CEOs discutem a relevância do capital humano para os negócios

Congresso reúne conselheiros e dirigentes de algumas das principais empresas brasileiras

Por Roberta Mello

Empresários abordaram também os impactos das novas tecnologias dentro dos ambientes corporativos
Pouco mais de uma semana após o Business Roundtable, associação que reúne 181 CEOs das maiores empresas norte-americanas renunciar ao conceito de primazia dos acionistas e decretar que as companhias não devem focar apenas no lucro, o 20º Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), realizado em São Paulo, discute exatamente a relevância do capital humano para as companhias. Se por um lado as inovações tecnológicas podem trazer reflexos negativos, como a proliferação de notícias falsas e discursos de ódio, por outro lado elas têm sido utilizadas para encurtar distâncias e conferir maior transparência aos processos.
No caso das empresas, as inovações tecnológicas têm possibilitado que uma nova cultura de maior proximidade entre a comunidade atingida e a companhia se fortaleça. É o caso da Natura, marca de cosméticos com um forte apelo socioambiental e relação com comunidades extrativistas da Amazônia.
Notícias sobre economia são importantes para você?

Governança corporativa cresce entre as companhias de capital fechado nacionais

Não são apenas as companhias grandes e de capital aberto que estão dedicadas à adoção de práticas de governança corporativa. O presidente do conselho de administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Henrique Luz, destaca que as empresas de capital fechado, principalmente as familiares, também estão no radar do instituto. São companhias que buscam financiamentos mais baratos ou em abrir capital em um futuro próximo e que veem na constituição de ferramentas de conformidade uma saída.
"Maioria entre os negócios brasileiros, essas empresas são as que estão mais presentes no dia a dia da sociedade em geral e que têm o potencial de realmente mudar a cultura no País", reflete Luz. O número de organizações de capital fechado com Conselho de Administração constituído ou interessadas em implementar vem aumentando todos os anos, de acordo com uma percepção da entidade.
Normalmente, a guinada acontece por que elas passam por um processo de sucessão familiar e cujos herdeiros chegam com ideias novas, mas também existem casos em que as companhias simplesmente querem crescer e acompanhar as tendências de mercado. "Mesmo para aquelas que não pensam em abrir capital para captar recursos mais baratos, contar com estruturas de governança corporativa pode garantir financiamentos com juros mais baixos. Os bancos, principalmente os grandes, levam esse fator em conta na hora de aceitar um financiamento ou empréstimo e medir o risco", salienta Luz.