Apesar de rodovias bloqueadas, entidades negam risco de desabastecimento

Consultadas, Agas, Ceasa e Sulpetro garantem que paralisações não causam faltas significativas

Por Guilherme Jacques

Horários diferenciados estão entre as mudanças
Mesmo com os pontos de bloqueios em rodovias estaduais e federais realizados por caminhoneiros, tanto no Rio Grande do Sul quanto em outros estados, desde as manifestações favoráveis ao governo federal no feriado de 7 de setembro, não há risco de desabastecimento. A avaliação é das entidades que representam os postos de combustíveis, supermercados e da Central de Abastecimento do Estado (Ceasa), levando em conta a situação da manhã desta quinta-feira (9).
Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, a manifestação dos caminhoneiros não tem afetado o estoque dos supermercadistas e não há riscos de falta de produtos. Além disso, não há registro de aumento do movimento de clientes em razão do temor com as paralisações. “Há apenas alguns hortifrutis, frutas e carnes vindas de fora do Estado, que estão retidos, mas que podem ser substituídos por alternativas locais. Da forma que está, não há nenhum risco”, garante.
Na Ceasa, a avaliação é semelhante e não causa preocupação. “Está tudo normal e não há risco de desabastecimento. As ameaças não se confirmaram”, aponta o presidente Ailton Machado.
Já em relação aos combustíveis, embora haja aumento da procura nos postos, o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Estado (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, garante que não haverá falta. “Diferentemente de 2018, durante a greve, hoje, não temos as saídas das distribuidoras bloqueadas. Pode, eventualmente, faltar alguma variedade em algum posto devido à alta demanda ou atrasar por causa de um bloqueio, mas são situações pontuais e contornáveis, tanto que as distribuidoras estão trabalhando a pleno para atender a demanda. É preciso ter tranquilidade e não correr para os postos porque não há nenhum risco.”

Entenda a situação

Os bloqueios em rodovias estaduais e federais do País tiveram início após manifestações de apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro, no feriado de 7 de setembro. Nesta quinta-feira (9), segundo o Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal, ao todo, havia trechos com fluxo total ou parcialmente interrompidos em 15 estados. Em todos, as polícias atuam para negociar a liberação.
 
Ainda nesta manhã, um áudio com a voz de Bolsonaro circulou, a mensagem fazia um apelo pelo fim dos bloqueios. A veracidade do material foi confirmada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.