Cooperativas gaúchas crescem 12,13% em 2018

Segmentos que apresentaram melhor desempenho foram os de agronegócios, crédito e saúde, destaca a Ocergs

Por Adriana Lampert

Nova modalidade vale para produtores de soja, milho, trigo e arroz
Com faturamento recorde de R$ 48,2 bilhões em 2018, as 437 cooperativas gaúchas dos 13 ramos de atividades econômicas registraram incremento de 12,13% em relação a 2017.
Os segmentos que apresentaram melhor desempenho foram os de agronegócios, crédito e saúde, conforme balanço apresentado pelo presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), Vergílio Perius, durante sua palestra no evento Tá Na Mesa, ocorrido na Federasul ontem. Na ocasião, a presidente da entidade, Simone Leite, parabenizou o dirigente pelo resultado significativo. "Saudamos o cooperativismo gaúcho, que através do seu trabalho gera empregos e movimenta a economia, mesmo com a crise econômica que estamos vivendo", afirmou.
O maior crescimento foi o do agronegócio, com o aumento para R$ 5 bilhões (patrimônio líquido), graças ao estoque de soja que sobrou da safra de 2017. Em faturamento, o segmento inflou 19,22% alcançando patamar de R$ 31,7 bilhões. Nas sobras apuradas, o aumento foi de 45,6% com um total de R$ 546,9 milhões. "Foi atípico", admitiu o presidente da Fecoagro-RS, Paulo Pires.
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Planejamento e presença de associados contribuíram para desempenho

Um dos pontos que colaborou para o bom desempenho das cooperativas foram os investimentos melhor planejados, inclusive com voto dos associados, que também estiveram mais presentes em assembleias. "É o tipo de prevenção que se faz quando a economia está em crise", observou Vergílio Perius, presidente da Ocergs. Foram 15 mil núcleos de sócios em todo o Estado, o que equivale a 150 mil pessoas que participam ativamente opinando sobre os investimentos em suas comunidades nos últimos quatro anos, período em que as cooperativas registraram crescimento no faturamento na ordem de 54,63%, o que equivale a 11,60% por ano.
"Quando melhora o resultado das cooperativas, o dinheiro é investido no município", destacou Perius. O dirigente observa que desde 2015 o setor não realiza demissões. "Pelo contrário, geramos 5 mil empregos neste período, graças aos investimentos realizados." Ao todo, as 437 cooperativas do sistema Ocergs geram 63,8 mil empregos diretos, sendo que a maioria (90,7%) das vagas concentra-se nos ramos agropecuário, de saúde e de crédito. Sobre as reivindicações do setor cooperativista, Perius destacou que o governo federal precisa ter um olhar mais atento ao acesso do sinal de internet para a população rural para que o cooperado não precise se deslocar por vários quilômetros para emitir a nota fiscal eletrônica. "Além disso, apesar de nossos jovens quererem continuar no campo, a internet é um importante atrativo para que eles permaneçam lá", frisou.