Substituição Tributária tem novas regras no Rio Grande do Sul

Empresas que estão no regime terão abatimento de multas e podem aderir a regime optativo

Por Patrícia Comunello

Fazenda vem negociando separadamente com os segmentos para contornar impasse
Empresas gaúchas que estão no regime da Substituição Tributária (ST) para recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) têm novas regras que abrangem desde o abatimento de multas a um novo tipo de regime. A Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) encara o novo regime como resgate da finalidade original da ST para elevar a eficiência na arrecadação.
"É a ressignificação da ST", definiu o subsecretário da Receita estadual, Ricardo Neves Pereira, citando que a intenção é resgatar as características de 'definitividade na etapa anterior', evitando a complementação ou ressarcimento do imposto pelas empresas. As medidas estão no convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne secretários da Fazenda das unidades da federação, publicado nesta terça-feira (9) no Diário Oficial da União (DOU).
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Água mineral deve ser próxima a sair do ICMS-ST

Depois dos vinhos e espumantes, o próximo produto a deixar o regime da substituição tributária deve ser a água mineral. O setor já está em conversas com a Fazenda Estadual. A informação é do subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira. O decreto que remove o setor vitivinícola gaúcho deve sair em agosto. O governador Eduardo leite anunciou a exclusão em junho. O Confaz já aprovou a medida, disse Pereira. 
Para o varejo de combustíveis, a Sefaz deve adotar exigência de adesão mínima de 60% dos postos para colocar o regime optativo em vigor. Para o setor, o desafio é contornar as diferenças no preço final praticado, que ficam muito abaixo ou muito acima do preço de pauta, que serve de referência à ST. Pereira diz que são R$ 5 milhões mensais  nesse balanço.
Pereira diz que não há como sair do valor médio e que está conversando com representantes de médias e grandes redes até os pequenos postos para "fazer equilíbrio e não gerar problema concorrencial". A Sefaz aposta que a parceria com o setor será fundamental para os ajustes. Sem a substituição, a avaliação é que fica mais difícil fiscalizar os 30 mil postos e impedir a prática de preços que gere distorções na concorrência. 
Nas franquias, a adesão deverá ser de 100%, diz o subsecretário. O percentual já teria apoio do segmento. Para implementar o regime optativo de cada setor, os estabelecimentos terão de assinar um termo de anuência, adianta Pereira. Autopeças é outro segmento que entrará no novo mecanismo. 
"Vamos olhar todos os segmentos que podem fazer acordo setorial", diz o subsecretário. "A questão central é retomar as características de definitividade da ST, para não desregular a ponta. Houve uma vulgarização da ST. Temos de retomar o que é importante, que é abranger produtos mais concentrados", projeta. Além disso, o regime optativo não poderá implicar em perda de arrecadação, previne o subsecretário. 
A eliminação de setores da ST seguirá a avaliação sobre o impacto para as práticas das próprias empresas, sobre como gerenciar pagamentos e gerar informações, o que tornou mais complexo e também oneroso cumprir as obrigações.