Feiras da economia criativa migram para o digital e buscam apoio para driblar um ano sem atividades

Tradicionais no circuito cultural de Porto Alegre, feiras de rua apostam na reinvenção online

Por Fernanda Crancio

Feiras do segmento mobilizam empreendedores, público e movimentam a economia
Após iniciar 2021
Outra peculiaridade do novo momento das feiras é que, através do digital, conseguem ampliar seu alcance, recebendo expositores de outras partes do País e, assim, contribuindo também para movimentar a economia de fora do Estado, além de ajudar a fomentar novos eventos.

Momento de adaptação e compasso de espera pela retomada

Idealizadora da Feira Me Gusta, outra referência de eventos de rua da Capital, e integrante do coletivo Feiras Unidas POA (formado pela OPEN Feira de Design, pela Café com Bazar, Feira de Moda Plus Size, Brick dos Desapegos, Feira Me Gusta e Feira Tô na Rua), Pamela Morrison relata que, apesar de serem uma alternativa concreta em meio à pandemia, a organização de feiras online exige muito dos produtores, que precism se adaptar ao formato, divulgar o evento e ainda ajudar os expositores.
Por essa razão, e na esperança de que as feiras presenciais pudessem voltar a ocorrer no primeiro semestre de 2021, ela ainda não montou a agenda digital da Me Gusta desde a virada do ano. "Quero retomar os eventos online, mas eles foram bem trabalhosos de produzir e geraram pouco resultado em vendas, pois a maior parte dos expositores não estão acostumados, precisariam receber uma consultoria pra se prepararem", avalia.
A capacitação dos profissionais da área, tabém defendida por Natalia, esbarra na falta de condições financeiras e de apoio governamental para isso. "Os que mais precisam de ajuda são justamente os que não sabem vender online e não têm verba para investir nisso", comenta.
Ela lembra que, antes da pandemia, uma média de 50 feiras de rua vinham sendo promovidas em Porto Alegre mensalmente, integrando cerca de 100 expositores por evento e milhares de visitantes. "Em tempos normais, antes da pandemia, o Rio Grande do Sul chegou a ter 400 iniciativas de feiras mensais acontecendo. Por ano, estimamos que 50 mil pessoas circularam por feiras, entre visitantes, fornecedores e expositores", comenta
Em janeiro, quando não se esperava o agravamento do cenário da pandemia no Estado e a retomada de eventos em ambientes abertos e fechados começava a tomar forma na cidade, tanto o POACVB quanto o coletivo Feiras Unidas POA intensificaram os pedido de liberação de feiras, que ajudam a movimentar a indústria criativa e o turismo da cidade, junto à administração municipal.