Hyva começa a avaliar seu plano de expansão

Uso da capacidade instalada na Serra está próximo do limite

Por Roberto Hunoff

Em 2020, empresa inicia produção de cilindros para carretas agrícolas
Após crescimento de 47% no ano passado e projeção de 24% para este, a Hyva do Brasil estima mais 10% para 2020, o que deve elevar a produção de cilindros hidráulicos telescópicos e guindastes para níveis muito próximo do limite da capacidade instalada na operação de Caxias do Sul. Na avaliação de Rogério De Antoni, vice-presidente das Américas, as instalações atuais de 20 mil m2 de área construída ainda têm potencial de suportar expansão de 25% a 30% por meio da adoção de novos turnos de trabalho e aportes em equipamentos para ganhos em produtividade.
Reconhece, no entanto, que, no próximo ano, a empresa deve iniciar estudos para ampliar a estrutura da fábrica, onde também são fabricados kits hidráulicos, componentes, como bombas, válvulas e comandos, e piso móvel - sistema de carga e descarga horizontal para materiais a granel com alto volume e baixo peso, usado em semirreboques e em fábricas de processamento e estações de transferência. Além destes, na virada do ano, a marca ingressa no mercado de cilindros para carretas agrícolas, atendendo segmento de pequenos produtores rurais, mas de grande potencial de compra.
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No segmento de guindastes, a Hyva já se posiciona dentre os três maiores fabricantes do Brasil. De acordo com Rogério De Antoni, neste ano, a marca ganhou mais três pontos de participação, ficando muito próximo do líder. Para 2020, a projeção é conquistar mais três pontos com novos produtos específicos para a eletrificação.
Diante da retomada forte do mercado interno, as exportações deverão ter participação menor no total do faturamento. Para De Antoni, o índice deve ficar na casa dos históricos 30%. Durante a crise, a parcela chegou aos 50%, com incremento de vendas para os Estados Unidos e países asiáticos - para estes por meio de acordo interno com as demais fábricas. Com o incremento do mercado interno, estes clientes passaram a ser atendidos por outras unidades do grupo.

Exportações de máquinas e equipamentos caem 10,6%

As exportações de máquinas e equipamentos em setembro recuaram 10,6% ante agosto, segundo a Abimaq, entidade que congrega as empresas do setor. Na comparação com setembro do ano passado, houve um ligeiro crescimento de 0,1% e no acumulado do ano até setembro, uma queda de 4,5% ante mesmo período de 2018.
As importações caíram 28,4% na margem, cresceram 30,7% em setembro ante idêntico mês em 2018 e aumentaram 18,7% no acumulado do ano até setembro ante o mesmo período do ano passado.
O saldo entre as exportações e as importações mostrou uma queda de 40,2% em setembro ante agosto, uma alta de 87,1% sobre setembro do ano passado e um aumento de 62,5% no acumulado do ano até setembro sobre igual período em 2018.
O nível de emprego no setor de máquinas e equipamentos recuou 0,3% de agosto para setembro. No fim do mês passado o setor empregava 307,688 mil trabalhadores. Na comparação com setembro de 2018, o número de empregados cresceu 2,1%.
No acumulado de 2019 até setembro, o índice que mede o emprego na indústria de máquinas e equipamentos cresceu 3,7% sobre idêntico mês no ano passado.
Já o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos cresceu 0,1% em setembro ante agosto. Em valores, o faturamento foi de R$ 7,579 bilhões. Na comparação com setembro do ano passado, o faturamento cresceu 2,2%, No acumulado ano o setor de máquinas e equipamentos faturou R$ 61,437 bilhões, valor que supera em 1,2% o faturamento registrado no mesmo período do ano passado.
O consumo aparente do setor, que considera o total da sua produção adicionada das importações e subtraída das exportações, caiu 16,4% em setembro ante agosto, subiu 16,8% ante setembro do ano passado e subiu 13,6% no acumulado do ano até setembro ante o mesmo período do ano passado.

Venda para Caoa não sai, e unidade da Ford vai fechar

Sem a conclusão da venda para um novo controlador, a unidade de caminhões da Ford, em São Bernardo do Campo, vai encerrar as atividades hoje. Na manhã de ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou aos trabalhadores durante assembleia na entrada da fábrica que o negócio ainda não foi concluído e que os cerca de 600 funcionários que trabalham na linha de montagem dos veículos serão demitidos nos próximos dias. As informações são de que o Grupo Caoa não conseguiu financiamento do total de recursos necessários para a compra da unidade.
O grupo Caoa, que tinha mostrado publicamente interesse em assumir a fábrica, informou que ainda "não há maiores informações sobre as negociações". A Ford confirmou o encerramento da produção no dia 30 de outubro e informou que se manifestaria amanhã sobre o fechamento da unidade. Procurada, a secretaria de Fazenda do governo paulista informou que não tinha conhecimento sobre como andam as negociações entre a Ford e a Caoa.
A Ford tinha cerca de 2.200 trabalhadores em São Bernardo. No início deste ano, a montadora anunciou que, após sucessivos prejuízos, estava saindo do mercado de caminhões da América Latina e informou que a fábrica seria fechada. La também havia a fabricação do Ford Fiesta, que foi encerrada em meados de julho.
Desde o início do ano, 1.200 colaboradores já foram desligados. Eles aderiram o pacote de incentivos para a demissão, que prevê pagamento de pelo menos dois salários a cada ano trabalhado, além de outros benefícios conforme o tempo de empresa. Na unidade da Ford de São Bernardo, ainda devem permanecer mil funcionários administrativos. Eles devem ser transferidos para a nova sede administrativa da montadora na zona Sul de São Paulo em março de 2020.