Ministro projeta bom desempenho do setor neste ano

Por Agência Brasil

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, disse ontem, na abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), realizado no Rio de Janeiro, que o Brasil conseguirá repetir este ano o expressivo resultado no comércio exterior verificado em 2017, quando as exportações voltaram a crescer depois de cinco anos e o País registrou superávit de US$ 67 bilhões. Segundo ele, nos primeiros sete meses de 2018, a corrente de comércio do País com o mundo aumentou 13%, acompanhando o avanço de 12% da produção industrial no primeiro semestre.
Para o ministro, o maior desafio é estabelecer um elo consistente e duradouro entre o crescimento do País e o aumento do comércio exterior em um momento de aumento do protecionismo mundial. Para isso, disse, é preciso manter as negociações para firmar novos acordos de comércio.
"O resultado de disputas comerciais pode ser nefasto. Medidas unilaterais poderão levar à redução do emprego e da renda, sobretudo em países como o Brasil", afirmou, ao tratar da disputa entre Estados Unidos e China.
Lima declarou que o Brasil mantém negociações com mais de 15 países para firmar novos acordos de comércio, além da União Europeia, cujo acordo está sendo negociado de forma conjunta com os outros países do Mercosul. Em relação ao acordo com a União Europeia, o ministro lembrou que agosto é mês de férias nos países europeus, o que reduz o ritmo dos trabalhos.

Bndes e TCU discutem procedimentos para exportações

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Dyogo Oliveira, disse ontem que está discutindo com o Tribunal de Contas da União (TCU) a criação de um manual de procedimento para exportação de serviços. Segundo ele, o País tem o grande dever de casa de reestruturar seu sistema de apoio à exportação, mas não pode achar que é possível prescindir desse sistema.
Apenas 3% das exportações de bens e serviços de alto valor agregado brasileiras são apoiadas pelo banco, enquanto na China a participação do setor público é de 19% e na Coreia alcança 40%. Na exportação de serviço de engenharia, o suporte do banco representou menos de 10% do valor exportado pelas empresas do setor, acrescentou.
Oliveira lembrou que o apoio do banco ao setor de exportação tem sido constante, mas reconheceu que essa atividade tem sido objeto de "muita averiguação" no período recente. Ele considera o modelo baseado no Fundo Garantidor de Exportações (FGE) exitoso e meritório, embora tenha riscos. "Podemos melhorar na transparência, no processo de seleção dos projetos, mas não podemos deixar de ter esses projetos", disse. "Temos o grande dever de casa de reestruturar o sistema de apoio às exportações, mas com a clareza de que são necessários", defendeu.