Lucro líquido da Vale recua 36,8% no terceiro trimestre

Resultados evidenciam mudança estrutural nos mercados de minério e aço chineses

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Produção de minério de ferro bateu recorde no período ao somar 104,945 milhões de toneladas
O lucro líquido da Vale no terceiro trimestre atingiu US$ 1,408 bilhão, queda de 36,8% em relação ao visto um ano antes. No trimestre imediatamente anterior o lucro foi de US$ 76 milhões.
Considerando o lucro líquido recorrente, a Vale reportou um ganho de US$ 2,056 bilhões, queda de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Houve queda de 1% também em relação ao segundo trimestre do ano. Pelo modelo recorrente, a companhia informa que o número não contempla o efeito da depreciação do real sobre a dívida denominada em dólares e ajustes contábeis.
"Os fortes resultados do terceiro trimestre mostram a mudança estrutural nos mercados de minério de ferro e aço chineses. Somos a empresa de mineração mais bem posicionada para nos beneficiarmos do "flight to quality", dada a crescente participação de produtos premium", destacou, no documento que acompanha o demonstrativo financeiro da Vale, o presidente da mineradora, Fabio Schvartsman. O executivo frisa que a Vale está se transformando para ser uma empresa mais previsível, com entrega de desempenho operacional sólido, maior realização de preço, menores custos e alocação de capital rigorosa.
Já o Ebitda ajustado, no intervalo de julho a setembro, somou US$ 4,374 bilhões, aumento de 4% ante o mesmo trimestre do ano anterior. Em relação ao segundo trimestre houve crescimento de 12%. A receita líquida chegou em US$ 9,543 bilhões no período analisado, expansão de 5% ante o visto um ano antes e alta de 11% ante o trimestre imediatamente anterior.
A produção de minério de ferro pela Vale no terceiro trimestre do ano bateu recorde ao somar 104,945 milhões de toneladas, aumento de 10,3% em relação a igual período do ano anterior. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o aumento foi de 8,5%. No acumulado do ano a produção alcançou 283,652 milhões de toneladas, crescimento de 3,1%.
O lucro líquido da Vale de US$ 1,408 bilhão no terceiro trimestre de 2018 veio 26% menor do que a média das projeções de oito instituições financeiras consultadas pelo Prévias Broadcast (Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, JPMorgan, Morgan Stanley, Safra, Santander e XP Investimentos), que estimava um ganho de US$ 1,91 bilhão.

Produção de celulose da Fibria cresce 25% com maior demanda na Ásia

A Fibria produziu 1,809 milhão de toneladas de celulose no terceiro trimestre de 2018, o que representa uma expansão de 25% na comparação com o mesmo período do ano anterior e de 13% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
A evolução no comparativo anual, segundo a companhia, pode ser atribuída à curva de aprendizado da linha de Horizonte 2 e maior eficiência operacional.
No informe de resultados, a empresa também cita a ausência de paradas programadas e o impacto da paralisação de caminhoneiros ocorrido no trimestre anterior, maior número de dias de produção e conclusão da curva de aprendizado de Horizonte 2.
Entre julho e setembro, o volume de vendas totalizou recorde de 1,988 milhão de toneladas, 12% superior ao segundo trimestre, com destaque para o aumento do volume vendido para a Europa e para a Ásia. No comparativo anual foi apurada alta de 35% nas vendas, com maior volume de produção de Horizonte 2, suportada pelo bom desempenho da demanda na Ásia e Europa.
"Esse resultado reflete uma boa demanda de celulose de fibra curta ao longo de todo o trimestre que foi, entre outros motivos, suportada por estoques baixos ao final do trimestre anterior e pedidos adicionais de celulose para abastecer novas máquinas de papel, especialmente na China, o que minimizou o impacto da pressão exercida pela tradicional sazonalidade da demanda percebida nos meses de verão do hemisfério norte. Durante o período, os níveis de oferta também permaneceram estáveis, sem novas paradas não esperadas que resultassem em redução significativa dos volumes de produção", afirma a empresa ao detalhar os números.
No trimestre, o volume de vendas proveniente do contrato com a Klabin totalizou 229 mil toneladas, ante 186 mil toneladas informado no trimestre anterior. No terceiro trimestre, a Ásia foi responsável por 45% da receita líquida, seguida pela Europa, com 32%; América do Norte, 14%; e América Latina, 9%.
Os estoques de celulose encerraram o trimestre em 1,331 milhão de toneladas, o equivalente a 59 dias. O desempenho é superior ao informado no segundo trimestre (1,260 milhão de toneladas e 56 dias) e um ano antes (1,069 milhão de toneladas e 51 dias).
O custo caixa de produção de celulose da Fibria recuou para R$ 584/tonelada no terceiro trimestre de 2018, indicando queda de 13% ante o segundo trimestre e de 4% frente ao reportado um ano antes.
O menor custo é atribuído principalmente à ausência de paradas programadas, melhor resultado com a venda de energia e ao menor consumo de químicos e energéticos no período, apesar do impacto da valorização do câmbio médio.
Outros pontos positivos citados pela empresa são a conclusão da curva de aprendizado da linha de Horizonte 2, que contribuiu para as reduções de madeira, custo fixo e para o maior resultado de venda de energia.
Excluindo os efeitos das paradas e greve dos caminhoneiros, o custo caixa de produção foi 2% inferior ao informado no trimestre imediatamente anterior. No informe de resultados, a Fibria ressalta que ainda atravessa um período de maior custo não recorrente da madeira na Unidade Aracruz.