Estudo de estradas será concluído em fevereiro

Juvir Costella toma posse como secretário estadual dos Transportes

Por Jefferson Klein

Estado tem compromisso de fazer algumas concessões, diz Costella
Uma das propostas do governo de José Ivo Sartori que terá continuidade no de Eduardo Leite será a concessão de rodovias. Para ir adiante com esse processo, o secretário dos Transportes, Juvir Costella, confirma que, até o final de fevereiro, a empresa KPMG concluirá o diagnóstico das estradas gaúchas. O levantamento será utilizado para verificar as condições das vias do Rio Grande do Sul e também apontar as mais indicadas para serem submetidas à privatização.
O secretário reitera que o atual governo do Estado assumiu o compromisso de fazer concessões de algumas rodovias locais. "Eu não sou contra o pedágio, sou contra o valor abusivo do pedágio", enfatiza. Costella argumenta que não há como o Estado, em um momento de crise financeira, continuar lidando com algumas questões, como é o caso das estradas. Outro tópico que será avaliado, de acordo com o secretário, será o papel e a viabilidade de instituições como a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan). O dirigente não descarta a alienação da EGR, contudo frisa que o Estado precisa ter uma ferramenta pública para lidar com as concessões. Costella - que foi reeleito deputado estadual na última eleição - celebrou, nessa quinta-feira, a sua posse em seu novo cargo, substituindo o ex-secretário Humberto Canuso.
Sobre a Rodovia de Integração do Sul (RIS), embora seja uma concessão federal, Costella enfatiza que essa obra será de extrema importância para a logística gaúcha. O secretário adianta que pretende se inteirar de como está o desenvolvimento dessa concessão para colocar o governo estadual à disposição no que puder colaborar. O grupo CCR arrematou, em novembro, a concessão da RIS, que compreende as BRs 101/290/386/448, com 473,4 quilômetros, no Rio Grande do Sul, pelo período de 30 anos. Segundo o contrato, serão investidos R$ 7,8 bilhões nas estradas, em obras como duplicações (cerca de 225 quilômetros até o 18º ano do prazo da concessão), e mais R$ 5,6 bilhões serão gastos com custos operacionais, como conservação, operação e monitoramento.
 

Dragagem no porto do Rio Grande é debatida

Reunião em Brasília, na tarde desta quinta-feira, analisou o futuro da dragagem no porto do Rio Grande. Técnicos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e do porto tiveram encontro na sede do instituto para avaliar o impacto da obra, que está parada desde o dia 17 de dezembro por orientação do Ibama e depois por liminar concedida pela Justiça Federal no Rio Grande do Sul.
No despacho, o juiz Adérito Martins Nogueira Júnior, da 1ª Vara da Justiça Federal de Rio Grande, determinou que as atividades não poderão ser retomadas até que o Ibama se posicione sobre "as circunstâncias do episódio de deposição de lama", desde o começo de dezembro. Até as 19h, Ibama e porto não havia se manifestado sobre a reunião.
O impasse é gerado pelo surgimento de lama na água, que afetou a praia do Cassino, que tem grande movimento nesta época do ano, e causou repercussão na comunidade. O possível impacto da dragagem, que tem recursos federais e é necessária para ampliar as condições de navegação de cargas, gerou ação civil do Ministério Público Federal (MPF). De acordo com nota técnica do Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SIMCosta/Furg), a deposição da lama foi causada pela ação de um ciclone extratropical, mas a origem precisa do sedimento e a eventual influência da dragagem, no entanto, seguem sob investigação.
Sobre a paralisação da dragagem, o secretário dos Transportes, Juvir Costella, diz que, nos próximos dias, se encontrará com o diretor-superintendente do porto do Rio Grande, Janir Branco, para debater qual a ação que precisará ser tomada para dar continuidade a esse trabalho. Indagado se Branco, que também é filiado ao MDB, teria continuidade no cargo de diretor-superintendente do porto, o secretário afirmou que é uma questão que não está determinada. "Estamos trabalhando com a equipe que agora está nas funções, mas, com o novo governo, certamente haverá mudanças, porém não se tem definido de onde haverá", salienta.