Governo acelera retirada da vacina contra a aftosa

Estado quer agendar visita dos técnicos da União para antes da Expointer

Por Thiago Copetti

Rio Grande do Sul corre o risco de ficar isolado comercialmente
O Rio Grande do Sul está correndo contra o tempo para garantir uma auditoria do Ministério da Agricultura na fiscalização sanitária gaúcha ainda em julho para então, com o aval da pasta, anunciar o fim do vacinação contra a febre aftosa. A pressa se justifica por mais de um motivo. O primeiro deles é que a auditoria precisaria ocorrer até o início de agosto. Depois disso, os funcionários da área de fiscalização agropecuária já estarão majoritariamente envolvidos com os trâmites da Expointer, que começa no final do próximo mês, atrasando o processo. O tema será tratado hoje, em Brasília, pelo secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho.
Caso não receba a autorização dos técnicos do Ministério da Agricultura ainda antes da Expointer, o Estado se distanciará em um ano, ou mais, do Paraná, que poderá conseguir antes a classificação de livre sem vacinação por parte da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Ingressando antes do Estado no rol de livre sem vacinação, o status paranaense poderá implicar em duas perdas ao Rio Grande do Sul, incluindo prejuízos a produtores e até mesmo frigoríficos no mercado de exportações.
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Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, porém, a atual alta demanda chinesa carnes em geral, devido ao avanço da peste suína africana no país, o governo do gigante asiático deve liberar e facilitar a habilitação de novas plantas exportadoras. Neste caso, mesmo com status sanitário diferente de Santa Catarina e Paraná, o Rio Grande do Sul não seria prejudicado.

Correndo contrao tempo

Porque o Estado precisa acelerar o processo junto ao Ministério da Agricultura?
De acordo com diretor do Departamento de Defesa Agropecuária do Estado, Antônio Carlos Ferreira Neto, o Estado precisa ter uma posição sobre a retirada da vacina no Rio Grande do Sul até setembro.
Em setembro ocorre a encontro prévio para organizar a reunião da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) de maio.
Se o Estado encaminhar sua solicitação de análise de mudança de status sanitário e for avaliado em maio, o Rio Grande do Sul poderia ser monitorando pelo órgão internacional longo de 2020. Depois de fechar um ano sem registro de aftosa sem a vacinação, como deve ocorrer com o Paraná, ganharia novo status internacional.
O Paraná já teve auditoria realizada e aguarda apenas ao aval do ministério para anunciar o fim da vacinação.