Remoção de estruturas no Estaleiro Rio Grande deve gerar 400 empregos

O trabalho é mais uma etapa da limpeza do complexo, devendo se estender por 12 meses

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A remoção de mais de 100 mil toneladas de estruturas que seriam utilizadas na construção das plataformas de petróleo P-71 e P-72, que seriam implementadas no Estaleiro Rio Grande, mas foram interrompidas, pois a Petrobras desistiu de encomendar esses empreendimentos no Estado, deve gerar em torno de 400 empregos. A estimativa é da Ecovix, administradora do estaleiro, que aponta que o processo é fundamental para a retomada de atividades no Polo Naval gaúcho.
O trabalho é mais uma etapa da limpeza do complexo, devendo se estender por 12 meses. A empresa aguarda a conclusão dos leilões das peças para dar início aos trabalhos. O certame das estruturas da P-71 deve ocorrer no dia 22 de maio e a Ecovix também espera resolver a questão da P-72 em breve. As vendas se iniciaram em abril e fazem parte do plano de recuperação judicial da companhia, homologado em agosto de 2018 pela Justiça. "Os leilões são parte muito importante do plano de recuperação, sendo cruciais para o futuro da área e a perspectiva de novos investimentos", afirma o diretor de operações da Ecovix, Ricardo Ávila. Atualmente, 125 pessoas atuam na estrutura, devendo chegar a cerca de 400 empregos diretos e indiretos no pico da operação.
Laurence Medeiros, representante da Medeiros & Medeiros Administração judicial, disse lamentar o sucateamento da P-71, que se encontra quase em condições de flutuação no dique. "No entanto, nossa expectativa é de que todos os lotes sejam arrematados nos leilões, agilizando o processo de limpeza e possibilitando a geração de novos negócios e empregos na cidade e região", ressalta o advogado. A empresa trabalha para diversificar as atividades da área. Em janeiro, foi aprovado pela Assembleia Legislativa um projeto que autorizou a movimentação portuária de cargas no Polo Naval. A companhia pretende utilizar a infraestrutura do estaleiro para exportação de granéis sólidos de origem vegetal, como cavaco de madeira.
 

Governo defende poder de decisão do porto gaúcho

A Secretaria de Logística e Transportes saiu em defesa do porto do Rio Grande quanto ao plano de reestruturação da Receita Federal do Brasil, que implicaria a perda da alfândega portuária no Rio Grande do Sul. Através de nota, a secretaria afirma que "o porto do Rio Grande não pode perder poder de decisão que possa atrasar uma carga ou um embarque. O poder de decisão tem que ficar onde o cliente está exigindo".
O comunicado acrescenta que, embora mais de 90% dos serviços da Receita funcionem muito bem no modelo digital, o que diminui o impacto de tal decisão, não se pode ter o poder concentrado em uma cidade que possui um porto concorrente (no caso, se a proposta de reestruturação for consolidada, a alfândega em Rio Grande seria transformada em inspetoria subordinada a uma estrutura central em Itajaí). "É preciso haver o equilíbrio: se a fronteira seca ficou com dois comandos no Estado, o modal marítimo deve ter pelo menos uma alfândega, que deve ser em Rio Grande pelo maior volume de cargas movimentadas", sustenta a Secretaria de Logística e Transportes.