenção de contratar mais 40 trabalhadores para unidade. A Prometeon tem duas unidades industriais no Brasil – em Gravataí e Santo André (SP) –, onde são produzidos pneus para caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. A unidade de Gravataí conta com 2,2 mil funcionários na operação.
“É muito importante que estão investindo na nossa cidade, no nosso Estado, e contratando mais funcionários. Temos uma mão-de-obra local muito qualificada, com bons funcionários que trabalhavam na Pirelli, que estava há 40 e tantos anos aqui”, disse o prefeito Zaffalon.
O chefe do Executivo gravataiense afirmou que disponibilizou todos os aparatos do município para ampliar ainda mais os investimentos da empresa na cidade, em termos de linhas de créditos. Com fomento também das linhas de crédito oferecidas pelo governo do Estado, existe a possibilidade de o grupo continuar investindo na unidade da Região Metropolitana de Porto Alegre.
“A empresa tem intenção de investir na área do agronegócio, que é um mercado em expansão no Brasil e aqui na nossa região. Hoje, existe uma demanda grande. A produção para o agro para os próximos dois anos eles já têm demanda para atender. Estamos trabalhando para que o investimento previsto para o Brasil seja feito em Gravataí”, declarou Zaffalon.
Esta foi a segunda expansão da Prometeon neste ano no RS. Em junho, houve aumento da produção de pneus de caminhões e a contratação de 210 trabalhadores – incremento de 20% de mão de obra desde o começo do ano.
Somando os dois anúncios, a Prometeon deverá ter uma produção adicional de 310 mil pneus em 2022 e 2023 e Gravataí ultrapassará a marca de 1 milhão de pneus produzidos ao ano a partir de 2022.

Investimento no setor é resultado de busca ativa do Fundopem

Desde maio, quando a Assembleia Legislativa gaúcha autorizou a
O Rio Grande do Sul compete com São Paulo na decisão de investimento da Prometeon (ex-Pirelli Industrial), que também tem fábrica em Santo André (SP). Um dos argumentos utilizados pelo secretário é a localização estratégica da unidade gaúcha, que, “em um raio de 1.500 km, consegue abastecer o Uruguai, a Argentina, Santiago do Chile e a própria São Paulo”, disse Brum.
Segundo ele, a busca ativa através do fundo visa fortalecer cadeias produtivas de indústrias já instaladas no Estado. Busca, por exemplo, fomentar a produção de garrafas de vidro utilizadas pela indústria de vinhos, suco de uva, cervejas e de azeite de oliva, ou viabilizar a produção de tampinhas para a indústria de refrigerantes, e também incentivar a produção de pneus agrícolas para o setor de máquinas.
“Claro que toda indústria é boa, mas se tem necessidade de otimizar a operação das indústrias já instaladas, temos que aproveitar essas oportunidades através do incentivo, que é basicamente desconto no ICMS”, disse Brum.
Atualmente, existem 92 indústrias com pedidos em análise no Fundopem de dentro e fora do Estado para ampliação de unidades os instalação de novas fábricas.