Safra 2018/2019 de grãos confirma novo recorde

No Rio Grande do Sul, aumento previsto é de 6,2% segundo a Conab

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No Estado, o milho registrou maior elevação em volume, de 19,5%
A produção brasileira de grãos na safra 2018/2019 deve alcançar recorde 242,1 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 6,4% em comparação com o período anterior (227,7 milhões de toneladas). Os dados fazem parte do 12º e último levantamento sobre o ciclo feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O recorde anterior ocorreu na safra 2016/2017, com produção de 238,8 milhões de toneladas. Conforme a Conab, o crescimento deve-se à maior produção nas culturas de algodão e milho.
No Rio Grande do Sul, o crescimento previsto da produção é de 6,2%, alcançando 32,43 milhões de toneladas. O maior crescimento percentual foi registrado no milho, com alta de 19,5% e atingindo um volume de 5,76 milhões de toneladas, seguido da soja, com elevação de 11,9%, com um volume de 19,18 milhões de toneladas. O trigo, por sua, deve registrar aumento de 5,2%, com uma safra de 1,96 milhão de toneladas.
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O feijão apresentou bons resultados apenas na segunda e terceira safras, com aumento de 6,3% e 21,2% respectivamente. Mas não foi suficiente para garantir aumento no número total, que fechou 3% abaixo do ano anterior, com cerca de 3 milhões de toneladas nas três safras. A primeira safra de feijão, com colheita encerrada, teve queda de 23,4%, para 986 mil t, por causa, principalmente, das reduções nas áreas de produção no Paraná, Minas Gerais, Piauí e Santa Catarina. Já no caso do arroz, a produção de 10,4 milhões de toneladas é 13,4% menor que a obtida em 2017/2018, por causa da redução de área e produtividade ocorridas nos principais estados produtores.
A soja também sofreu redução de 3,6% na produção, atingindo 115 milhões de toneladas. Houve, contudo, o crescimento na área de plantio em 2,1%. Com o fim da colheita próximo (restam apenas algumas áreas na Região Norte e Nordeste), e mesmo com o decréscimo no porcentual, a safra 2018/19 consolida-se como a segunda maior produção de soja na série histórica da Conab. A produção de trigo está estimada em 5,4 milhões de toneladas, com uma área de 2 milhões de hectares, 0,2% maior que em 2018. As demais culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada e triticale) apresentam um leve aumento na área cultivada, passando de 546,5 mil hectares na safra passada, para 564,8 mil hectares.

Fechamento de unidades da Conab preocupa parlamentares

A decisão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de fechar 27 das 92 unidades de sua rede de armazéns nas cinco regiões do Brasil preocupou debatedores em audiência pública na Câmara. A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural realizou audiência pública ontem sobre o assunto.
A decisão faz parte de um plano de modernização da Conab iniciado em 2016 e encerrado em 2018. Segundo os críticos, o que se pretende é privatizar os serviços de armazenagem sob a desculpa de que a iniciativa privada pode desempenhar essa função melhor do que o poder público.
O secretário de Política de Agricultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Antonino Rovaris, critica a medida tomada pela Conab. "O que nós estamos preocupados, na verdade, é de que isso pode ser o início da total privatização da Conab, que é o que a gente está ouvindo nos bastidores do governo, e de tudo o que é, digamos, não rentável, está apto a ser privatizado."
O superintendente de armazenamento da Conab, Stelito Assis, negou que a intenção do governo seja privatizar completamente a empresa. Ele lembrou que o que ocorreu foi um processo de reinvenção e restruturação da Conab para adequar a empresa aos momentos de dificuldade orçamentária pelos quais passa o País. "Pelo contrário, nós, na Conab, percebemos um esforço muito forte do Ministério da Agricultura de manter a empresa e modernizá-la. E essa modernização, claramente, vai fazer com que os programas de segurança de preço continuem sendo utilizados de forma melhor ainda do que é feito hoje."
A desmobilização dos armazéns ocorre em sua maioria na região Centro-Oeste. Segundo a Conab, a região Nordeste foi preservada.