Setor externo tem déficit de US$ 4,433 bilhões em julho

No acumulado do ano, rombo nas contas externas soma US$ 8,078 bi

Por Agência Brasil

Despesas dos brasileiros com viagens internacionais caíram em outubro
As contas externas brasileiras apresentaram resultado negativo em julho, após quatro meses seguidos de superávit. Depois do resultado de US$ 435 milhões em junho, as transações correntes ficaram negativas em US$ 4,433 bilhões em julho deste ano, informou ontem o Banco Central (BC).
No acumulado do ano até julho, o rombo nas contas externas soma US$ 8,078 bilhões. A estimativa do BC para 2018, atualizada em junho, é de déficit em conta-corrente de US$ 11,5 bilhões.
Já nos 12 meses até julho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 15,005 bilhões, o que representa 0,76% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse percentual de déficit ante o PIB é o maior desde maio de 2017 (0,96%).
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,746 bilhão em julho, informou o BC. A saída líquida representa um volume menor que os US$ 2,077 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
As despesas com juros externos somaram US$ 3,794 bilhões em junho, ante US$ 4,542 bilhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 12,704 bilhões. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 19,1 bilhões.
Com a alta do dólar, o recuo nos gastos de brasileiros em viagem ao exterior foi maior em julho. Segundo os dados do BC, essas despesas chegaram a US$ 1,731 bilhão no mês passado, com redução de 7,9%, em relação a julho de 2017 (US$ 1,879 bilhão).
Em junho, as despesas também registraram recuo, comparadas com igual período de 2017. A queda foi de 1,5%.
"O orçamento (das viagens) tende a ser feito em moeda nacional. Naturalmente, o comportamento do câmbio vai afetar o gasto no exterior", disse o chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Lemos.

Dívida pública federal recua 0,14%, diz Tesouro

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) caiu 0,14% em julho, quando atingiu R$ 3,748 trilhões, segundo divulgou ontem o Tesouro Nacional. Em junho, o estoque estava em R$ 3,754 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 27,50 bilhões em julho. As emissões de papéis totalizaram R$ 58,831 bilhões, enquanto os resgates chegaram a R$ 91,343 bilhões, o que resultou em um resgate líquido de
R$ 32,511 bilhões.

A DPF inclui as dívidas interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu levemente, 0,01%, e fechou o mês passado em R$ 3,607 trilhões.
Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 3,75% maior, somando R$ 141,28 bilhões no segundo mês do ano.
A parcela da DPF a vencer em 12 meses caiu de 20,24%, em junho, para 19,90% em julho, segundo o Tesouro Nacional. O prazo médio da dívida subiu de 4,14 anos, em junho, para 4,17 anos no mês passado. O custo médio acumulado em 12 meses da DPF passou de 10,31% ao ano, em junho, para 10,40% ao ano em julho.