Copelmi projeta polo carboquímico para 2023

Empreendimento, na fase inicial, prevê 4,5 milhões de m3 de gás de síntese, com investimento de US$ 2,5 bilhões

Por Jefferson Klein

Faria diz que cronograma pode ser revisto se licenciamento se alongar
Apesar das dificuldades que enfrenta para sair do papel, como ação do Ministério Público Estadual e discussões quanto ao licenciamento ambiental, o diretor de novos negócios da Copelmi, Roberto Faria, estima que em 2023 seja possível iniciar a operação do polo carboquímico no Estado, na região do Baixo Jacuí. No entanto, o executivo admite que esse prazo pode ser estendido, dependendo do processo de licença ambiental envolvendo a mina Guaíba (localizada em Eldorado do Sul).
O projeto do polo carboquímico, em sua etapa inicial, prevê a geração de 4,5 milhões de metros cúbicos de gás de síntese, a partir do carvão, com investimento de US$ 2,5 bilhões nessa planta de gaseificação. Para essa unidade, a Copelmi conta como parceira a norte-americana Air Products. O polo seria completado, posteriormente, com fábricas de metano, amônia, ureia e outros produtos da indústria química.
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Empresa recebeu com surpresa ação do MP-RS

O diretor de novos negócios da Copelmi, Roberto Faria, revela que recebeu a informação da ação do Ministério Público no final desta segunda-feira e diz que a notícia causou estranheza, já que a lei estadual que criou a política do carvão e o polo carboquímico foi aprovada praticamente com unanimidade na Assembleia Legislativa, em 2017.
O dirigente comenta ainda que, devido aos debates feitos nas audiências públicas sobre a mina Guaíba, a Fepam pediu 118 solicitações adicionais e isso impactará no cronograma de licenciamento do projeto. Faria admite que qualquer investidor internacional está buscando projetos no mundo todo e se ele observar muitas dificuldades ou dúvidas quanto a um empreendimento, provavelmente buscará um ambiente de menor risco. Sobre a audiência proposta pelo deputado estadual Edegar Pretto (PT) e realizada na segunda-feira, o diretor da Copelmi diz que o encontro serviu para apresentar a proposta (mina Guaíba e polo carboquímico) para a sociedade, pois muitas vezes a informação chega distorcida para as pessoas.
Outro fator que é fundamental para que o projeto siga adiante é a efetivação do novo marco regulatório do gás no Brasil, para dar segurança quanto aos contratos de fornecimento que serão firmados. Hoje, há um vácuo regulatório que, segundo Faria, gera uma dificuldade comercial para o empreendimento.
O diretor de Novos Negócios da Copelmi Mineração participou nessa terça-feira de reunião-almoço da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA). Na ocasião, o presidente da ACPA, Paulo Afonso Pereira, defendeu que o debate em torno do polo carboquímico precisa ser técnico e não ideológico.