Vacinação contra a febre aftosa é aberta oficialmente no Rio Grande do Sul

Campanha foi antecipada para dar condições de mudança do status sanitário ainda em maio de 2021

Por

Entusiasta do novo status, Covatti apoia prerrogativa no Fundesa
A abertura simbólica da vacinação contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul foi realizada nesta terça-feira (17) na propriedade do produtor Selito Carboni, em Barra do Ribeiro. A campanha de vacinação, que prossegue até o dia 14 de abril, foi antecipada neste ano (costumava acontecer em maio) a fim de que o Estado tenha condições de solicitar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a evolução do status sanitário para livre de aftosa sem vacinação. Desta forma, o Rio Grande do Sul pode obter o reconhecimento internacional dessa condição pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em maio de 2021, juntamente com o Paraná.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Covatti Filho, deu largada à campanha vacinando novilhas na cerimônia de abertura. “Esta pode ser a última campanha de vacinação contra a aftosa no Rio Grande do Sul, porque estamos pleiteando a retirada da vacina ao Mapa”, destacou Covatti Filho.
Na propriedade de Carboni, que é secretário de Agricultura e Meio ambiente de Guaíba, os cerca de 650 animais devem ser imunizados até esta quarta-feira (18). Os planos do produtor seguem recomendação da Seapdr, para garantir a vacinação ainda em março. Isso permitirá às empresas ter gestão adequada dos estoques e evitar falta da vacina pela procura de última hora. Para o trabalho na fazenda, Carboni contará com reforço de duas pessoas para executar o trabalho rapidamente. “Sem vacinação, teremos menos custos, menos mão-de-obra e valorização de nosso gado”, disse o produtor.
Em todo o Rio Grande do Sul, a expectativa é de que 12,6 milhões de animais sejam imunizados, entre bovinos e bubalinos de todas as idades. Os produtores devem comprar as doses necessárias para a vacinação do seu rebanho nas cerca de 600 casas agropecuárias credenciadas pela Seapdr. Após, deverão comprovar a vacinação através da apresentação da nota fiscal até o dia 22 de abril.
A dose da vacina segue a mesma das etapas anteriores, de 2 ml - a vacina passou a ser bivalente, permanecendo a proteção contra os vírus tipo A e O (removido tipo C). Desde segunda-feira (16), a movimentação de bovídeos só pode ser realizada mediante vacinação prévia da propriedade, obedecidos os prazos de carência.

Estado anunciará medidas para evitar deslocamento de criadores devido ao coronavírus

Segundo o secretário da Agricultura, Covatti Filho, o surto de coronavírus não deverá atrasar o cumprimento dos prazos da campanha contra a aftosa. No entanto, o governo do Estado deverá anunciar, ainda nesta semana, medidas para evitar que os produtores precisem se deslocar até as inspetorias veterinárias para notificar a vacinação. “Estamos trabalhando para ver as possibilidades de fazer a comunicação via internet, otimizar essa prestação de serviço”, afirmou. De acordo com Covatti Filho, ferramentas com essa finalidade já estavam sendo estudadas, mas que com o novo coronavírus o processo foi acelerado.
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, afirma que cada vez mais a população vem tomando consciência sobre o significado de “responsabilidade compartilhada”. “Assim como ao lavarmos nossas mãos estaremos evitando transmitir doenças a outras pessoas, ao vacinarmos o rebanho e adotarmos medidas preventivas, também estamos colaborando para o crescimento da agropecuária do Rio Grande do Sul”, afirmou .